Galheta
Phalacrocorax aristotelis
Créditos: 
Nuno Oliveira

A galheta ocorre exclusivamente ao longo da costa continental, distribuindo-se de forma localizada ao longo da costa rochosa ocidental do cabo Carvoeiro para sul. Em Portugal, é uma espécie pouco abundante, tendo a sua população sido estimada em 2002, em cerca de 100 a 150 casais nidificantes. A maior parte da população nacional ocorre dentro de áreas protegidas, estando concentrada no arquipélago das Berlengas, em particular na ilha da Berlenga. No arquipélago das Berlengas, a espécie tem sido monitorizada regularmente nos últimos 30 anos, tendo sido contados 90 casais em 1995, 79 a 105 casais em 2002 e 82 casais em 2012. Nidifica entre fevereiro e julho, isoladamente ou em pequenas colónias em falésias, na costa e em ilhéus. O ninho é construído em plataformas, fendas e grutas, geralmente abrigadas. Nas últimas décadas, a área de distribuição da população reprodutora não parece ter sofrido alterações, e o efetivo populacional tem permanecido relativamente estável. No entanto as populações europeias apresentam uma tendência de decréscimo pelo que é importante assegurar a monitorização desta espécie. Um dos objetivos do LIFE Berlengas é aumentar o conhecimento sobre o tamanho e tendência da população de galheta nas Berlengas. 

A galheta é uma espécie costeira que frequenta habitats rochosos não se afastando para mar aberto. Alimenta-se predominantemente de peixes capturados em águas pouco profundas. Devido aos seus hábitos, a galheta é vulnerável a algumas artes de pesca, como redes de emalhar, no entanto, desconhecem-se quais os principais locais que a espécie usa para procurar alimento à escala da ZPE das Berlengas. Assim, pretende-se no LIFE Berlengas aumentar este conhecimento por meio de marcação de cerca de 40 indivíduos com diversos tipos de dispositivo de geolocalização (GLS e GPS-logger), com o objetivo de identificar as áreas vitais da galheta e as potenciais interações com embarcações de pesca.