A presença do Homem na Berlenga remonta à época Romana, no século I a.C.

CASTELINHO

Construído em 1952, com reaproveitamento de alguns silhares calcários que pertenciam ao mosteiro que ali existiu. O Castelinho conserva um teto em abóboda e atualmente funciona como minimercado e serviço de bar. Este edifício corresponde a uma reminiscência de antiga atalaia do século XVI sobranceira ao antigo ancoradouro.

 

MOSTEIRO DA MISERICÓRDIA

Construído no início do século XVI por ordem de D Manuel, na vertente leste do Carreiro do Mosteiro, funcionou entre 1513 e 1548. O mosteiro era constituído por diversas acomodações tais como capela, pátio, celas, cisterna, refeitório, dormitório e horta murada.

Os monges da ordem de S. Jerónimo ocuparam a ilha da Berlenga por volta de 1514 para levar a palavras de Cristo por terra e pelo mar e administrar os divinos sacramentos a todos os que desembarcassem na ilha. No entanto, os monges deixaram a ilha em 1545, por força da fome, doenças e ataques de piratas e corsários. Do Mosteiro votado ao abandono poucos são os vestígios. Alguns materiais de construção tais como silhares calcários foram reutilizados para a construção do Castelinho e do Forte São João Baptista.

 

SÍTIO DO CEMITÉRIO

Fotografias aéreas da década de 60 do seculo XX indicam a presença, no extremo sudoeste da plataforma superior da ilha Berlenga, de uma estrutura de forma retangular, com aparentes subdivisões. No mesmo local, a Carta Topográfica de Portugal - Berlenga (Instituto Geográfico e Cadastral, 1:5.000) regista o topónimo “Alto do Cemitério”, levantando a hipótese de existir neste local um espaço de utilização funerária. Atualmente não são encontrados à superfície quaisquer vestígios desta construção, hipoteticamente contemporânea do Forte de São João Baptista.

 

FIGUEIRAS

Na pequena enseada das figueiras está localizada uma pequena construção, também contemporânea do Forte de São João Baptista. Apresenta um aspeto de “plataforma”, construída em blocos graníticos mais ou menos aparelhados. Esta estrutura, corresponderá um elemento do "aquartelamento" da Ilha Berlenga construído em 1812, projecto de autoria do Sargento Mor do Real Corpo de Engenheiros era constituído por um conjunto de estruturas militares dispersas pela Ilha, presumindo-se que se relacionasse com as necessidades defensivas relacionadas com as invasões francesas.

No caso concreto desta estrutura, aparece legendada como "bateria baixa" e encontra-se representada no projecto de 1812, em perfil ("perfil dos flancos da bateria baixa") e em planta (bateria baixa à "barbetta") . "Barbeta" é uma plataforma de onde a artilharia disparava sobre o parapeito. Neste caso, aparentemente, a bateria não possuía cobertura. A localização desta estrutura confere-lhe excelente visibilidade sobre o canal Ilha/Peniche, a península de Peniche e, com boas condições atmosféricas, sobre a linha de costa continental. Tratar-se-ia pois de uma bateria com funções de vigilância, ataque e defesa.

 

SÍTIO DO MOINHO

Está localizado numa elevação, no topo da encosta do Bairro dos Pescadores. Aqui, sobre uma plataforma de pedra, foi construído na época Romana (datado entre os séculos I a.C. e I d.C.) um pequeno edifício de pedra de forma quadrangular, que seria um posto de vigia e controle ou um farol. Deste edifício restam apenas ruínas, tendo sido ali encontrados fragmentos de cerâmicas, como taças, almofarizes e jarros de cronologia exclusivamente romana. A partir do trilho da ilha Velha é possível observar as ruínas neste local que tem uma vista panorâmica privilegiada.

Observa-se ainda, no ponto mais elevado, a ruína de uma pequena construção de forma subcircular, com vestígios de cimento, denominada localmente como “moinho”.