Diário de bordo

2021

Publicado a 24 Setembro 2021
Censos de aves marinhas na ZPE Aveiro-Nazaré

No inicio de setembro, técnicos da SPEA embarcaram no Veleiro Anixa II da Associação David Melgueiro  (https://davidmelgueiro.org/) para realizar censos de aves marinhas no mar.

No inicio de setembro, técnicos da SPEA embarcaram no Veleiro Anixa II da Associação David Melgueiro  (https://davidmelgueiro.org/) para realizar censos de aves marinhas no mar.

A ZPE Aveiro-Nazaré é a área de invernada mais importante para a pardela-balear uma espécie com estatuto de conservação “Criticamente em Perigo” e por isso é de extrema importância a monitorização desta zona.

No total de 350km percorridos foram avistadas 18 espécies diferentes de aves marinhas e 3 de cetáceos.

Esta é uma ação incluída no projeto Life PanPuffinus (https://www.spea.pt/projetos/life-panpuffinus/)!

Publicado a 07 Setembro 2021
Testemunho da voluntária Beatriz

O meu nome é Beatriz Romão, e sou estudante de Biologia na Universidade de Évora, na qual me encontro no 3º Ano da minha Licenciatura. O começo da minha jornada académica numa altura atípica e de isolamento foi um tanto agridoce.

No entanto foi também nesta altura que graças à via-online tomei conhecimento da existência da SPEA, assim como do seu trabalho realizado em prol da recuperação e proteção da avifauna e na educação ambiental da comunidade.

Uma vez tendo conhecimento dos projetos conduzidos pela SPEA, decidi candidatar-me para fazer voluntariado no projeto Life PanPuffinus, onde neste fui integrada da melhor forma possível e imaginária, desde a receção pelas Técnicas de Conservação, ao acompanhamento e pronta ajuda na realização das atividades.

Exemplo destas foi a realização de inquéritos à comunidade piscatória em diversos portos de pesca, que foi uma experiência por si só bastante enriquecedora e desafiante graças ao seu carácter comunicativo a uma comunidade por muitos ainda incompreendida; a realização de Inspeções Costeiras em diversas praias afim de contabilizar aves arrojadas, que também se mostrou uma oportunidade de verificar em primeira mão muito dos danos causados pela poluição e ação antropogénica e o seu impacto direto na nossa Fauna; e por fim também me foi dada a oportunidade de auxiliar nas contagens de aves marinhas no cabo Carvoeiro, que se revelou ser uma experiência um tanto incrível no sentido em que pude observar e aprender a diferenciar tanto as diferentes espécies em rota de migração, como as suas diferentes mudas de penugem e comportamentos característicos.

Espero que seja um até já, e que este seja o primeiro de muitos projetos no qual eu possa dar o meu contributo.

Publicado a 07 Setembro 2021
Testemunho da voluntária Mariana

O meu nome é Mariana Tomaz e sou estudante de Biologia na universidade de Évora. A meio do meu percurso, já com algum conhecimento e com um gosto acrescido por aves decidi candidatar-me a fazer voluntariado com a SPEA, no projecto Life PanPuffinus.

Para além de ter sido tão bem recebida e integrada na realização dos trabalhos, tive a oportunidade de aprender tanto com esta experiência, como por exemplo a identificação de aves marinhas. Aprendi  os seus tipos de voo, a diferenciar aves juvenis,  imaturas e adultas. Aprendi também a metodologia das contagens RAM. Por outro lado, consegui desenvolver o meu lado comunicativo, realizando inquéritos  e consegui envolver-me mais com a comunidade de pescadores. Além disso a realização de inspeções costeiras foi uma experiência nova, e bastante produtiva, visto que nos passa despercebido a quantidade de aves arrojadas que aparecem na costa. Agradeço bastante a oportunidade e espero que no futuro existam mais oportunidades para poder trabalhar lado a lado com a SPEA.

Publicado a 26 Maio 2021
Sessões de formação no âmbito do projeto INATEL 55+.pt

A SPEA foi convidada para integrar o programa de atividades do grupo INATEL que visa sensibilizar e promover a cidadania.  No inicio do mês de maio ocorreram sessões de formação no hotel Star Inn de Peniche com participantes com mais de 55 anos. O principal objetivo foi dar a conhecer a SPEA e os seus projetos de conservação na ZPE das Berlengas.

A primeira sessão teve foco no projeto Life Berlengas e a segunda no trabalho com a comunidade piscatório para combater a problemática das capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca. Os participantes mostraram-se animados e curiosos. Este tipo de iniciativas são uma mais valia para aproximar um público diferente ao nosso trabalho e para o sensibilizar para realidades que muitos deles desconhecem.

Publicado a 26 Março 2021
Monitorização de galhetas na ilha da Berlenga

Começa mais uma época de reprodução de galheta na ilha da Berlenga, e a monitorização continua.

Publicado a 25 Março 2021
Censos de aves marinhas no navio “Miguel Oliver”

Mais uma vez, um dos técnicos da SPEA participou na campanha de investigação “PELAGO” do IPMA com a finalidade de fazer censos de aves marinhas. O percurso começou em Cádis e terminou em Vigo e no total foram percorridas 2.634 milhas. As contagens foram realizadas de sol a sol em percursos previamente definidos durante 21 dias.

No total foram registadas 23 espécies de aves marinhas, 2 de aves limícolas, 10 de aves terrestres, 4 de cetáceos e 2 de tartarugas. Foram observados milhares de indivíduos que nos nossos mares habitam ou se encontram de passagem, alimentando-se e repousando. A espécie mais registada foi o alcatraz sendo visto ao longo de toda a costa portuguesa. Na costa algarvia as gaivotas-de-audouinii marcaram a sua presença majestosa e no norte os airos e as tordas-mergulheiras tiveram o seu protagonismo. O avistamento surpresa ocorreu mesmo no fim da viagem com a observação de um gaivotão-branco a alimentar-se das rejeições do navio. Também foi uma surpresa a passagem das orcas ao largo de Sesimbra e o avistamento de duas dezenas de tartarugas bobas na costa algarvia.
Percorrer toda a costa permite-nos obter dados preciosos. Podemos perceber que espécies estão em declínio e obter informação sobre as migrações e o comportamento das aves marinhas. 

Publicado a 05 Fevereiro 2021
1ª Reunião de Comissão de Acompanhamento do Anzol+

No passado dia 04 de fevereiro, decorreu a 1ª reunião de Comissão de Acompanhamento do Anzol+, liderada pela SPEA. Foi discutido o Referencial de Sustentabilidade, o estado das populações-alvo de pescado e os resultados da caracterização e da primeira avaliação da pesca à linha na Reserva Natural das Berlengas.

A reunião foi bastante produtiva, surgiram opiniões construtivas e questões relevantes das várias partes interessadas. O principal objetivo da Comissão de Acompanhamento é seguir o processo de valorização do pescado capturado pela frota Anzol+.

É neste tipo de iniciativas que juntamos o conhecimento técnico dos cientistas com o prático dos pescadores, trabalhando assim num cenário mais realista e benéfico para todos.

Esta reunião contou com a participação de diversas entidades públicas (com competências na gestão e controlo das pescas), com representantes da academia (MARE-IPLeiria), da sociedade civil (Sciaena) e com os representantes dos pescadores e do sector das pescas.

Publicado a 27 Janeiro 2021
Entrevistas a entidades para sustentar o referencial de sustentabilidade do Anzol+

A pandemia não parou o nosso trabalho. Nas últimas semanas para além da realização de inquéritos aos pescadores que operam com arte de anzol nas ilhas Berlengas, reunirmos virtualmente com uma serie de entidade desde a Capitania de Peniche, a Docapesca, a DGRM, o IPMA, Camara Municipal de Peniche, entre outros.

O objetivo para além de apresentar o projeto foi fazer um conjunto de questões relacionadas com o domínio de gestão da pescaria alvo para responder a uma série de critérios que são necessários para sustentar o referencial de sustentabilidade. Precisamos que os critérios sejam respondidos tendo em conta a realidade da pesca de Peniche e para um maior rigor teremos em conta o conhecimento das entidades locais. Um trabalho conjunto é sempre uma mais valia na robustez de qualquer trabalho e no anzol+ pretendemos incluir todas as partes interessadas nas várias etapas.

Para mais informação sobre o projeto Anzol+: Anzol+ (spea.pt)

Publicado a 25 Janeiro 2021
Os embarques para testar medidas de mitigação estão quase a terminar!

O projeto MedAves encontra-se na fase final e os embarques para testar medidas de mitigação estão quase a terminar. Em breve divulgaremos os resultados sobre a eficácia das medidas usadas:

  1. Luzes sinalizadoras em redes de emalhar;
  2. Papagaio afugentador em palangre e redes de emalhar.

Também será analisada a acessibilidade da medida com base em entrevistas realizadas aos mestres que colaboraram no projeto.

A nossa missão é encontrar soluções que contribuam para uma redução da captura de aves marinhas nas artes de pesca. O equilíbrio entre a vida selvagem e o setor da pesca é crucial para um oceano sustentável.

Para mais informações sobre o projeto consultar MedAves Pesca - Home

2020

Publicado a 16 Dezembro 2020
Observação de aves em tempo de pandemia

O contacto com a natureza é um escape fabuloso no tempo desafiante em que vivemos. A observação de aves/birdwatching é uma das atividades mais gratificantes que conheço. Esta obriga-nos a procurar e a identificar todos os “passarinhos” que por nós passam. Aprender os nomes, os sons, as idades e o comportamento das aves é um mundo que tanto tem de desafiante como de fascinante.

Por vezes, há situações extremas que nos levam a olhar melhor para o que temos tão próximo e disponível. Afinal temos tanto para aprender ainda… Caminhem em segurança, levem os binóculos e o guia.  Nós recomendamos!

Publicado a 11 Dezembro 2020
Webinar Pesca com futuro: Como valorizar uma pesca sustentável?

No passado dia 4 de dezembro a SPEA organizou um webinar intitulado “Pesca com futuro: como valorizar uma pesca sustentável?”. Este evento abordou o papel que os programas de valorização de pescado podem ter no nosso país e os principais constrangimentos e desafios à sua implementação.

Pretendeu-se promover a discussão sobre estes temas e incentivar a partilha de experiências e visões.  Para além de ser apresentado o projeto Anzol+, foram abordados outros projetos como o “CABFishMan”, variadas iniciativas da Docapesca e o projeto inovador da “Lota Digital”.

No total participaram cerca de 80 pessoas incluindo alguns dos pescadores envolvidos no projeto anzol+.

Este tipo de iniciativas é uma mais valia para aproximar a comunidade piscatória e os investigadores. Aproveitar o conhecimento prático dos pescadores para melhorar a gestão das pescas é evoluir no sentido de valorizar e preservar os recursos dos quais todos dependemos.

Para quem não teve a oportunidade de assistir pode ver no seguinte link a gravação: https://vimeo.com/489098956

Publicado a 09 Dezembro 2020
Uma freira que veio conhecer o continente…

As câmaras de fotoarmadilhagem ajudam-nos a seguir de perto a época reprodutiva de algumas aves marinhas nas suas colónias de reprodução. Por vezes, surgem espécies muito incomuns que não saberíamos que ocorrem caso não fossem captadas pelas câmaras. A mais recente surpresa foi uma freira (ave marinha) que visitou a colónia de cagarras no Farilhão Grande em meados de junho.

Poderá ser um imaturo curioso que veio apenas explorar um território desconhecido. É muito difícil identificar a espécie devido à elevada semelhança entre a freira-do-bugio (Pterodroma deserta), a freira-da-madeira (Pterodroma madeira) ou mesmo a gon-gon (Pterodroma feae). As duas primeiras reproduzem-se apenas no arquipélago da Madeira e a última em Cabo Verde.

Publicado a 03 Novembro 2020
O que fazer se encontrar um animal marinho arrojado ainda vivo?

Com a chegada do inverno é frequente alguns animais marinhos arrojarem na costa, principalmente aves. Se o animal ainda se encontrar vivo deve contactar autoridades como o ICNF ou o SEPNA .

Durante esta semana foi encontrada uma cagarra na praia da Almagreira (Peniche). Tratava-se de um juvenil ainda inexperiente para enfrentar as nortadas. Como estava encharcado não conseguia voar e para além disso aparentava ter uma asa partida. Foram então contactadas as autoridades para seguir para um centro de reabilitação adequado. Se recuperar será devolvido ao mar em breve.

Seguem alguns contactos importantes:

RAMM – ABRIGOS (Rede de Apoio a Mamíferos Marinho) 968 849 101

CRAM – ECOMARE (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos) 919 618 705

Emergência no Mar (Lisboa) 214 401 919

SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR) 808 200 520

ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) 213 507 900

SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) 213 220 430

Publicado a 02 Novembro 2020
As redes com luzes vão voltar para a água

Os embarques com as luzes em redes de emalhar vão ser retomados. Esta é uma medida de mitigação que mostrou eficácia em alguns países da América do Sul e queremos perceber se nas nossas águas terá o mesmo sucesso. Para tal, será largado o mesmo número de redes sem luzes (controlo) e com luzes (experimental) para compararmos a ocorrência de capturas de aves marinhas.

Esperemos ter notícias esclarecedores em breve. Fiquem atentos!

Publicado a 20 Outubro 2020
Atentos, a migração já começou!

Com o inverno a chegar, as aves deixam os seus locais de reprodução para procurar zonas mais abrigadas e com alimento. A costa portuguesa é um excelente ponto de passagem e repouso para as aves marinhas por ser tão rica em alimento.  Aves marinhas que migram como os alcatrazes, as negrolas, as pardelas-baleares, os moleiros podem ser facilmente observados a partir de meados de setembro.

A melhor hora do dia para as observações é logo após o nascer-do-sol, não deixem de aproveitar este um verdadeiro espetáculo gratuito!

Publicado a 13 Outubro 2020
“Peniche Seabird Count”

“Peniche Seabird Count” é um projeto cujo principal objetivo é realizar contagens consecutivas de aves marinhas na zona de Peniche durante as migrações de Outono.

​A primeira monitorização decorreu de 15 de agosto a 30 de novembro de 2015 e resultou na contagem de mais de 300.000 aves marinhas de 65 espécies diferentes.

“Peniche Seabird Count” é um projeto cujo principal objetivo é realizar contagens consecutivas de aves marinhas na zona de Peniche durante as migrações de Outono.

​A primeira monitorização decorreu de 15 de agosto a 30 de novembro de 2015 e resultou na contagem de mais de 300.000 aves marinhas de 65 espécies diferentes.

Peniche é um local de excelência para a observação aves marinhas. A sua localização geográfica, associada a o contorno da península de Peniche, são fatores determinantes para a observação de aves marinhas nas fases migratórias.

A espécie mais numerosa é, sem dúvida, o alcatraz Morus bassanus havendo dias em que se registam milhares de indivíduos em pouco mais de 2 horas de observação.

Espécies como a cagarra Calonectris borealis, a pardela-balear Puffinus mauretanicus, o fura-bucho-do-Atlântico Puffinus puffinus, a negrola Melanitta nigra, o garajau-de-bico-preto Thalasseus sandvicensis e o alcaide Catharacta skua também são observações bastante regulares.

Espécies aparentemente menos comuns como a pardela-preta Ardenna grisea, o moleiro-pequeno Stercorarius parasiticus e o moleiro-do-ártico Stercorarius pomarinus também se registam em quase todos os dias de contagem.

Este tipo de monitorizações é uma mais valia para perceber o estado das populações das aves e zelar pela sua conservação.

Este ano a gestão do projeto é da responsabilidade apenas de Hélder Cardoso e alguns voluntários, da SPEA inclusive, têm ajudado no terreno.

Em 2015 o trabalho contou com o apoio da Câmara Municipal de Peniche e a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar – Politécnico de Leiria e o Turismo do Centro.

Para mais informações consultar:

https://www.facebook.com/penicheseabirdcount/about/?ref=page_internal  

http://www.marineornithology.org/content/get.cgi?rn=1377

Publicado a 06 Outubro 2020
Retomamos as inspeções costeiras pela costa de Peniche…

Com a chegada do outono vêm as condições adversas e param as limpezas de praia. A equipa da SPEA retoma, assim, as inspeções costeiras para detetar arrojamentos de animais marinhos nas praias de Peniche (“hotspot” de biodiversidade).

Apesar do mau tempo ser um dos motivos da morte de muitos animais marinhos que não resistem ao cansaço e/ou inexperiência, há uma parte significativa que arroja por causas não naturais. E é esse o grande objetivo dos transetos que fazemos todas as semanas. Queremos saber que espécies são mais afetadas e porquê. Assim, no futuro podemos aplicar esforços para uma conservação dirigida a uma problemática já detetada. Causas como a captura acidental em artes de pesca e poluição têm surgido com regularidade e é essencial continuar este tipo de monitorização.

Caso encontrem algum animal arrojado podem proceder ao preenchimento do seguinte formulário de forma a enriquecer a nossa base de dados: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd4IQsOxhm1Gx1RAvMh519Vm4h4Uwc38H-LmFC43ApIkdmgOw/viewform

Publicado a 29 Setembro 2020
Reunião com os pescadores inseridos no projeto Anzol+

No passado dia 25 de setembro, técnicos da SPEA reuniram-se com os pescadores que fazem parte do projeto Anzol+. A reunião teve como principal objetivo fazer um ponto de situação dos avanços e etapas do projeto e, ainda, tirar dúvidas que os pescadores tivessem.

Antes de reunirmos em sala, os nossos parceiros da ESTM (Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar) mostraram uma estrutura que foi desenvolvida com a finalidade de fundear câmaras subaquáticas para futuro estudo de stocks das espécies-alvo.

Um dos grandes objetivos do Anzol+ é a partilha de conhecimento entre investigadores e a comunidade piscatória, isto é um passo à frente para uma gestão adequada do ecossistema marinho e respetivos recursos pesqueiros.

Para saber mais sobre o projeto consultar: https://www.spea.pt/anzolmais/

Publicado a 13 Agosto 2020
Captura de peixe-galo com cana – Projeto Anzol+

Os embarques para caracterização da pescaria no âmbito do projeto anzol+ continuam. A última ida ao mar foi focada na pesca do peixe-galo (Zeus faber). Esta espécie encontra-se a maior profundidade em comparação com o robalo ou a dourada.

Os embarques para caracterização da pescaria no âmbito do projeto anzol+ continuam. A última ida ao mar foi focada na pesca do peixe-galo (Zeus faber). Esta espécie encontra-se a maior profundidade em comparação com o robalo ou a dourada.

Esta é mais uma espécie capturada com cana, uma arte muito seletiva e sustentável. Esta forma de pescar deve ser privilegiada e as suas capturas valorizadas.

Para saber mais sobre o projeto consultar: https://www.spea.pt/projetos/anzolmais/

Publicado a 11 Agosto 2020
Inquéritos aos pescadores que operam pesca à linha

Para além dos embarques com os pescadores que operam à linha na área marinha das Berlengas também iniciamos os inquéritos aos pescadores de Peniche que operam com a mesma arte. De forma a obtermos informação robusta sobre a pescaria para melhor caracterizar estas. O inquérito é bastante completo desde questões de caracter ambiental, social e económico.

Temos sido bem-recebidas pela comunidade piscatória e sabemos que um trabalho em conjunto é uma mais valia para todos. 

Para saber mais sobre o projecto consultar o seguinte link: https://www.spea.pt/projetos/anzolmais/

Publicado a 27 Julho 2020
As capturas acidentais de aves marinhas continuam…longe do “nosso” papagaio

Os embarques para monitorização de capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca continuam e o papagaio afugentador tem sido testado na arte do palangre. As capturas continuam e é urgente investir em formas de as diminuir. A boa noticia é que até agora não ocorreram capturas próximas do dispositivo afugentador e isso pode ser um indicio de que ele é de facto eficaz.

Por aqui vamos continuando a trabalhar em conjunto com os pescadores locais para vencer esta problemática.

Publicado a 10 Julho 2020
Embarques de pesca em Olhão no âmbito do projeto “Life Ilhas Barreira”

O “Life Ilhas Barreira” é um projeto bastante completo no que diz respeito a ações de conservação. Um dos seus objetivos é o estudo e monitorização das capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca. Para esse efeito, observadores irão a bordo para registar a ocorrência destes episódios indesejados.

Para além do registo de capturas é feito um levantamento de dados relativos à pescaria e ao número de aves marinhas que interagem com a embarcação nos vários eventos. Técnicos da SPEA rumaram a Olhão para acompanhar os novos elementos da equipa e para esclarecer todas as dúvidas que surgissem tanto na identificação de espécies como no preenchimento de formulários. Foram dois dias de mar “chão” com uma tripulação muito bem-disposta. Desde já o meu obrigada pelo maravilhoso acolhimento da embarcação “Mar Verde”.

Texto de Elisabete Silva

Publicado a 09 Julho 2020
Cartão de cidadão

Na semana passada, participamos na anilhagem científica de algumas dezenas de gaivota-de-patas-amarelas na ilha da Barreta. A anilha metálica é como o nosso cartão de cidadão, único para cada ave. Já as de cor e com código, são utilizadas para que se consiga fazer a leitura da mesma em longas distâncias podendo assim descobrir o seu historial.

Rita Matos, voluntária SPEA do LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 06 Julho 2020
Caderno pedagógico LIFE Berlengas publicado na Casa das Ciências

O caderno pedagógico elaborado no âmbito do projeto Life Berlengas já se encontra disponível para descarregar na Casa das Ciências. 
Neste portal, de base colaborativa, poderá encontrar uma série de recursos para apoiar professores no ensino das ciências. 

O caderno pedagógico elaborado no âmbito do projeto Life Berlengas já se encontra disponível para descarregar na Casa das Ciências. 
Neste portal, de base colaborativa, poderá encontrar uma série de recursos para apoiar professores no ensino das ciências. 

Com este recurso criámos uma ferramenta adaptada aos currículos escolares da disciplina de Ciências Naturais dos 5.º e 8.º anos, que pode ser utilizada de forma autónoma pelos professores, para dar a conhecer o arquipélago das Berlengas.

Pode ser descarregado aqui, no website da Casa das Ciências e também no website da SPEA.

Publicado a 22 Junho 2020
LIFE Berlengas é finalista do Prémio Europeu Natura 2000

Está a decorrer a votação para o prémio Europeu Natura 2000, do qual o projeto LIFE Berlengas é finalista. O projeto surge entre os 8 finalistas, na categoria “Conservação” e foi selecionado entre 36 candidaturas nessa categoria.

Para além do prémio atribuído por um júri, o projeto está também a votação para “escolha do público” até dia 15 de setembro no site da Rede Natura 2000.

O LIFE Berlengas decorreu entre 2014 e 2019 e teve como principal objetivo devolver a essência da ilha, criando melhores condições às espécies nativas daquele habitat único, sobretudo as aves marinhas e as plantas nativas. A seleção como finalista deste prémio europeu reconhece o sucesso das ações de recuperação de habitat, através do controlo de espécies exóticas invasoras e construção de ninhos artificiais. Outro importante resultado do projeto foi a caracterização dos visitantes, e a criação do Barómetro de visitação, que pretende ser um instrumento de apoio à gestão, permitindo não só compreender e avaliar a perceção dos visitantes, mas também aferir eventuais impactos de mudanças introduzidas na gestão desta área.

Entre os sucessos do projeto destaca-se o nascimento da primeira cria de roque-de-castro na ilha da Berlenga; a remoção da quase totalidade do chorão da ilha (um “tapete” que cobria de verde uma boa parte da ilha, mas que impedia as plantas nativas de se desenvolverem); as câmaras online que permitiram a todos seguir em direto o desenvolvimento de crias de cagarra e galheta.

O Prémio Natura 2000 foi criado pela Comissão Europeia (CE) para celebrar e promover as melhores práticas para a conservação da natureza na Europa. É dedicado a recompensar a excelência na gestão e promoção da Rede Natura 2000 e na consciencialização da sua importância e dos seus benefícios para os cidadãos europeus.  Os vencedores nas 5 categorias serão revelados a 14 de outubro, em Bruxelas.

Não se esqueça - tem até dia 15 de setembro para votar, aqui!

Publicado a 05 Junho 2020
Dia Nacional do Pescador
Publicado a 26 Maio 2020
Dia internacional da Biodiversidade
Publicado a 20 Maio 2020
A cagarra

Aqui está a nossa princesa. Vocês sabem que a cagarra é uma ave marinha? É uma ave que passa maioritariamente da sua vida no mar, e só vem a terra para nidificar. Fazem longas viagens, vem da África do Sul, para pôr um único ovo por ano. Os pais passam o tempo em busca de alimento para depois trocar com o seu parceiro no ninho. Sim, porque ambos cuidam do ovo e da cria!

Nós somos uns afortunados em ter esta espécie a reproduzir-se nas Berlengas."

 

Rita Matos - Voluntária SPEA do LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 18 Maio 2020
Uma semana na ilha deserta, Faro

A SPEA tem um novo projeto de conservação no Sul de Portugal denominado LIFE Ilhas Barreira. Recentemente tive a oportunidade de participar numa semana de campo do projeto na ilha deserta de Faro.

A ilha é um oásis de vida tanto no que diz respeito a flora como a fauna. É nesta ilha que se encontra a maior colónia de gaivota-de-audouin e um dos poucos locais onde nidifica a chilreta em Portugal. O contraste da areia branca, com as flores cor-de-rosa e o mar azul têm um grande impacto no olhar e no coração. Vi osgas, um camaleão, um lagarto endémico, borboletas e inúmeras espécies de aves. Este é um verdadeiro laboratório de ciência viva!

A semana foi dedicada à monitorização de colónias de gaivotas, ratos, gatos e de chorão uma planta de caracter invasor.

A SPEA está a trabalhar para que as ilhas Barreira sejam sustentáveis e a zelar pela sua conservação a longo prazo.

É um privilégio trabalhar em locais assim repletos de maravilhas naturais.

Publicado a 29 Abril 2020
Quarantina

A palavra "quarentena" vem da antiga palavra veneziana "quarentina", que significa 40 dias. Durante as epidemias de peste negra dos séculos 14 e 15, os navios eram isolados por um período de 40 dias para tentar impedir a propagação da doença. Estamos em quarentena há mais de 40 dias e esse período de movimento restrito ajudou a controlar a expansão do Covid-19.

Portanto, tenho grandes esperanças de que, em breve, como as pessoas da quarentina dos séculos 14 e 15, eu possa voltar à vida normal e continuar o trabalho na Berlenga.

 

Edward Adler – Voluntário SPEA LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 20 Abril 2020
O mundo parou…

Há poucas coisas que me afetam como bióloga. Aprendemos a suportar condições e ambientes extremos, lidar com todo o tipo de problemas e dificuldades, e a fazer sacrifícios por aquilo que gostamos. Mas nada nos prepara para ficarmos fechados, a digerir o sentimento de incapacidade de haver tanto para fazer e não poder.

Resta continuar o árduo trabalho de escritório, e esperar ansiosamente a volta ao mundo normal. Até lá, recordar é viver.

Tânia Nascimento - Voluntária LIFE Volunteer Escapes

 

 

Publicado a 15 Abril 2020
Ainda em quarentena…

Cá estamos em mais um dia de quarentena, ocupados a inserir dados recolhidos no campo. Contudo, é menos um dia de espera ao regresso da normalidade no Mundo.

Estou ansiosa para voltar à Berlenga e ao trabalho de campo! Com certeza os inquilinos da ilha também já devem ter saudades nossas.

 

Rita Matos – voluntária LIFE Volunteer Escapes

Cá estamos em mais um dia de quarentena, ocupados a inserir dados recolhidos no campo. Contudo, é menos um dia de espera ao regresso da normalidade no Mundo.

Estou ansiosa para voltar à Berlenga e ao trabalho de campo! Com certeza os inquilinos da ilha também já devem ter saudades nossas.

 

Rita Matos – voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 13 Abril 2020
Um dia como observadora de pesca

O despertador toca às 3 horas da manhã. A sensação é de querer ficar no quentinho da cama, mas temos que nos erguer há uma aventura pela frente. A mochila foi previamente preparada no dia anterior para que nada ficasse esquecido: os binóculos, os formulários, a máquina fotográfica, o lanche, o impermeável, as galochas e por aí fora.

O dia (que ainda é noite) começa com uma caminhada até ao porto de pesca. Por mim passam apenas os padeiros que madrugam e ouvem-se algumas gaivotas, tudo o resto é silêncio.  A chegada à embarcação é sempre calorosa apesar das caras sonolentas. Há que ter ânimo e fé no dia de mar. Escolho um cantinho onde não interfira na dinâmica de pesca, mas por onde consiga observar todas as atividades. A pesca começa antes do sol nascer, mas aguardamos esse momento com ansia para que o sol nos aqueça e leve a vontade de dormir.  O humor da tripulação vai depender do que as redes ou os anzóis trazem consigo. É sempre uma festa quando há peixe à vista.

A vida a bordo é desafiante, pelos horários, pelo mar que nunca está quieto, pelo esforço físico e principalmente pela insegurança do dia-a-dia. Contudo, os dias de mar acarretam camaradagem e cenários naturais indescritíveis. O nascer-do-sol, um mar chão com peixes-lua aos saltos, um grupo de golfinhos à proa, o mergulho dos alcatrazes e por aí fora. No mar todos os dias são diferentes.

Sou tratada como parte da equipa e falamos de tudo um pouco: do preço do peixe, da falta dele, das espécies de aves marinhas, da família, da refeição que mais gostamos, de tudo.

A minha principal função é monitorizar as capturas acidentais de aves marinhas e testar medidas que as reduzam. Os pescadores têm cooperado imenso e fico grata por podermos trabalhar em conjunto e sentir que estamos a evoluir. O número de horas que passamos no mar é imprevisível, podem ser 8, 10 ou até 16, depende da quantidade de arte, do estado do mar, da quantidade de peixe capturado. Nunca sabemos a que horas chegamos a casa.

Depois de todas as redes aladas, ou dos anzóis iscados é hora de regressar. Já não estamos sonolentos, eu já preenchi todos os formulários sobre interação das aves com as artes, os eventos de pesca, o peixe que foi capturado, a medida que foi usada na tentativa de afugentar as aves. Os pescadores já cumpriram a sua missa enchendo as caixas cor-de-laranja de peixe para vender na lota. Estão ansiosos por regressar para junto da família e descansar para o dia seguinte que os trará novamente ao imprevisível e desafiante mar. Eu também regresso, não com tanta frequência, mas sempre que o mar fica mais manso.

Já lá vai um mês desde o último embarque que fiz. Confesso que já tenho saudades de navegar, de esperar pelas espécies que surgem para nos visitar, do convívio. Que esta fase passe para que todos possamos voltar ao ativo. Quem puder que fique em casa!

Texto e foto de Elisabete Silva

Publicado a 03 Abril 2020
Quarentena

Estamos agora na terceira semana de quarentena e esta vida estranha está a tornar-se realidade. Entre assistir a netflix, fazer chamadas de vídeo para os entes queridos e correr pelas ruas assustadoras e desertas de Lisboa, tenho estado a escrever o relatório referente às contagens costeiras de aves marinhas em 2019.

No entanto, tenho grandes esperanças de que poderemos retornar à Berlenga em breve e este momento desafiador em que vivemos, terminará.

 

Edward Adlard – voluntário LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 02 Abril 2020
Arranque dos embarques para o projeto Anzol+

No seguimento dos esforços que a SPEA tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos para trabalhar em prol da conservação das aves marinhas e dos nossos mares, nomeadamente com os pescadores que operam na zona de Peniche e do Arquipélago das Berlengas, promovendo a gestão equilibrada destas pescarias, foi lançado o projeto Anzol+.

Este projeto visa:
•    A certificação dos produtos de pesca capturados dentro da área da Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO); (aplicável à pequena pesca e tendo em conta os critérios de sustentabilidade ambiental, económica e social);
•    Contribuir para a recolha de informação e monitorização dos recursos pesqueiros e desta pescaria;
•    Criar um “guia” sustentável para a respetiva pesca de forma a continuar a ser aplicado mesmo após o término do projeto
•    Sensibilizar a comunidade piscatória para a importância das parcerias entre pescadores e investigadores e fomentar a criação de uma rede de processos de certificação/valorização
•    Promover a capacitação e formação dos pescadores, sendo fundamental para atingir a sustentabilidade deste setor.

A promoção de uma pesca ambientalmente sustentável, eficiente em termos de recursos, inovadora, competitiva e baseada no conhecimento, pretendendo estimular a inovação, aumentar a consciência ambiental e potenciar mais e melhor o investimento no setor das pescas é um dos objetivos desejados do Anzol+

Já iniciamos os embarques nas lanchas para fazer a caracterização da pesca à cana e palangre, esta é a primeira etapa no processo de certificação.

Publicado a 27 Março 2020
Há qualquer coisa de especial no trabalho de campo nas Berlengas

Talvez seja a força do imenso mar azul que nos cerca, ou as abruptas falésias que desafiam a coragem e nos fazem sentir tão pequenos. Mas uma coisa é certa, o orgulho que sentimos em estarmos a contribuir para algo maior que nós.

A chegada da primavera marca o início de um novo ciclo cheio de vida no arquipélago que merece ser preservada. E nós estaremos lá para assistir.

Talvez seja a força do imenso mar azul que nos cerca, ou as abruptas falésias que desafiam a coragem e nos fazem sentir tão pequenos. Mas uma coisa é certa, o orgulho que sentimos em estarmos a contribuir para algo maior que nós.

A chegada da primavera marca o início de um novo ciclo cheio de vida no arquipélago que merece ser preservada. E nós estaremos lá para assistir.

Tânia Nascimento - Voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 26 Março 2020
A Berlenga em Fevereiro

A ilha está mais verde e não é do chorão, esse continuamos a remover. Também se preparou as sementes das plantas nativas para semeá-las. Quanto à fauna, já existe alguns casais de galhetas nos ninhos, está na altura da postura. Estivemos a aconchegar os ninhos artificiais das cagarras para elas chegarem e se sentirem confortáveis novamente na sua casa.

Sem muita perturbação, fomos ver como estava o nosso painho que está quase a seguir a sua vida.

Rita Matos - voluntária do LIFE Volunteer Escapes 

Publicado a 24 Março 2020
Como distinguir corvos-marinhos?

Em Portugal ocorrem duas espécies de corvos-marinhos: a galheta e o corvo-marinho-de-faces-brancas ou comum.

Como podemos distingui-los?

Em Portugal ocorrem duas espécies de corvos-marinhos: a galheta e o corvo-marinho-de-faces-brancas ou comum.

Como podemos distingui-los?

O corvo-marinho-comum é maior, mais robusto, apresenta uma coloração preta e na época de reprodução apresenta uma penugem branca na cabeça. Por outro lado, a galheta apresenta uma crista, é mais pequena e elegante e a sua coloração é esverdeada. Podem tentar distinguir as espécies na imagem que é apresentada acima do texto.

A galheta é uma ave exclusivamente marinha enquanto que o corvo-marinho-comum já consegue viver longe do mar (em barragens no interior do país, por exemplo).

Também diferem no seu voo, enquanto o corvo-marinho voa a elevadas altitudes, a galheta voa muito próximo da linha de água.

A população de corvo-marinho-comum tem crescido por ser uma espécie de fácil adaptação, ao contrário, da galheta que tem uma população reduzida e bastante localizada. A maior parte dos casais encontram-se na ilha da Berlenga. Esta tem um estatuto de conservação vulnerável e deve ser protegida.

É comum ver ambas as espécies de asas abertas a secar as suas penas ao sol. São excelentes mergulhadores e aguentam vários minutos debaixo de água. São aves marinhas incríveis!

Publicado a 17 Março 2020
A galheta, uma ave marinha a proteger!

A galheta é um pequeno corvo-marinho que apresenta uma crista na altura de reprodução. A sua coloração é esverdeada e tem um bico fino e amarelo. É frequente vê-las pousadas em rochas de asas abertas a secar as suas penas.  Fazem os seus ninhos em falésias rochosas e colocam entre 1 a 3 ovos. São excelentes mergulhadoras e conseguem aguentar alguns minutos debaixo de água.

A maior parte da sua população nacional encontra-se no arquipélago das Berlengas. Devido à sua população reduzida e bastante localizada é uma espécie com um estatuto de conservação Vulnerável. A interação com artes de pesca, principalmente redes de emalhar, constitui a principal ameaça a esta ave de caracter mergulhador.

Nos projetos “Life Berlengas” e “MedAves Pesca” têm sido testadas medidas para tentar afastar as aves marinhas das artes de pesca, nomeadamente paineis contrastantes e luzes sinalizadoras. A SPEA continua a trabalhar no sentido de conservar espécies e contamos com a colaboração preciosa dos pescadores para tal.

Publicado a 09 Março 2020
O Airo, o símbolo da Reserva Natural das Berlengas outrora com um significado

O airo é a ave marinha que mais se assemelha a um pinguim. Tem um bico preto e fino, um corpo robusto e asas curtas. O seu voo é muito energético e sempre junto da linha de água. É mais “elegante” comparativamente com a torda-mergulheira.

Mergulha a várias dezenas de metros de profundidade, alimentando-se principalmente de pequenos peixes.

O airo é a ave marinha que mais se assemelha a um pinguim. Tem um bico preto e fino, um corpo robusto e asas curtas. O seu voo é muito energético e sempre junto da linha de água. É mais “elegante” comparativamente com a torda-mergulheira.

Mergulha a várias dezenas de metros de profundidade, alimentando-se principalmente de pequenos peixes.

Nas águas portuguesas ocorre apenas durante o inverno (novembro a março) para se alimentar e repousar. Reproduz-se no Atlântico e Pacifico norte em escarpas e falésias e coloca apenas um ovo.

O airo nidificava em grandes números na ilha da Berlenga, mas a população reprodutora sofreu um declínio populacional acentuado ao longo dos anos. Este era o único local em Portugal onde encontrava as condições ideias para nidificar. Em 1939 foram estimados cerca de 6000 casais, em 1977 foram contadas apenas 320 aves adultas, número esse que baixou para 70 em 1981. Nas décadas seguintes a população continuou a diminuir e em 2002 registou-se o último caso de nidificação conhecida. O risco de captura acidental é elevado para as redes de emalhar e palangre demersal e o surgimento das redes de emalhar são apontadas como uma das principais razões do seu desaparecimento como nidificante.

Continua a ser o símbolo da Reserva Natural das Berlengas mas atualmente, encontra-se extinto como nidificante sendo possível vê-lo apenas de passagem na sua ZPE (Zona de Proteção Especial).

Publicado a 03 Março 2020
25 dias de censos marinhos no navio Vizconde de Eza

Mais uma vez, técnicos da SPEA participaram na campanha de investigação do IPMA com a finalidade de fazer censos de aves marinhas. O percurso começou em Cádis e terminou em Caminha. As contagens foram realizadas de sol a sol em transectos previamente definidos. A metodologia usada foi a ESAS (European Seabirds At Sea).

Durante cerca de 25 dias foram registadas inúmeras espécies e milhares de indivíduos que nos nossos mares habitam ou se encontram de passagem, alimentando-se e repousando. As espécies de aves marinhas observadas foram: o airo, o alcaide, o alcatraz, a cagarra, o corvo-marinho-comum, o fura-bucho-do-Atlântico,a  gaivota-de-cabeça-preta, a gaivota-de-patas-amarelas, a gaivota-de-asa-escura, a gaivota-de-audoinii, a gaivota pequena, a gaivota tridáctila, a galheta, o guincho, o garajau-de-bico-preto, o moleiro pequeno, a negrola, o painho, o papagaio-do-mar, a pardela-balear, a pardela-de-barrete, a pardela-preta e a torda-mergulheira. A ave avistada com maior frequência e abundância foi, sem dúvida, o alcatraz que nesta altura do ano se encontra a migrar para norte para nidificar.

Também foram avistados centenas de golfinhos-comuns, dezenas de roazes e as surpresas de uma baleia-comum e, ainda, uma tartaruga boba.

Participar neste tipo de iniciativa é uma mais valia para o estudo das populações de aves marinhas ao longo dos anos. Percorrer toda a costa permite-nos obter dados preciosos e completos. Com eles, podemos perceber que espécies estão em declínio e assim proceder a uma conservação dirigida. Para além disso, temos informação sobre as migrações e o comportamento das mesmas.

Mais uma vez agrademos ao IPMA pela colaboração e a toda a tripulação do navio que foi incrível.

Publicado a 27 Fevereiro 2020
Captura acidental de espécies protegidas

Infelizmente não são apenas as aves marinhas que ficam presas acidentalmente em artes de pesca. Este problema afeta também várias espécies de cetáceos tais como o golfinho-comum ou o roaz-corvineiro. Estes animais são atraídos pelo peixe preso nas redes de emalhar e acabam por ficar emalhados e muitas vezes morrer.


Recentemente um dos observadores da SPEA acompanhava mais um teste de medidas de mitigação a bordo, quando a tripulação retirou um golfinho-comum da rede de pesca. As tripulações esforçam-se por retirar os animais das redes o mais depressa possível e em segurança, mas infelizmente na maior parte das vezes já não é possível salvar os golfinhos.
É importante continuar a sensibilizar a comunidade piscatória para este problema e envolver os pescadores no desenvolvimento de soluções. É o que está a fazer a equipa do CCMAR da Universidade do Algarve no âmbito do Projeto Inovpesca. De forma a reduzir a interação entre espécies protegidas e pescarias costeiras no sotavento algarvio, estão a ser testados alarmes acústicos em redes de emalhar em embarcações de Olhão e Quarteira. Os ensaios ainda estão a decorrer mas os resultados obtidos até agora são muito promissores. Para mais informação visite a página do projeto aqui.

Publicado a 31 Janeiro 2020
No fim do mundo

Na minha primeira semana de voluntariado na SPEA, tive a incrível oportunidade de viajar para as ilhas da Berlenga e Farilhões. A primeira noite foi passada nos Farilhões onde estivemos a verificar todos os ninhos (artificiais e naturais) de roque-de-castro e anilhamos as aves adultas e as crias encontradas. Este foi o ponto alto da minha primeira semana.

Estou certo que nos próximos meses ainda terei muitas outras experiências fantásticas.

Edward Cormac Adlard – voluntário do LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 30 Janeiro 2020
Quiosques interativos disponíveis nas associações em pescadores de Peniche

No âmbito do projeto “MedAves Pesca” foram instalados quiosques interativos nas Associações de pescadores em Peniche (CAPA e Opcentro). Com o lançamento do website do projeto surge a necessidade de fazer chegar a todos os pescadores a informação recolhida ao longo do nosso percurso.

Pretendemos partilhar as medidas que temos vindo a desenvolver e a testar para diminuir as capturas acidentais de aves marinhas, dar indicações sobre boas práticas de pesca e gestão do lixo no dia-a-dia e, ainda, mostrar o trabalho que tem sido desenvolvido em conjunto através de uma galeria com testemunhos dos próprios pescadores.

Os técnicos da SPEA irão estar nas associações pontualmente para incentivar o uso dos quiosques por todos que por ali passarem.

Esta é uma iniciativa que tem como finalidade apelar, sensibilizar e criar proximidade com a comunidade piscatória.

Estamos gratos pela colaboração de ambas as associações.

Publicado a 27 Janeiro 2020
O MAR2020 está a apoiar a redução das capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca
Publicado a 20 Janeiro 2020
Website do projeto MedAves Pesca

 

O Projeto MedAves Pesca, coordenado pela SPEA e financiado ao abrigo do Mar2020, tem agora uma nova cara, no endereço www.medavespesca.pt. Aqui é possível encontrar mais detalhes sobre este projeto cujo objetivo principal é testar medidas de mitigação que ajudem a resolver o problema das capturas acidentais de aves marinhas. Terão oportunidade para explorar as ações no terreno e os principais resultados obtidos até agora, tirar dúvidas em relação à identificação das aves marinhas que ocorrem na região das Berlengas e ainda aprender formas de reduzir o lixo marinho. É ainda possível navegar pela galeria com fotos e testemunhos dos pescadores envolvidos e ir acompanhando a equipa na seção de notícias.

2019

Publicado a 16 Dezembro 2019
Obrigada Ana Teresa!

Na minha última semana de voluntariado na Berlenga tive a oportunidade de ver o nascer do sol várias vezes quando iniciava o transecto pela ilha para verificar se há presença de coelho. Os dias começavam bem cedo mas foi bom iniciar o trabalho com as cores do amanhecer.

Também fizemos trabalho com vegetação, desde a remoção de chorão à realização de sementeira para ajudar as espécies autóctones a recuperar.

Foi mais uma semana de aprendizagem e com experiências para recordar.

Publicado a 03 Dezembro 2019
“Quero olhar para o céu”, SPEA junta-se ao “Movimento Azul”

O “Movimento azul” é uma associação orientada para a comunicação de ciência e proteção do Oceano. Convidaram a SPEA para realizar uma atividade intitulada “Quero olhar para o céu”. Começamos por fazer uma observação de aves no cabo Raso pouco depois do nascer do sol.

Vimos várias espécies de aves marinhas (o alcatraz, a galheta, a negrola e as gaivotas), aves limícolas (rola-do-mar e maçarico) e ainda alguns passeriformes (rabirruivo e petinha).

Do cabo raso, seguimos para a praia do Guincho para uma recolha de lixo. Apesar da praia ter acesso a limpezas regulares conseguimos juntar cerca de 12kg de lixo. A maior parte deste, era constituído por artes de pesca desde pedaços de redes a cabos.

Mesmo com alguma chuva e frio os participantes mostraram entusiasmo, vontade de aprender e de partilhar conhecimento. Esperamos que este tipo de iniciativa dê o exemplo e permita às pessoas olhar para o céu, verem que temos uma riqueza natural incrível, e ainda, cuidarem deste sitio que é a casa de todos: o planeta azul.

Esta foi também uma forma de comemorar o 26º aniversário da SPEA e participar no Bigday que tem como objetivo registar o maior número de espécies de aves num só dia.

Publicado a 26 Novembro 2019
Dia Nacional do Mar é celebrado com campanha de sensibilização do projeto MedAves Pesca da SPEA

A SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) começou a trabalhar próxima da comunidade piscatória de Peniche no âmbito do projeto de conservação na Reserva Natural das Berlengas com o Life Berlengas (2014-2019).

A captura acidental em artes de pesca é uma das três maiores ameaças às aves marinhas, causando a morte de milhares de aves todos os anos. As aves são atraídas pelo peixe preso nas redes de emalhar, ou pelo isco usado no palangre. Quando tentam aproveitar esta tentação, aves como os alcatrazes ficam presas e acabam por morrer afogadas.

Após a conclusão do projeto em que foi possível perceber quais são as espécies de aves marinhas mais suscetíveis a captura acidental, as artes de pesca mais prejudiciais e, ainda, as zonas mais problemáticas de ocorrência, acresce a necessidade de criar medidas que nos permitam reduzir ou mesmo eliminar estes episódios. Nasceu assim o projeto “MedAves Pesca” financiado pelo programa operacional Mar2020 e com parceria com a ADEPE (Associação para o Desenvolvimento de Peniche). Este projeto visa testar duas medidas de mitigação nas artes de pesca que apresentam maior taxa de capturas de aves marinhas: o palangre e as redes de emalhar.

Na arte do palangre encontramo-nos a testar um papagaio afugentador. Este fica preso na boia de sinalização da arte, apresenta uma silhueta de ave de rapina, simulando assim a presença de um predador.

Nas redes de emalhar, iremos testar luzes sinalizadoras com emissão de luz verde. O objetivo da luz é simular um perigo/uma barreira e assim inibir a ave de mergulhar na rede.

Durante os dias 14 e 15 de novembro, de forma a assinalar o Dia Nacional do Mar, técnicos da SPEA percorreram o porto de pesca de Peniche para conversar com os pescadores sobre a problemática das capturas acidentais de aves marinhas e divulgar o projeto em vigor. Também marcamos presença nas Associações de Pescadores Cooperativa dos Armadores de Pesca Artesanal e Cooperativa da Pesca geral do centro (CAPA e Opcentro, respetivamente), Docapesca e Capitania.

Brevemente iremos facultar 2 dispositivos digitais, em ambas as associações de pescadores, para que estes possam explorar um website sobre o projeto com informações diversas tal como ações simples que podem adotar na sua faina diária não só para evitar apanhar aves mas também para serem mais amigos do ambiente e do mar que lhes dá sustento.

Os pescadores foram muito recetivos e partilharam as suas experiencies connosco, tanto sobre as aves marinhas como também sobre os desafios do trabalho no mar. No total, abordamos cerca de 60 pescadores. Mostramos as medidas de mitigação que usamos, oferecemos material de divulgação e falamos na importância de seguir boas práticas de pesca para diminuir o risco de capturar as aves. Também os pescadores ficam prejudicados ao capturar aves dado que danificam o material e perdem tempo. Por isso, um trabalho conjunto é o essencial para arranjar medidas eficazes e simples de aplicar. Um trabalho continuo junto da comunidade piscatória é essencial para criar laços de confiança e camaradagem e esperamos poder continuar a ter a colaboração das tripulações.

Queremos agradecer às associações que se disponibilizaram para receber os quiosques interativos, aos pescadores que têm colaborado connosco, à ADEPE por todo o apoio e ainda, à radio local 102 fm por nos ter oferecido o spot publicitário e entrevistado de forma a ajudar divulgar o nosso trabalho.

Publicado a 14 Novembro 2019
Até à próxima Cristina!

A última semana nas Berlengas foi muito distinta uma vez que passei 5 noites no Farilhão a anilhar roques-de-castro e a construir ninhos artificiais de cagarra. Foi uma experiência espectacular para fechar estes 6 meses de voluntariado com a SPEA pois, anilhar é das tarefas que mais gosto de fazer no campo.

Também tive oportunidade de visitar alguns sítios com as minhas companheiras, tais como Sagres, Peniche, Aveiro, Coimbra e fazer os passadiços do Paiva. Muito obrigada por tudo e espero voltar em breve

Cristina Marques, voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 11 Novembro 2019
O que fazer se encontrar uma ave ou mamífero marinho ferido?

Durante o Outono e Inverno o número de animais que arrojam nas nossas praias aumenta exponencialmente devido às condições meteorológicas adversas e elevado número de imaturos e inexperientes que fazem pela primeira vez a sua migração. É importante saber como atuar caso a ave ou mamífero marinho ainda se encontre vivo, mas ferido e/ou debilitado.

Deve aproximar-se do animal com cautela para que este não se assuste. Usar uma peça de roupa para auxiliar a sua captura (no caso de ser uma ave) para se proteger das bicadas. De seguida, deve ser colocada numa caixa e devem ser de imediato contactadas as autoridades (ICNF, Polícia Marítima ou SEPNA) para que estas possam autorizar e assegurar o transporte para um centro de reabilitação.

Caso a ave já esteja morta, devem ser retiradas as seguintes informações e enviadas à SPEA para spea@spea.pt: data, hora e localização da captura, espécie de ave (se possível com foto) e causa de mortalidade se for evidente (artes de pesca associadas ou derrames de nafta, por exemplo) ou então submeter esses dados directamente no seguinte link: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/arrojamentos/.

Seguem os contactos essenciais para o caso de encontrar um animal arrojado nestas condições:

RAMM – ABRIGOS - Rede de Apoio a Mamíferos Marinhos 968 849 101

CRAM – Ecomare Centro de Reabilitação de Animais Marinhos 919 618 705

SEPNA Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR 808 200 520

SPEA Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves 21 322 04 30

 

Se encontrar o animal na zona de Peniche:

Polícia Marítima de Peniche (Piquete) 918 498 039

Reserva Natural das Berlengas 262 787 910

Publicado a 08 Novembro 2019
“MedAves Pesca” reúne com associações de pescadores e prepara campanha de sensibilização em Peniche

A equipa do departamento marinho da SPEA reuniu com as duas associações de pescadores de Peniche, CAPA e Opcentro, para apresentar o projeto “MedAves Pesca”. Em simultâneo, pedimos apoio e divulgamos a campanha de sensibilização que decorrerá nos próximos dias 14 e 15 de novembro no porto de pesca de Peniche de forma a celebrar o Dia Nacional do Mar.

O objetivo da campanha é divulgar pela comunidade piscatória o nosso trabalho, distribuir materiais sobre o projeto e ainda facultar 2 dispositivos digitais, em ambas as associações de pescadores, para que estes possam explorar uma aplicação sobre o projeto. Na aplicação está disponível informação essencial sobre as aves marinhas, a problemática das capturas acidentais em artes de pesca, medidas de mitigação e ainda boas práticas de pesca acessíveis a todos. Fomos recebidos com muita boa vontade e interesse e estamos gratos pela colaboração de todos. Uma vez mais, obrigada à Adepe (Associação para o Desenvolvimento de Peniche) por nos ter acompanhado e por estar disponível para qualquer iniciativa.

Nota: a iniciativa está a ser apoiada e divulgada pela rádio local de Peniche fm102 pelas 10:40 e 13:20h todos os dias.

Publicado a 29 Outubro 2019
Anilhagem de passeriformes

Estamos a seguir as aves migradoras na ilha da Berlenga, preparando várias sessões de anilhagem ao longo do outono.

Publicado a 28 Outubro 2019
Anilhagem de gaivotas na Berlenga

Estamos a anilhar gaivotas-de-patas-amarelas na Ilha da Berlenga, para saber por onde andam. Se observar uma gaivota desta espécie com uma anilha amarela com inscrição a preto, anote o código e envie para nuno.oliveira@spea.pt.

Publicado a 17 Outubro 2019
Luzes sinalizadores em redes de emalhar

A SPEA, no âmbito do projeto MedAves Pesca, irá testar uma nova medida de mitigação para reduzir ou mesmo eliminar as capturas acidentais de aves marinhas. Esta experiência consiste na colocação de luzes sinalizadoras de cor verde no cabo de flutuação das redes de emalhar.

Alguns estudos realizados noutros países mostraram resultados positivos em que a percentagem de capturas de aves reduziu significativamente na presença das luzes. O objetivo é que a ave se aperceba que há perigo e não se aproxime. Iremos começar com os embarques este mês e em breve partilharemos resultados. Uma vez mais, os pescadores de Peniche mostraram-se disponíveis e entusiasmados com o projeto.

Publicado a 02 Outubro 2019
“Life Berlengas” e “MedAves Pesca” no Festival Sabores do mar em Peniche

A equipa do departamento marinho da SPEA esteve presente no Festival Sabores do Mar em Peniche para falar dos projetos de conservação que atuam na Reserva Natural das Berlengas e respectiva ZPE (Zona de Proteção Especial). No espaço “SeaTalks” foram realçados os resultados das ações do “Life Berlengas” e apresentados os principais objetivos do “MedAves Pesca”.

O debate foi bastante interativo, o público mostrou-se curioso e interessado no nosso trabalho. Os assuntos mais polémicos e questionados ao longo de vários dias foram desde o desaparecimento do airo como reprodutor da Berlenga, controle da população de gaivota-de-patas-amarelas, arranque do chorão e a erradicação do rato-preto e do coelho. Este tipo de evento é muito importante porque permite que os nossos projetos cheguem ao conhecimento de todos, inclusive dos locais. Muito têm dúvidas sobre aquilo que fazemos e é crucial existirem momentos destes onde as perguntas são respondidas de forma fundamentada. É neste contexto que a ciência chega a todos e recebemos o seu feedback. Contamos com o apoio do ICNF e da ADEPE para divulgar o nosso trabalho nos seus stands.

Publicado a 30 Setembro 2019
Censos de aves marinhas pela costa portuguesa

Durante duas semanas foram realizados censos de aves marinhas a bordo de um navio espanhol “Angeles Alvarino” em parceria com a equipa do IPMA.

A viagem começou no Porto e terminou em Sagres. Durante 16 dias foram registadas inúmeras espécies de aves marinhas que usam as nossas águas para se alimentar, descansar ou mesmo viver permanentemente.

Durante duas semanas foram realizados censos de aves marinhas a bordo de um navio espanhol “Angeles Alvarino” em parceria com a equipa do IPMA.

A viagem começou no Porto e terminou em Sagres. Durante 16 dias foram registadas inúmeras espécies de aves marinhas que usam as nossas águas para se alimentar, descansar ou mesmo viver permanentemente.

O mar esteve calmo o que permitiu ao observador uma visibilidade e conforto ideal para permanecer à proa e registar avistamentos incríveis.

As espécies de aves registadas foram as seguintes: gaivota-de-patas-amarelas, gaivota-de-asa-escura, gaivota-pequena, gaivota-de-cabeça-preta, moleiro pequeno, moleiro grande, alma-de-mestre, roque-de-castro, alcatraz, pardela-balear, pardela-preta, fura-bucho-do-Atlântico, cagarra, negrola, garajau-de-bico-preto e famego.

Foram ainda avistados centenas de golfinhos-comuns na zona norte e centro do país e pontualmente avistados roazes, os tímidos botos e baleias-anãs.

Uma campanha em alto mar dá-nos a oportunidade de recolher informação valiosa que nos permite conhecer a realidade do estado das populações. Só com este tipo de informação é que podemos avançar e aplicar medidas de conservação adequadas.

Publicado a 16 Setembro 2019
Cristina e o LIFE Volunteer Escapes

Nas últimas semanas estive no escritório da SPEA, a observar as fotos e vídeos que recuperamos das câmaras instaladas nos Farilhões. O objetivo é conhecer a situação dos ninhos de cagarra expostos e que podem ser predados pelas gaivotas-de-patas-amarelas. Também participei no seminário do LIFE Volunteer Escapes que decorreu em Vila Nova de Gaia.

Foi muito interessante conhecer outros projetos e voluntários, além de poder visitar a cidade do Porto.   

Publicado a 04 Setembro 2019
Nova voluntária Life Volunteer Escapes/pós-Life Berlengas

Olá sou a Raquel Crespo. A minha chegada a Portugal foi marcada por várias anedotas, mas se tenho que eleger a mais engraçada de todas elas, sem dúvida foi descobrir que o Gulosus aristotelis tem o nome de “galheta” xD.

p.s. Galheta em espanhol é bolacha.

Olá sou a Raquel Crespo. A minha chegada a Portugal foi marcada por várias anedotas, mas se tenho que eleger a mais engraçada de todas elas, sem dúvida foi descobrir que o Gulosus aristotelis tem o nome de “galheta” xD.

p.s. Galheta em espanhol é bolacha.

Publicado a 26 Agosto 2019
Técnicos da SPEA ficam certificados em Segurança Básica no mar (STCW)

Uma das funções dos técnicos do departamento marinho da SPEA é a realização de embarques a bordo de embarcações de pesca comercial e/ou navios de investigação.

No âmbito do projeto “MedAves Pesca” foram financiados cursos de certificação em Segurança Básica no mar para maior segurança e conhecimento dos observadores. A formação teve como unidades curriculares primeiros socorros, conduta responsável a bordo, técnicas pessoais de sobrevivência e combate a incêndios. A componente prática foi o auge da formação em que os formandos tiveram a oportunidade de se aproximar bastante a uma real emergência (abertura de jangada, resgatar um colega da água, apagar incêndios de varias classes etc).

Este tipo de formações é essencial para quem trabalha no mar, é nos dada uma preparação que nos ajuda a reagir em futuras situações de emergência.

 

Texto de Elisabete Silva

©Formar

Publicado a 09 Agosto 2019
As Berlengas no mês de Maio

Na última semana de Maio, quando estive nas Berlengas, fizemos a monitorização dos ninhos de galhetas bem como a anilhagem de crias.

Ambas as atividades são muito interessantes de realizar pois é nos possível observar o comportamento das galhetas durante mais tempo e também porque a informação que recebemos em retorno é de grande importância para perceber a evolução da população de galhetas na Berlenga.

Ana Teresa Pereira, voluntária do LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 05 Agosto 2019
E a vida não é só trabalho...

Estas últimas semanas tenho estado a trabalhar no escritório da SPEA, dedicando-me aos dados de vegetação das Berlengas. Com estes dados pretende-se comparar a presença das diferentes espécies na ilha e como a sua distribuição tem variado ao longo dos últimos anos. Mas como nem tudo é trabalho, partilho uma foto de Sintra que visitei no último domingo.

 

Estas últimas semanas tenho estado a trabalhar no escritório da SPEA, dedicando-me aos dados de vegetação das Berlengas. Com estes dados pretende-se comparar a presença das diferentes espécies na ilha e como a sua distribuição tem variado ao longo dos últimos anos. Mas como nem tudo é trabalho, partilho uma foto de Sintra que visitei no último domingo.

 

Cristina Marques, Voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 02 Agosto 2019
A última semana da Camila

Esta foi a minha última semana de voluntariado neste projeto, e foi passada nas Berlengas. Nestes últimos dias pude participar em atividades que ainda não tinha realizado durante os 3 meses em que aqui estive, e das quais gostei muito, como a anilhagem de crias de gaivotas e a visita aos farilhões para observação dos ninhos de cagarras.

Adorei participar neste voluntariado, e adorei compreender como elementos da fauna e da flora coexistem neste pequeno recanto, e só espero que mais pessoas consigam observar esta ilha como eu tive oportunidade de fazer.

 

Camila Barradas, voluntária no projeto Life Berlengas.

Publicado a 24 Julho 2019
SPEA no Seminário Nacional de Coastwatch de 2019 na ESTM, Peniche

Nos dias 11 e 12 de julho de 2019, decorreu o Seminário Nacional de Coastwatch na ESTM (Escola Superior de Turismo do Mar) em Peniche. Ambos os dias foram recheados de apresentações de temas variados e de elevado interesse ecológico, desde gestão de recursos naturais, a construções de energia renovável à conservação e valorização de espécies.

A SPEA esteve presente com uma apresentação sobre os arrojamentos de aves marinhas na costa portuguesa entre os anos de 2011 e 2019. Nesta apresentação foi dado destaque às espécies que mais arrojaram, às ameaças detetadas e ainda feito um apelo ao público geral para que contribuam na realização de inspeções costeiras.

Uma vez que o seminário se focava na monitorização do litoral fez todo o sentido integrar a equipa de oradores.

Este tipo de eventos é uma mais valia para a divulgação do estado dos nossos oceanos, para a partilha de conhecimentos e para sensibilizar e apelar a uma melhor gestão dos nossos valiosos e limitados recursos e proteção de espécies.

Texto de Elisabete Silva

Publicado a 18 Julho 2019
Voluntária LIFE Volunteer Escapes_Ana Teresa

O trabalho continua na Berlenga! Tivemos como tarefas o controlo e monitorização das espécies invasoras. Em relação ao rato-preto fizemos monitorização da população para perceber se a sua ausência se confirma e no caso do chorão, que ainda existe na Berlenga, foi feita a remoção em algumas áreas da ilha.

É um trabalho que requer intervenção e monitorização constantes e de grande importância para a preservação das aves marinhas e da flora nativa.

Ana Teresa Pereira

Publicado a 17 Julho 2019
Voluntária LIFE Volunteer Escapes_Cristina

Faz um mês que estou vivendo em Portugal e aos poucos já entendo melhor o idioma e até posso dizer alguma palavra em Português. As 3 semanas passadas nas Berlengas foram espetaculares e estou desejando voltar. Aquela ilha tem magia!

Entretanto estou na sede da SPEA a trabalhar com uma base de dados de aves costeiras invernantes em Portugal, o que me está a permitir aprender os nomes das aves em Português. Mantenho-os informados.

Publicado a 16 Julho 2019
Voluntária LIFE Volunteer Escapes_Camila

Nas últimas semanas tenho estado na sede da SPEA em Lisboa a trabalhar na produção do relatório de censos RAM em Portugal continental no ano de 2018. Apesar de aparentar não ser tão interessante como o trabalho de campo na ilha, este relatório está a permitir-me aprender muito sobre as espécies observadas, devido à pesquisa necessária para o construir.

Anteriormente, na segunda estadia nas Berlengas, tive oportunidade de assistir à anilhagem de uma galheta adulta, que por ser inesperado tornou o momento mais emocionante.

Camila Barradas

Publicado a 10 Julho 2019
Os nossos pescadores

Muito obrigada aos pescadores que têm colaborado com a SPEA e que acreditam no nosso trabalho.

No Dia Nacional do Pescador queremos agradecer e homenagear os vários pescadores que têm trabalhado connosco no projeto MedAves Pesca. Só a trabalhar em conjunto é que conseguimos minimizar a captura acidental de aves. 

Publicado a 28 Junho 2019
Capturas acidentais de aves marinhas no palangre

Os embarques de monitorização de capturas acidentais com medidas de mitigação continuam na ZPE das ilhas Berlengas.

Na arte do palangre as espécies mais afetadas têm sido o alcatraz, principalmente imaturos, e as cagarras que ali nidificam. Uns ficam presos pelo bico, outros pelas asas ou patas.

Sempre que as aves se encontram vivas e com os anzóis em zonas superficiais (no bico, por exemplo), os pescadores retiram a arte com cuidado e devolvem o animal ao mar. Se os ferimentos forem graves, (se os anzóis estiverem no trato digestivo, por exemplo) sabem que não devem retirar os anzóis e devem contactar organizações como o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas) ou o CRAM (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos).

O dispositivo afugentador tem estado na água e não têm ocorrido capturas de aves próximas deste. Os pescadores acreditam que esta medida pode mesmo fazer a diferença.

Os embarques irão continuar e esperemos ter boas notícias em breve.

Segue um vídeo da libertação de um alcatraz imaturo capturado acidentalmente na arte do palangre.

 

Texto e vídeo de Elisabete Silva

Publicado a 28 Junho 2019
Ana Teresa Pereira

Esta semana tivemos uma formação em trabalhos verticais, com o principal objetivo de nos preparar para a remoção de chorão em locais com declive mais acentuado. Foi uma agradável estreia para nós. Aprendemos quais os materiais usados, como fazer descidas e subidas em falésias, bem como técnicas de resgate.

Foi uma experiência bastante gratificante pela atividade em si mas também pela utilidade que estas novas capacidades vão ter no futuro.

 

Voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 27 Junho 2019
Camila Barradas

Na primeira semana de voluntariado na ilha da Berlenga tive oportunidade de participar em diversas atividades, entre as quais o mapeamento da vegetação, onde consegui aprender a reconhecer algumas espécies da flora das Berlengas, monitorização dos ninhos de galhetas, onde observei as interações entre progenitores e crias, montagem de ratoeiras e ainda observei e ouvi bem de perto as cagarras.

 

Voluntária LIFE Volunteer Escapes

Publicado a 25 Junho 2019
Cristina Marqués

Olá sou a Cristina, voluntária do projeto LIFE Volunteer Escapes na ilha da Berlenga. Passei uma semana na ilha e foi uma experiência muito boa e enriquecedora. Realizamos atividades muito variadas como a monitorização de ninhos de galheta, quadrados de vegetação, recolha de sementes e monitorização de ratoeiras.

Estou muito contente com esta primeira visita à ilha e quero voltar para aprender mais sobre a sua biodiversidade e conservação.

Voluntária LIFE Volunteer Escapes

 

Publicado a 20 Maio 2019
O impacto das rejeições

São muitas as espécies de peixe capturadas sem qualquer valor comercial, sem tamanho mínimo ou então num estado impróprio para venda. No caso das redes de emalhar as espécies com maior taxa de rejeição são a sarda, a cavala e a sardinha. Como se trata de peixe miúdo e de fácil alcance as aves marinhas aproveitam para se alimentarem.

Esta interação aumenta a probabilidade de serem capturadas na arte principalmente durante a largada diurna das redes. É de extrema importância as redes estarem limpas e as rejeições serem realizadas fora do evento de pesca. O alcatraz é a espécie mais afetada por esta arte dado que mergulha com regularidade na rede para se alimentar.

Texto e foto de Elisabete Silva

Publicado a 16 Maio 2019
Alcatrazes vistos do Noruega

Na Zona de Proteção Especial de Aveiro/Nazaré, contámos algumas centenas de alcatrazes - uma das espécies mais comuns na nossa costa. Alguns aproximaram-se bastante do barco! Nesta espécie também é possível perceber a sua idade através das diferenças na plumagem. Estas contagens estão a ser realizadas no âmbito do recente projeto da SPEA, MedAves Pesca (MAR-01.04.02-FEAMP-0023).

Publicado a 14 Maio 2019
Há vida nova a despontar nas Berlengas

O projeto Life Berlengas tem vindo a recuperar a biodiversidade do pequeno arquipélago. E para os resultados serem duradouros, pescadores, empresas turísticas e outros agentes locais estão empenhados na proteção da reserva natural. Envolver a comunidade foi um dos objetivos do trabalho da equipa do CICS.NOVA, participante deste projeto europeu que arrancou em 2014 e foi prolongado até junho de 2019. Retrato de um dia de missão com investigadores da NOVA FCSH, na Berlenga Grande.

É preciso sair da proteção natural da península de Peniche, para se ficar a conhecer o verdadeiro estado do mar. Faz parte do fascínio de ir às Berlengas saber que os humores do Atlântico são particularmente imprevisíveis nesta zona e podem mesmo transformar a travessia numa aventura radical, avisam os companheiros de viagem. Mas hoje a ondulação está fraca, apesar dos efeitos do vento fazerem respingar a bombordo e, em menos de meia hora, o biólogo Ricardo Nogueira Mendes e o geógrafo Carlos Pereira da Silva, do CICS.NOVA, chegam ao destino sem sobressaltos. O propósito da sua vinda é retirar as câmaras e os contadores que ainda restam na ilha e ajudam a traçar um retrato rigoroso dos visitantes. “Quantos são e quem são — esse é o ponto central da nossa participação”, afirma Carlos Pereira da Silva, líder da equipa do CICS.NOVA. Além do equipamento situado em pontos estratégicos, de modo a contar quem passa, o perfil dos visitantes foi completado com campanhas de inquéritos. De maio a setembro, chegaram a valores que rondam os 65 mil visitantes, em 2015, 79 mil em 2016, com as estimativas para 2017 e 2018 a ultrapassarem os 80 mil. Mais, constataram que em vários dias estão mais de 1200 pessoas simultaneamente na ilha, o triplo da capacidade de carga que se calcula como máxima para a Berlenga Grande, uma vez que o acesso aos ilhéus é muito restrito. Trata-se de uma medida que estima o máximo de pessoas que devem estar ao mesmo tempo num território, de forma a não comprometer, entre outros, os recursos naturais. “A ilha tem cerca de 1 km2 e só se pode circular pelos trilhos, por se tratar de uma reserva natural”, explica o geógrafo. “Não tem água — toda a água tem de ser transportada para cá —, as infraestruturas, como as casas de banho, são limitadas e há outra questão importante a ter em conta neste cálculo: a segurança.” São os próprios visitantes que consideram excessivo o número de pessoas na ilha, como revela o barómetro do CICS.NOVA. Quem visita a ilha pela primeira vez ainda revela alguma tolerância, enquanto os visitantes regulares são bem mais críticos. É difícil imaginar um território tão pequeno e com uma circulação restrita aos trilhos a abarcar mais de um milhar de pessoas. O mês de setembro está quase a terminar e parece um autêntico dia de verão, ainda que o calendário diga que já começou o outono. Mas não há dúvidas de que a época alta acabou, tão poucos os turistas, nacionais ou estrangeiros, que se avistam. Paramos junto ao cimo da falésia, para que Ricardo Nogueira Mendes retire a câmara que está sobranceira ao areal e ao porto, um local estratégico para se retratar o movimento de um dia de visitas intensas. Fazendo jus ao lugar-comum, uma imagem vale mais que mil palavras ou, no caso, a sucessão de imagens tiradas automaticamente a intervalos de 10 minutos. “No pico de utilização, chegam a contar-se 300 pessoas” na pequena área de areia que nem sequer está classificada como praia, diz Ricardo Nogueira Mendes. Nem o cordão que define a distância de proteção de derrocadas é respeitado. Começa por ser usado para pendurar as toalhas, bastando que o sol se torne mais forte para que alguém ultrapasse a barreira e logo haja quem lhe siga o exemplo, até não haver qualquer distinção entre a zona segura e de risco.

Recuperar a natureza

Já não se veem coelhos por estas paragens, o que é um bom sinal para a recuperação da flora endémica da ilha. Trazida pelo homem, é uma espécie invasora que se alimenta de praticamente todas as plantas, levando inclusive a que grandes áreas da ilha ficassem descobertas de vegetação. Por outro lado, também contribuiu para a erosão do solo, através da construção de tocas e túneis. Outra espécie invasora que parece já erradicada é o rato-preto. Ao longo da ilha, ainda se existem uma série de armadilhas, mas atualmente só para controlar se o isco se mantém intacto. Com o seu desaparecimento eliminou-se uma das ameaças às aves marinhas, cuja proteção faz parte dos objetivos do Life Berlengas. Vinda do ar, a gaivota-de-patas-amarelas é também uma ameaça. No entanto, a sua população já foi reduzida. O controlo foi feito através da inviabilização de alguns ovos nos ninhos — continuam a ser chocados, mas por terem sido furados não dão origem a uma nova cria; caso fossem destruídos, a gaivota poderia voltar a pôr um novo ovo. Além de concorrerem com o território de nidificação de outras aves, os seus dejetos nitrificam o solo em demasia, contribuindo, a par do coelho e do rato-preto, para que espécies endémicas tenham quase desaparecido. Foi o caso da arméria-das-berlengas, criticamente ameaçada, e da pulicária-das-berlengas e da herniária-das-berlengas, cujo estado é considerado vulnerável. Outro fator foi uma espécie invasora que tomou conta dos seus habitats: o chorão. Atualmente já é visível que o coberto vegetal é feito principalmente da vegetação natural da ilha, incluindo as pequenas plantas autóctones que só se tornam evidentes nos períodos de floração. O chorão foi arrancado da maior parte do solo, persistindo ainda um tapete na rocha a ladear o areal, deixado intencionalmente para não aumentar o risco de erosão da falésia. No resto da ilha, veem-se apenas alguns tapetes a secar, de raízes para cima. Secos são muito menos pesados e mais fáceis de recolher, para serem depois destruídos. Ainda assim, o seu reaparecimento continua a precisar de ser controlado.

Respeitar os resultados

“O principal objetivo do Life Berlengas era recuperar todo este ecossistema, mas reconhecendo que tem uma importância económica muito grande, principalmente para Peniche. Significa que — vamos ser realistas — também tínhamos de disciplinar a visitação”, diz o responsável da equipa do CICS.NOVA, sintetizando as ideias-chave do projeto. Por isso, outra das componentes da intervenção foi a sensibilização dos principais grupos de interessados: os pescadores e os operadores turísticos, que asseguram as travessias e as visitas. Nesse sentido, organizaram diversos workshops para os envolver e comprometer com os resultados. “Ganhar a confiança é muito importante e demora tempo”, diz Carlos Pereira da Silva. E é aqui que o know-how das ciências sociais pode fazer a diferença. “Começámos por perguntar aos pescadores e aos operadores turísticos o que queriam que a Berlenga fosse daqui a cinco anos. E então explicámos o que era necessário mudar para que isso fosse possível e, com isso, sentiram-se parte do processo”, exemplifica. Os objetivos eram claros: “Queríamos partilhar os resultados, ouvir a sua opinião sobre eles e que os validassem.” E foi o que sucedeu, com os operadores marítimo-turísticos a aceitarem os números de visitantes apurados e eles próprios a concordarem que era necessário controlar a visitação. “Neste momento, não existe nenhuma área protegida em Portugal com tanta e tão boa informação sobre a visitação como esta”, diz o geógrafo. “Claro que há condições especiais que o justificam: é uma área pequena e o acesso é relativamente controlado, por se tratar de uma ilha. Mas desenvolvemos metodologias muito eficazes, com um erro inferior a 10%, e que vamos usar noutros locais.” Só o decorrer do tempo permitirá saber como este pequeno território se foi regenerando. Por ora, foi com entusiasmo que a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) anunciou que o pequeno roque-de-castro voltou a nidificar na Berlenga, quando antes só se avistava nos ilhéus. Quem sabe se o airo volta a chamar casa ao arquipélago, tornando vivo o símbolo da reserva que há quase duas décadas não nidifica por estas paragens. O projeto Life Berlengas é coordenado pela SPEA e tem como parceiros, além da equipa da NOVA FCSH, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Câmara Municipal de Peniche, tendo ainda a Escola Superior de Tecnologia e do Mar do Instituto Politécnico de Leiria como observador. O projeto, que decorre de 2014 a 2019, é cofinanciado pelo Programa LIFE+ da União Europeia e pelo Fundo Ambiental.

Texto: Alda Rocha - FCSH

 

Publicado a 13 Maio 2019
O que faz um observador de pescas na SPEA?

Muitos nos perguntam o que faz um observador de pescas na SPEA. No âmbito do projeto “MedAves Pesca” vamos para o mar em embarcações de pesca comercial que operam as artes do palangre e redes de emalhar.

Fazemos a monitorização de capturas acidentais de aves marinhas, registamos a interação das várias espécies com a arte, apontamos os detalhes do evento de pesca tal como as espécies e quantidade de pescado capturado. Para além disso, encontramo-nos a testar medidas que visam reduzir ou mesmo eliminar as capturas acidentais de aves marinhas. A nossa presença é muito importante a bordo para tentarmos recolher o máximo de informação possível sobre a eficácia da medida.

Um observador de pescas é ainda o elo de ligação entre a ciência e o sector da pesca. Tem o papel de sensibilizar e promover a sustentabilidade.

Texto e fotografia de Elisabete Silva

Publicado a 11 Abril 2019
Contagens de aves marinhas, e não só, a bordo do NI Noruega do IPMA

Já começou mais uma campanha para monitorizar as aves marinhas que utilizam a nossa costa durante o inverno. Durante cerca de 40 dias, técnicos da SPEA cobrem toda a costa continental portuguesa.

Este trabalho está a ser realizado no âmbito do pós-Life Berlengas e do recente projeto da SPEA, MedAves Pesca

Publicado a 28 Março 2019
Se virem aves anilhadas…

A anilhagem científica constitui uma ferramenta essencial para o estudo científico das aves. Trata-se de um método de investigação baseado na marcação individual das aves, em geral com uma anilha de metal e/ou de cor onde se encontra gravada uma combinação de caracteres única. Uma anilha funciona como um bilhete de identidade da ave.

Qualquer registo de uma ave anilhada pode fornecer muita informação útil acerca da sua vida e, em particular, sobre os seus movimentos. A análise das deslocações de aves anilhadas permite definir as suas rotas migratórias, conhecer as áreas de repouso, alimentação ou paragem e ainda nos fornece informação sobre a sua longevidade. Fica, deste modo, disponível informação crucial para orientar medidas de conservação e para guiar no planeamento de sistemas integrados de áreas protegidas para defesa da avifauna.

Para podermos obter estas informações é muito importante que as anilhas observadas sejam reportadas. Para isso basta aceder ao site da Euring (https://euring.org/) e introduzir a cor, código de letras e/ou números da anilha, espécie, local e data em que foi avistada e ainda, se possível, tirar uma fotografia de forma a confirmar a sua identificação.

Todos podemos contribuir para o aumento do conhecimento destes seres vivos maravilhosos!

Texto e fotografia de Elisabete Silva, Técnica de Conservação da SPEA

Publicado a 23 Março 2019
Contagens RAM

Nos primeiros sábados de cada mês são realizados os dias de RAM (Rede de Observação de Aves e Mamíferos Marinhos) que consiste na contagem e identificação de espécies e comportamento de aves e mamíferos marinhos em alguns locais da costa da Península Ibérica.

No caso de Portugal os locais de observação são os seguintes: praia da Vagueira, Cabo Carvoeiro, Cabo Raso, Cabo Espichel, Sines, Cabo de São Vicente e Faro.

Este tipo de iniciativa é importante para monitorizar e identificar comportamentos migratórios e tendências populacionais seguindo uma metodologia padrão (mesmo horário em todos os locais).

No mês de Março o dia RAM foi repleto de avistamentos diferentes desde dezenas de pardelas-baleares em alimentação, alcatrazes a migrar para os seus locais de reprodução, galhetas em movimento local, gaivotas-de-patas-amarelas e de asa-escura a perseguir embarcações de pesca e ainda os tímidos botos de passagem mesmo junto à costa.

Esta atividade é assegurada por voluntários e qualquer pessoa pode participar basta estar atento às datas que se encontram na seguinte página e avisar os responsáveis de cada local: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/dias-ram/calendario-dias-ram-2019/.

Publicado a 19 Março 2019
Workshop internacional para debater a problemática das capturas acidentais

Já diz o antigo ditado, que 'nem tudo o que vem à rede é peixe', e em Portugal e um pouco por toda a Europa são frequentes os registos de aves capturadas acidentalmente nas artes de pesca. Esta foi também uma das problemáticas no qual o projeto Life Berlengas se focou, por forma a encontrar medidas que ajudem a diminuir o impacto da pesca sobre as populações de aves marinhas.

Por forma a criar um debate participado, a SPEA organizou um Workshop internacional intitulado ‘Reducing seabird bycatch in European Waters – Challenges & Opportunities’, que contou com a presença de entidades nacionais bem como da BirdLife International e demais parceiros.

A sessão da manhã contou com um painel de oradores internacionais, incluindo a Albatross Task Force, que partilharam algum dos trabalhos desenvolvidos para solucionar este problema, um pouco por toda a Europa e também na costa do Chile. Muitos dos trabalhos desenvolvidos para mitigar este problema são fruto do extenso trabalho de ONG do ambiente, que não só têm o conhecimento científico, mas também o conhecimento local do real impacto sobre as populações de aves marinhas. Os dados da BirdLife apontam para mais de 200 000 aves marinhas a serem capturadas em tipos específicos de artes de pesca, todos os anos e durante o projeto Life Berlengas foi possível estimar a captura acidental de cerca de 20 000 alcatrazes por ano na ZPE das Ilhas Berlengas.

A troca de experiências permite aumentar o leque de soluções a implementar, e a presença da Albatross Task Force foi extremamente relevante ao demonstrar uma das soluções implementada em arte de cerco no Chile – as redes foram modificadas em diferentes secções, para evitar que as aves fiquem presas ao mergulhar, tanto na parte superior junto às boias, como na quantidade de rede excedente que pode criar verdadeiras armadilhas quando voltam à superfície.

Foi, por várias vezes, realçada a importância da estreita colaboração com os pescadores e a sua cooperação na implementação de medidas de mitigação.

Durante a tarde, na mesa redonda estiveram presentes representantes do IPMA, DGRM, ICNF e BIrdLife International, dando oportunidade de perceber o papel no terreno e a interação entre os diferentes actores para lidar com esta problemática.

As apresentações do evento podem ser descarregadas aqui.

Publicado a 15 Março 2019
Workshop “O papel das ONG’S na prevenção e deteção do Crime Contra o Ambiente”

Durante o X Congresso de Ornitologia da SPEA decorrido no início de Março em Peniche, foi realizado um Workshop sobre Criminologia, dinamizado  pela Dr. Rita Faria, docente da Escola de Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade do Porto e pelos seus dois estagiários Inês Lima e Gabriel Leal a quem ficamos muito gratos pela disponibilidade e profissionalismo.

O principal foco deste workshop foi explorar o papel que as ONG podem desempenhar na prevenção e deteção do crime contra o ambiente através da colaboração com a área da criminologia ambiental.

A primeira parte do workshop incluiu uma apresentação sobre o panorama geral do ordenamento jurídico português quanto aos crimes contra o ambiente incluindo mecanismos legais de combate e integração com orientações ou diretivas europeias e internacionais.

Foram elencados os principais desafios para este tipo de crime como por exemplo o facto de muitos deles serem culturalmente aceites e as vítimas não terem voz (natureza, animais etc…) e os dados existentes serem limitados e muitas vezes irrealistas.

Na segunda parte do workshop foi realizado um exercício prático em que foi pedida uma reflexão aos participantes sobre como poderemos intervir e/ou prevenir os “crimes verdes”. Desta animada reflexão surgiram  alguns pontos crucias:

- A sensibilização e educação dos mais novos aos mais velhos, adequando sempre a comunicação ao público-alvo;

- A envolvência dos ofensores numa abordagem “bottom-up” e a promoção da informalidade em múltiplas atividades de mobilização da sociedade civil;

- A criação de sessões multi-disciplinares de troca de conhecimentos;

- A sensibilização dos magistrados e aumento da legislação punitiva;

-A importância dos Media dado que a informação é partilhada a grande escala em pouco tempo.

 

Foi uma atividade muito participada e elucidativa, resultado da actual colaboração entre a SPEA e a Universidade do Porto no âmbito do Projeto Life Berlengas e do trabalho na temática de capturas acidentais de aves marinhas devido a práticas de pesca ilegal na ZPE das Ilhas Berlengas.

Publicado a 12 Fevereiro 2019
19 dias no navio de investigação “Noruega”

Mais uma vez, a SPEA participou numa campanha de recolha de dados do IPMA no navio de investigação “Noruega”.

A nossa função nesta viagem é realizar contagens sistemáticas de aves marinhas com a metodologia ESAS (European Seabirds At the Sea) ao longo de toda a costa portuguesa e ainda no sul de Espanha. Este tipo de trabalho dá-nos muita informação sobre a distribuição, tendências populacionais e comportamento migratório das espécies de aves marinhas.

Ao longo de 19 dias viajei desde Cádiz a Lisboa realizando uma série de trajetos perpendiculares à costa. Foram muitas as espécies que observei: alcatraz, gaivota-de-cabeça-preta, gaivota-de-asa-escura, gaivota-de-patas-amarelas, gaivota-tridáctila, gaivota-de-audouin, guincho, garajau-de-bico-preto, alcaide, torda-mergulheira, airo, pardela-balear, fura-bucho-do-Atlântico e pardela-preta. Para além das contagens nos trajetos lineares, sempre que o navio se encontrava em atividade de pesca (neste caso a arrastar), registei a interação das aves marinhas com a arte de pesca e recolhi informação detalhada sobre a arte e respetivas capturas de pescado. Registei ainda espécies de cetáceos (golfinho-comum e roaz) que surgiram com alguma regularidade.

No final de cada arrasto fiquei surpreendida com a quantidade de artes abandonadas que foram recuperadas (alcatruzes de plástico e barro, armadilhas e redes de emalhar) e ainda grande quantidade de plástico. É apenas uma pequena amostra do que está “lá em baixo”. 

Para além dos regulares avistamentos incríveis, a camaradagem e convívio que se cria com a equipa no navio (seja com os técnicos do IPMA, marinheiros ou mestres) é muito gratificante e enriquece uma estadia prolongada a bordo.

Texto e fotografia de Elisabete Silva

Publicado a 07 Fevereiro 2019
A magia das Berlengas

Tudo começou num dia de julho. Uma chamada Skype e, de repente, estava a prepara as malas para ir para Lisboa durante 5 meses. Foi das melhores decisões que já tomei. Durante esses meses pude conhecer pessoas incríveis de todos os departamentos na SPEA, mas o que sem dúvida marcou um antes e um depois na minha vida profissional foram as semanas nas Ilhas das Berlengas.

Essas semanas incríveis, rodeadas de boa gente, a quem era indiferente se fazia chuva ou sol, estarão para sempre imortalizados na minha memória.

Tenho que agradecer a toda a equipa a oportunidade que deram ao acolher-me, que sem eles não poderia ter  participado activamente nas tarefas de conservação que se desenvolvem na ilha, tal como a remoção do chorão-das-praias, recolha de caixas-rateiras, monitorização de ninhos e anilhagem de roques-de-castro e cagarras, entre outros.

Recordarei sempre as viagens de ida de barco, algumas com enjoo e outros com sono, a subida até à casa, os almoços e jantares em grande companhia, falando de tudo um pouco, as tardes a descascar sementes, o quase “furacão” que acabou por ser apenas uma tempestade mais forte (e ainda bem!), os eclipses lunares, as fotos, os risos… e voltar novamente no barco, mas desta vez um pouco mais triste. Foi incrível!

Muito obrigada à SPEA por todo este tempo, vou ter muitas saudades!

Autor: Marta Gallego

Publicado a 04 Fevereiro 2019
Podemos sair da ilha, mas a ilha não sai de nós

A minha participação no projeto Life Berlengas começou em 2015 com um estágio final de licenciatura sobre a população de rato-preto da ilha da Berlenga. A experiência correu tão bem que tive de voltar mais tarde para fazer a minha tese de mestrado, desta vez sobre as interações da galheta com a pesca comercial.

Após três anos é difícil falar de tudo o que tive oportunidade de fazer e aprender. Este projeto fez-me crescer e moldou a bióloga que sou hoje. Tive a sorte de conhecer grandes pessoas que me ensinaram tanto e que sempre me fizeram sentir em casa, e são aquilo que de melhor levo desta experiência. Obrigado a todos os que partilharam comigo o amor que temos por esta causa. Tive também o grande prazer de fazer parte de algo que de facto tenta fazer a diferença e que contribui para a conservação deste maravilhoso arquipélago. Nem sempre foi fácil, mas os momentos menos bons fazem com que as conquistas tenham um sabor ainda mais especial. Faz-me bastante feliz poder olhar para trás e ver tudo aquilo que a Berlenga se tornou, cheia de vida, graças ao grande trabalho, esforço e dedicação de todos.

Para todos aqueles que queiram ajudar na conservação deste arquipélago, não hesitem, participem, envolvam-se e façam parte desta bonita história. Vão ser recebidos de braços abertos, e vão sentir que de facto estão a fazer a diferença. Mas cuidado, vão ficar apaixonados!

Podemos sair da ilha, mas a ilha não sai de nós.

Autor: Tânia Nascimento

Publicado a 23 Janeiro 2019
Dispositivo afugentador num barco de redes de emalhar

Para além da colocação de dispositivos afugentadores na da arte de palangre, iremos testar o mesmo num barco que opera redes de emalhar.

Neste tipo de arte, principalmente em barcos de grandes dimensões, o momento da largada diurna das redes cria um grande alvoroço nas aves marinhas. Quando as redes não são bem limpas, levam muitos restos de pescado e ao serem lançadas ao mar as aves aproveitam para se alimentar. E é aqui que muitas delas ficam presas e acabam por se afogar.

Para tentar travar esta situação iremos colocar um dispositivo afugentador a bordo da embarcação que acompanhará todo o dia de faina.

Publicado a 14 Janeiro 2019
O dispositivo afugentador já entrou em ação no âmbito do MedAves Pesca

O MedAves Pesca é o novo projecto da SPEA, financiado pelo Mar2020, que tem como principal objectivo a redução das capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca (http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/projetos/medaves-pesca). Trata-se de um projecto que se encaixa nas ações do pós-life Berlengas e que terá como parceira a ADEPE (Associação para o Desenvolvimente de Peniche).

 

Pela primeira vez, colocamos 2 dispositivos afugentadores  nas águas da ZPE das ilhas Berlengas (um para cada embarcação a operar palangre). Inicialmente foram feitos alguns ajustes para que este dispositivo em forma de ave de rapina se mantivesse direito, não se enrolasse ou pousasse na água. Ao fim de algumas tentativas encontrámos a “fórmula” e está operacional.

Tanto as gaivotas-de-patas-amarelas como os alcatrazes se mostraram curiosos na presença do dispositivo mas mantiveram distância da área de pesca. Ainda não foram registadas capturas de aves marinhas em qualquer uma das zonas controlo (afastada do dispositivo) ou experimental (com o dispositivo). Esperemos que os próximos embarques nos possam dar informação sobre a eficácia desta medida.

Mais uma vez, os pescadores de Peniche mostraram-se recetivos às experiências que lhes propomos e a sua colaboração é fundamental.

2018

Publicado a 19 Dezembro 2018
Apresentação pública do Caderno Pedagógico “Das ilhas até à sala de aula”

Estivemos a apresentar o Caderno Pedagógico na Escola Secundária de Peniche, num evento público, que contou com a participação de 10 professores da área das Ciências Naturais de várias escolas da região do Oeste. Os Professores Francisco Félix e Alice Carvalho, com quem trabalhámos no ano letivo 2017/2018 estiveram presente elaboraram a seguinte notícia:

'No dia 5 de dezembro, decorreu no auditório Américo Gonçalves a apresentação pública do “Caderno Pedagógico: Das ilhas até à sala de aula”. A ação foi promovida pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), no âmbito do projeto “Life Berlengas | Gestão Sustentável para a conservação das Berlengas”, e destinou-se fundamentalmente a educadores que de alguma forma trabalham as temáticas subjacentes ao projeto. A sessão foi conduzida pela Dr.ª Teresa Oliveira, sendo coadjuvada pela responsável do mesmo, Dr.ª Mónica Costa. Efetuado o enquadramento do projeto, as palestrantes mostraram as várias valências do caderno pedagógico. Os participantes tiveram também oportunidade de conviver, tendo por base a experimentação de jogo didático concebido para os mais jovens. Na página da SPEA é possível aceder aos recursos didáticos apresentados em http://berlengas.eu/pt/das-ilhas-ate-sala-de-aula-um-caderno-pedagogico-..., mas as autoras referiram que estão a tentar publicar a obra em papel.

As responsáveis pela ação distribuíram ainda alguns materiais, com destaque para dois números da revista “Pardela” e desdobráveis resultantes de trabalho efetuado no ano letivo 2017/2018, com duas turmas do 12.º ano da nossa escola, envolvendo os resumos dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do projeto “Life Berlengas”.

Recebida a proposta de realização do evento mencionado na Escola Secundária de Peniche, de imediato iniciamos a colaboração com a estrutura responsável, que fica finalizada com a divulgação desta notícia. Mais uma vez foi um prazer colaborar com a SPEA, pois a atividade enquadra-se bastante bem numa escola que aposta na implementação do Programa Eco-Escolas e que é também uma Escola Promotora de Saúde. Afinal, biodiversidade e promoção de estilos de vida saudáveis conjugam-se muito bem. À organização do evento agradecemos o facto de ter escolhido a Secundária de Peniche para a divulgação do relevante recurso pedagógico. A todos os que colaboraram na concretização do evento, um muito obrigado.'

 

Texto de Alice Carvalho e Francisco Félix

Publicado a 20 Novembro 2018
Workshop de capturas acidentais de pardela balear

A equipa da SPEA esteve presente num Workshop sobre capturas acidentais de pardela balear em Palma de Maiorca no passado dia 12 de novembro. A pardela balear é a espécie de ave marinha europeia mais ameaçada. Nidifica apenas nas Ilhas baleares e cerca de 90% da sua população passa pelas nossas águas durante o seu período não reprodutor.

Uma das principais ameaças à sua conservação são as capturas acidentais na pesca de cerco e palangre. As aves não conhecem fronteiras e por isso é tão importante os diferentes países trabalharem juntos para encontrarem formas de mitigar este problema.  

Publicado a 31 Outubro 2018
Monitorização de ninhos artificiais de cagarra na ilha da Berlenga

Ao longo dos últimos 4 anos foram construídos 102 ninhos artificiais para cagarra em diversos locais da Ilha da Berlenga. Este ano 37 já foram ocupados! 

Anualmente esses ninhos são monitorizados e as crias de cagarra são anilhadas. Deixamos uma pequena do nosso trabalho amostra neste curto vídeo.

Se quiser saber mais detalhes consulte o nosso relatório em aqui.

Publicado a 30 Outubro 2018
O Life Berlengas na Grécia

Na semana de 22 a 26 outubro de 2018, a equipa do Life Berlengas esteve presente na reunião anual da Marine Task Force da BirdLife International, em Atenas, Grécia. Este é um encontro em que parceiros europeus podem partilhar conhecimentos e resultados dos projetos a decorrer e discutir dificuldades, abordagens comuns e desafios futuros.

A SPEA apresentou os resultados das ações do Life Berlengas sobre capturas acidentais de aves marinhas na pesca. O número de países participantes é cada vez maior, reflexo da colaboração crescente que se faz na conservação das aves e dos seus habitats, habitats estes que não conhecem fronteiras. O grupo aproveitou ainda para discutir a Estratégia para o Programa Marinho da BirdLife que orientará o trabalho e prioridades para o período 2018-2022.

Publicado a 27 Agosto 2018
DONAS no cabo Carvoeiro

Mais uma vez, estivemos no cabo Carvoeiro para dar a conhecer o projeto Life Berlengas e as suas respetivas ações na atividade denominada DONAS (De Olhos Nas Aves) em colaboração com a Ciência Viva.

Foi uma manhã muito positiva devido á adesão da população e entusiasmo dos participantes. Estiveram presentes desde miúdos a graúdos e de várias nacionalidades.

Mais uma vez, estivemos no cabo Carvoeiro para dar a conhecer o projeto Life Berlengas e as suas respetivas ações na atividade denominada DONAS (De Olhos Nas Aves) em colaboração com a Ciência Viva.

Foi uma manhã muito positiva devido á adesão da população e entusiasmo dos participantes. Estiveram presentes desde miúdos a graúdos e de várias nacionalidades.

Tivemos a oportunidade de mostrar espécies como a galheta, a gaivota-de-patas-amarelas, o alcatraz e a cagarra e explicar as suas características e ecologia. Falamos das aves-marinhas mais comuns na ZPE (Zona de Proteção Especial) das Berlengas, dos objetivos do projeto e ensinamos a manusearem os binóculos e telescópio. Aproveitamos, ainda, para falar da Spea como organização impulsionadora da conservação de espécies e habitas. Muitos foram os interessados em quererem receber notícias dos nossos projetos.

Este tipo de atividade é de valorizar dado que permite aos participantes locais e turistas uma manhã rica em conhecimento e beleza natural. A partir de hoje muitos dos que nos ouviram não esquecerão o som das cagarras nem a distinção entre galheta e corvo-marinho, por exemplo.

Em setembro voltaremos a realizar a atividade e aguardamos mais curiosidade e entusiasmo do público.

Texto e fotografias de Elisabete Silva e Joana Bores

Publicado a 27 Agosto 2018
Papagaio em forma de rapina, uma nova medida de mitigação

Um dos principais objetivos do projeto Life Berlengas consiste na monitorização de capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca e a implementação de medidas de mitigação que conduzam à redução das interações entre a actividade da pesca e as aves marinhas.

As ações ocorrem na ZPE (Zona de Proteção Especial) do arquipélago das Berlengas e o desafio é tentar reduzir ou mesmo eliminar os episódios de morte acidental recorrendo à implementação de medidas de mitigação.

Recentemente aplicamos uma nova medida de mitigação nos embarques da arte do cerco. O objetivo é, mais uma vez, tentar afastar as aves marinhas da embarcação. Trata-se de um papagaio em forma de ave de rapina que fica preso ao mastro ao longo de toda a viagem.

No decorrer dos diversos embarques já realizados (uns controlo sem o papagaio e outros experimentais com o papagaio), foi notório que na presença do papagaio as gaivotas (aves marinhas que mais interagem com a arte do cerco) mantem uma distancia á embarcação superior. Empiricamente é notório que, por exemplo, as gaivotas não pousam na embarcação quando o papagaio mitigador está presente e que na sua ausência as gaivotas para além de pousar na embarcação acabam por interagir e “roubar” parte do peixe capturado. Uma vez que se sentem na presença de um predador (papagaio mitigador), optam por um comportamento mais defensivo. Também a tripulação do barco da embarcação da pesca da cerco, Guerreiro do Mar a qual está a colaborar com a SPEA na implementação desta medida, reparou na mudança de comportamento destas aves que tantas vezes pousam na própria embarcação para se alimentar.

Este tipo de métodos/medidas é de simples concretização,e efectivamente pode fazer a diferença e contribuir para uma diminuição da interação entre as aves marinhas e a arte de pesca zelando assim pela sua proteção/harmonia entre ambos.

Texto e fotografia de Elisabete Silva e Emanuel Constantino

Publicado a 27 Agosto 2018
Obrigada e até já SPEA!

Sou uma voluntária assídua da SPEA desde que a conheci, em 2014. Fiz o voluntariado nas Berlengas, e agora mais recente, um estágio curricular na parte das pescas dentro do projecto LIFE Berlengas.


O estágio consistiu na observação de pescas e na captura acidental de aves marinhas em embarcações comerciais de Peniche. Assim como, a experimentação de novas técnicas de medidas de mitigação nas mesmas embarcações. Aqui, também foram realizados alguns censos de aves marinhas.
Surgiu a oportunidade de fazer parte do estágio na embarcação do IPMA, NI Noruega, a qual eu nem hesitei em confirmar a minha presença. Estar no mar não é fácil, ainda para mais quando não se calca terra firme à muito tempo. E como alguns dizem, "1 dia no mar é como se fosse uma semana em terra". Contudo, para quem gosta do mar, pode facilitar bastante a estadia. E claro, com a ajuda da equipa do IPMA, como também da equipa dos pescadores. Nesses 19 dias, foram realizados todos os dias censos de aves marinhas, e observação de pescas.
Estive também um tempo na sede da SPEA a inserir os dados das observações na BD. Além disso, enquanto lá estive, realizei um guia de identificação para o uso dos observadores de pesca. O guia contém pescado, cetáceos, aves, lixo e outros. Cada ficha técnica contém o nome cientifico, o nome comum em português e inglês, outras designações do nome comum, o grupo a que pertence e o código FAO/EURING. Cada espécie contém uma imagem real, e um esquema, salientando as principais características. Tem um pequena descrição da espécie, o tamanho mínimo de captura e o método de captura.
Sem dúvida que o estágio enriqueceu o meu conhecimento cognitivo como o pessoal. Quando se faz o que se gosta o tempo voa. E uma coisa é certa. cada experiência que se tem com a SPEA é um momento de aprendizagem. Seja este feito em individualmente ou em equipa.

Obrigada e até já SPEA!

Publicado a 27 Julho 2018
Saída da casca - a cria no ninho

É com imenso entusiasmo que verificámos que já há cria no ninho e que esta já fica sozinha por longos períodos.

Deve ter eclodido em meados de julho, e vai sendo alimentada e cuidada pelos zelosos progenitores. Estes abandonam o ninho para ir procurar alimento nas águas adjacentes às Berlengas e, quando regressam, a cria exige toda a atenção e cuidado!

É com imenso entusiasmo que verificámos que já há cria no ninho e que esta já fica sozinha por longos períodos.

Deve ter eclodido em meados de julho, e vai sendo alimentada e cuidada pelos zelosos progenitores. Estes abandonam o ninho para ir procurar alimento nas águas adjacentes às Berlengas e, quando regressam, a cria exige toda a atenção e cuidado!

Veja aqui um desses momentos e vá acompanhando o crescimento da nossa 'cagarrita' e o dia-a-dia no ninho. E, se vir algo inédito ou surpreendente, partilhe connosco em 'Ninho ao Vivo'.

Publicado a 08 Junho 2018
Curso de observadores de pescas e de capturas acidentais de aves marinhas

Uma vez mais a equipa da SPEA organizou um curso sobre a observação de pescas e capturas acidentais de aves marinhas. Desta vez a formação teve como público alvo principal os alunos da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar em Peniche (ESTM).

A formação foi composta por uma componente teórica que se realizou na ESTM em Peniche, outra prática que incluiu uma saída de mar em semirrígido à volta do arquipélago das Berlengas e uma visita guiada à lota de Peniche.

Na saída de mar foi realizada a observação direta das embarcações de pesca a operar várias artes. Foi então possível ver as redes de emalhar, os covos e o palangre de fundo, e explicada a dinâmica de cada uma delas. Também observámos a interação das aves marinhas com a pesca, tentámos identificar as espécies e abordámos a suscetibilidade de cada uma das espécies ser capturada. Durante uma breve paragem na ilha da Berlenga, foi demonstrado aos alunos como se preenchem os formulários utilizados pelos observadores de pescas da SPEA e mostrada uma medida de mitigação que tem vindo a ser utilizada numa cercadora. O objetivo desta medida é afugentar as aves marinhas durante a atividade de pesca.

Durante a visita à lota, foi explicado aos alunos como funciona o leilão, a Doca Pesca, quais as espécies de pescado mais importantes ao nível comercial e como funciona a atribuição de categorias às espécies. No final, tiveram a oportunidade de assistir ao leilão.

Foram dias muito positivos.  Os alunos mostraram-se interessados e cativados com o tema. As perguntas foram diversas, desde a sensibilização ambiental aos pescadores, ilegalidades da pesca na área da Reserva Natural das Berlengas e a eficiência das medidas de mitigação testadas.

A observação de pescas é uma mais-valia para a recolha de dados fidedignos. E é a bordo que conseguimos avaliar o que se pode ou não colocar em prática.

Texto e fotografias de Elisabete Silva e Emanuel Constantino

Publicado a 11 Maio 2018
Queres voluntário da SPEA?

Tens entre 18 e 30 anos e és residente em Portugal?

Então esta notícia é para ti!

A SPEA está a participar no projeto LIFE “Volunteer Escapes”, com mais 10 parceiros nacionais, que pretende promover o voluntariado em sítios da Rede Natura 2000.

Vamos ter ações nas Berlengas (Peniche), Lagoa Pequena (Sesimbra) e ilha de São Miguel (Açores).

 

Procuramos voluntários que se identifiquem com a nossa missão e tenham disponibilidade entre 3 a 6 meses. É uma forma  de te envolveres em ações de conservação da natureza e uma ótima oportunidade de aprendizagem.

Sabe mais em http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/projetos/.

Contacta-nos pelo e-mail alexandra.lopes@spea.pt!

Publicado a 08 Maio 2018
Educação Ambiental – um trabalho que não se esgota!

Com o aproximar do fim do projeto, estamos também em fase de conclusão das atividades com as escolas.

As ações de educação ambiental desempenharam um papel muito importante na sensibilização e interação com os alunos de várias escolas de Peniche, elementos da comunidade que são fundamentais no processo para melhorar a percepção sobre a Reserva Natural das Berlengas e ajudar na disseminação da importância de conservar ecossistemas como este.

Neste ano letivo 2017/2018, trabalhámos com dois níveis de escolaridade – 8º e 12 º anos - numa abordagem faseada e contínua. O objetivo foi colocar os alunos em contato mais direto com as ações desenvolvidas no terreno e as diferentes problemáticas que o projeto Life Berlengas tem vindo a dar resposta.

Com as três turmas do 8.º ano, da Escola Básica D. Luís de Ataíde, pensou-se numa estrutura de sessões teóricas com a proposta de desenvolvimento de um trabalho que culminaria numa visita à ilha. Na sessão teórica inicial foram apresentados o arquipélago, as espécies e os habitats, bem como as principais ações do projecto e, no início do 2º período fizemos uma sessão de esclarecimento. Nesta altura já haviam concluído a parte teórica do trabalho, tendo sido uma sessão para melhorar algumas partes dos trabalhos e avançar com propostas para a apresentação prática.

No dia 18 de abril a SPEA esteve presente para assistir a essas apresentações, que decorreram na biblioteca da escola e assumiram uma forma mais criativa, como quizzs online, maquetes com a ilha da Berlenga e os animais que nela ocorrem, jogos tradicionais como o Jogo da Glória e até músicas. Foi muito importante ver que, de alguma forma, as ilhas e os seus recursos ficaram impregnados na mente destes adolescentes. Deixamos aqui uma pequena amostra deste evento - um rap feito sobre a ilha.

Para finalizar as acções com estas turmas, realizou-se uma visita à ilha, no passado dia 2 de maio. Os alunos tiveram oportunidade de fazer percursos acompanhados pela ilha e desenvolver alguns trabalhos mais práticos, como a limpeza e manutenção dos trilhos e a remoção de rebentos de chorão.

Com os 12.º anos, pretendemos incentivar a investigação por soluções e abordagens mais práticas face às várias problemáticas que afetam as espécies e habitats do arquipélago. Após uma visita à ilha, em Outubro, duas turmas do 12.º ano da Escola Secundária de Peniche foram então desafiadas a desenvolver um trabalho científico, com uma abordagem teórica ao problema, que assumiu a forma de um artigo e a exploração de possíveis medidas práticas. Os temas abordados foram as capturas acidentais de aves marinhas, a biossegurança, a propagação de espécies vegetais em laboratório, a gestão da população de gaivotas, o turismo sustentável e a gestão dos resíduos e de água

Os trabalhos foram apresentados no dia 23 de abril perante alguns professores da escola e também alguns parceiros do projeto e contaram com abordagens musicais, entrevistas e vídeos, onde os alunos expuseram metas e dificuldades encontradas, ficando a perceber um pouco mais da dinâmica de investigação e do trabalho prático de conservação. Os professores também elaboraram uma notícia, que pode ser consultada no website da escola.

Com os resumos dos trabalhos feitos pelos alunos, produziu-se um panfleto que foi distribuído no dia da apresentação, tendo ficado alguns exemplares para arquivo e consulta na biblioteca da escola. Poderá consultar o panfleto aqui!

Nesta recta final, sabemos que a sensibilização não se esgota e não termina com o fim de um projeto e não podemos deixar de realçar a importância do envolvimento de todas as entidades para que este trabalho tenha continuidade. 

Dependemos destas parcerias, sobretudo com elementos-chave da comunidade, para realçar a importância e demonstrar o porquê de conservar ilhas e ilhéus com as suas aves e habitats peculiares. Tendo Peniche este património mesmo ‘à porta de casa’, acreditamos que estes jovens terão um papel crucial na sua divulgação e proteção a médio-longo prazo.

 

Publicado a 03 Maio 2018
Importância de denunciar artes de pesca ilegais

A legislação relativa às artes de pesca muitas vezes não é cumprida. Artes ilegais como as chamadas “redes alvoradas” ou redes de malhagem muito reduzida acarretam reais consequências e é crucial denunciar. Por exemplo, as redes de emalhar e o palangre devem ser largadas a mais de ¼ de milha da costa (cerca de 500 m) e não podem ficar à superfície.

As consequências do incumprimento desta regra é a morte de inúmeras aves marinhas (principalmente espécies de carater mergulhador como as tordas e as galhetas, por exemplo) e a captura de peixes que se encontram em zonas de berçário (zonas de reprodução essenciais para a continuidade das espécies). Apesar de as coimas aplicadas serem relativamente leves, se forem continuas acabam por deixar de ser vantajoso para o pescador. Por outro lado, uma série de queixas da mesma situação pode levar a que se tomem medidas mais rigorosas.

Reconheço que por vezes é desmotivante assistir à ilegalidade continua mas se ficarmos acomodados com as situações nada mudará, precisamos de, pelo menos, fazer a nossa parte.Caso encontrem artes muito próximas de costa e/ou à superfície, tirem fotos e contactem a polícia marítima mais próxima. Vale sempre a pena chamar atenção!

Texto e fotografia de Elisabete Silva

Publicado a 04 Abril 2018
Podia ser um dia como tantos outros...

No dia 2 de Março ao fim da tarde decidi vestir o fato e ir fazer umas ondas à praia da Papôa. Até aqui nada de especial tratasse de um ritual habitual que, sempre que o dia permite lá vou desfrutar de umas ondas procurando harmonia e comunhão que é entre o homem e a natureza num equilíbrio de forças que permite andar de pé por cima de ondas.

Entrei sozinho e não estava ninguém na água, o mar estava revolto mas nada que me deixasse preocupado. Apesar de o Porto de Areia Norte se tratar de uma praia rochosa é também uma praia que fica a escassos 100 metros da casa dos meus Avós/Pais e a 300 metros da minha própria casa, na verdade talvez seja esta pequena Baia a minha própria casa, mas enfim. Enquanto Surfava na Praia da Papôa e mesmo debaixo do pico (local onde a onda rebenta no primeiro instante, logo tem mais força) vejo a escassos 5 metros de mim uma barriga. Primeiro a surpresa/susto, depois tentar descobrir o que era mas assim que passou uma onda vi que nitidamente se tratava de um Golfinho. Com a chegada de um set (conjunto de ondas seguidas) o corpo foi arrastado para junto das rochas e vi que era um adulto de Golfinho mas fiquei sem entender se o bicho estava vivo ou não. Remei até junto do bicho mas ficou demasiado perigoso, aguardei um pouco pois sabia que dentro daquela pequena baia a corrente iria tirar o bicho daquele local mais perigoso, é que o mar que entra numa baia tem de sair por algum lado senão a baia transborda. Poucos minutos depois o bicho estava de facto e de novo em mar aberto junto ao canal, local onde as ondas não rebentão, porque existe fundão e a corrente tem mais força. Ok, agora sim com mais calma poderei ver se o bicho ainda está vivo e de que espécie se trata. Abordei o bicho por Barlavento para não ser atingido pelo animal, já estava morto apesar de incrivelmente fresco. Tratava-se de uma fêmea adulta (aproximadamente 2 metros) de Delphinus delphis. Enquanto tentava identificar de que espécie se tratava e entender os motivos que levaram à sua morte um par de Gaivotas tentava atacar-me como que reclamando o achado para si, talvez com medo de perderem o jantar ou algo assim. Depois de satisfeita a minha curiosidade deixei o bicho com as Gaivotas e lembrei-me de um Poema de Eugénio de Andrade que termina com “ Boa noite. Eu vou com as aves”. Como estava a escurecendo lá fui fazer mais umas ondas antes de ficar sem luz natural.

Alguns minutos depois ao sair da água vejo que o animal tinha arrojado na Praia. Tratava-se de uma fêmea a qual aparentava estar grávida, apresentava ainda fortes indícios de ter ficado com a cauda presa em algo, muito provavelmente em redes de pesca. Talvez tenha sido esta a causa da sua morte. Sai da água e fui de fato vestido e prancha de surf na mão comunicar à sede da reserva das Berlengas, que é mesmo ali ao lado. 

Ao final da noite e depois de jantar-mos, bem antes de irmos dormir, o Poema para adormecer foi justamente o que Eugénio de Andrade dedica à Mãe ou a todas a Mães, sendo que fizemos todos força para acreditar que ambos, Mãe e cria de Delphinus delphis, tevessem ido com as aves.

Texto e fotografia de Emanuel Constantino, Observador de Pescas na SPEA

Publicado a 03 Abril 2018
É urgente reduzir o consumo de plástico, façamos a diferença!

Parte do nosso trabalho na SPEA consiste na realização de inspeções costeiras regulares para monitorizar arrojamentos de aves e mamíferos marinhos. Ao longo do percurso é inevitável o choque face à nossa pegada ecológica no planeta. Saliento o excesso de plástico que surge no areal todos os dias. Contudo, há uma série de hábitos que podemos mudar de forma a reduzir o seu consumo desnecessário.

Por exemplo, acabemos com o hábito de comprar garrafas de plástico, tenham uma daquelas reutilizáveis. O mesmo pode ser feito com os sacos, tenham um saco reutilizável à mão, para que possam evitar comprar um novo cada vez que precisam de um. Evitem usar a palhinha nas bebidas, trata-se de um objeto aparentemente inofensivo mas quando perdido, torna-se altamente prejudicial para os animais. Optem também por comprar a granel em vez de produtos embalados, faz toda a diferença! Acima de tudo, perguntem-se, cada vez que estiverem prestes a comprar alguma coisa: "Será que preciso realmente disto?” Tudo o que compramos acaba por criar lixo, por isso consumam de forma consciente. Estas são algumas das mudanças que estão ao nosso alcance.

A poluição dos oceanos por plásticos é um problema ambiental mundial grave que ameaça a biodiversidade marinha. É nosso dever preservar o lar comum e pensar também nas gerações futuras.

Texto e fotografia de Elisabete Silva, Observadora de pescas na SPEA

Publicado a 16 Março 2018
O final trágico de uma das "nossas" galhetas da Berlenga
É com profunda tristeza que informamos que uma das nossas galhetas marcadas na Berlenga com um dispositivo GPS morreu.
Ainda relembramos a emoção que sentimos no nosso primeiro encontro, em Outubro do ano passado, e a alegria com que o vimos partir depois de ele tão serenamente nos ter deixado colocar-lhe uma mochila às costas. O objetivo era simples, entender melhor o seu comportamento no mar e as zonas preferenciais de alimentação.  
Nada faria prever que esta história acabaria de forma tão trágica. 
Por 5 meses fomos recebendo de forma regular as suas localizações. De hábitos costeiros refugiou-se pelo Baleal e ia ocasionalmente explorando toda a costa de Peniche. Esperávamos ansiosos que este pudesse ser o seu primeiro ano como adulto reprodutor. Até ao dia em que perdemos o contacto. Passou-se uma semana até recebermos de novo as informações que não faziam prever nada de bom. A nossa galheta tinha andado no mar, bem a norte da Berlenga, e tinha chegado à praia perto de Quiaios na Figueira da Foz. Com as últimas localizações que tínhamos fomos até lá, na perspetiva de encontrar o bicho e tentar perceber o que tinha acontecido. Da nossa galheta não sobrou quase nada, metade de uma asa, umas penas, e o GPS.
Infelizmente não podemos concluir muito acerca das causas da morte, supomos que tenha morrido ou sido gravemente ferido pela zona de Peniche e andado à deriva até ser arrojado na praia, onde foi apanhado por um carnívoro, presumivelmente um javali, e devorado na floresta adjacente.
Resta-nos o seu grande contributo, e é agora mais um motivo para nos dar alento para continuar a aumentar o conhecimento e ajudar esta espécie que tantas ameaças tem. Move-nos a esperança de no futuro garantir melhores condições para que esta população tão frágil consiga viver e prosperar.

Publicado a 12 Março 2018
As cagarras estão de volta às Berlengas!

Com a aproximação de mais uma nova época reprodutiva, as cagarras vão deixando os locais de invernada em alto e mar e voltam a terra para encontrar parceiro e ocupar os melhores ninhos. Pelas Berlengas já se podem ver e ouvir! O arquipélago das Berlengas alberga entre 800 a 975 ninhos de cagarra, sendo esta a maior colónia de Portugal continental.

Esperamos que com as ações de conservação desenvolvidas no âmbito do projeto este número continue a aumentar nos anos futuros, e haja cada vez mais juvenis a nascer e a dar aqui o seu primeiro voo em segurança. Desejamos muito boa sorte para as nossas cagarras, neste período tão importante que se avizinha.

Publicado a 06 Março 2018
Formação na ZPE das Ilhas Berlengas

Os alunos da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar que frequentaram a formação sobre a metodologia ESAS (European Seabird at Sea) e identificação de aves marinhas rumaram ao mar para pôr em prática o que aprenderam com a orientação da equipa da Spea.

Este tipo de censos permite-nos obter uma série de dados relativos à distribuição e abundância de espécies, sendo também essencial realizar uma monitorização contínua em zonas de interesse, como é o caso da ZPE (Zona de Proteção Especial) do arquipélago das Berlengas.

Tivemos um dia solarengo com avistamentos muito interessantes. Ao longo do dia observámos a torda-mergulheira, o alcatraz, o alcaide, a galheta, o corvo-marinho, a gaivota-de-patas amarelas, a gaivota-de-asa-escura e ainda o airo! Para complementar os golfinhos-comuns e os roazes também nos vieram visitar e foram recebidos com grande euforia.

Foi gratificante trabalhar com formandos tão empenhados num mar repleto de vida. No final do dia, os alunos já sabiam identificar as espécies que avistaram e registar os dados de forma independente.

Texto de Ana Santos, Elisabete Silva e Tânia Nascimento

Publicado a 01 Março 2018
Nova Sessão de Educação Ambiental com 8.º ano

Após a pequena pausa de Carnaval, a equipa do Life Berlengas voltou à Escola Básica D. Luis de Ataíde para esclarecimento de dúvidas dos alunos de 8º ano em relação ao desenvolvimento do trabalho segundo os temas propostos no início do ano.

A nossa visita acabou por se tornar bastante proveitosa pois serviu para esclarecer algumas dúvidas e incentivar ao desenvolvimento dos vários temas. Esperemos ouvi-los falar da Reserva Natural das Berlengas, dos endemismos presentes na ilha, das aves marinhas, do turismo durante a próxima visita à escola… acreditamos que se vão tornar alunos com empenho e orgulho nos seus trabalhos.

No final, pretendemos levar estes alunos a visitar a ilha da Berlenga, que apesar de muitos já lá terem ido, certamente passarão a ver a ilha com outos olhos, com olhos de quem já conhece o património natural e único que a ilha tem para oferecer.

Boa sorte para estes alunos do 8º ano!

Texto de Ana Santos

Publicado a 20 Fevereiro 2018
Workshop de Restauro de Ecossistemas Insulares – um evento de trocas de experiências

Com mais de três anos de projeto, o Life Berlengas conta já com várias metas alcançadas e bem-sucedidas no que toca ao controlo de espécies invasoras do arquipélago. A presença destas espécies é uma das principais ameaças ao seu frágil ecossistema, causando impactos negativos sobre a sua fauna e flora nativas. Mais de 80% de chorão já foi removido eficazmente.

Desde novembro de 2016 que não se deteta a presença de rato-preto na Berlenga e, neste último inverno, procedeu-se a mais uma campanha de controlo de coelhos que se espera ter sido eficaz na remoção dos últimos indivíduos desta espécie.

Para assinalar estas ações de controlo e remoção de espécies exóticas invasoras e para partilhar experiências com projetos semelhantes realizou-se, em Peniche, um Workshop sobre Restauro de Ecossistemas Insulares, no final de Janeiro. Este evento decorreu durante três dias, com os primeiros dois dedicados à apresentação de resultados noutras ilhas e o terceiro para uma visita à Berlenga para demonstração prática de alguns resultados.

O workshop contou com a participação de um painel de oradores internacionais que apresentaram vários case-study de projetos semelhantes de controlo e remoção de espécies invasoras em ambientes remotos. Ilhas como as Scilly (Sul de Inglaterra), as Giannutri (Itália), as Shiant (Escócia), entre outras, enfrentam problemas semelhantes: como lidar com as populações de mamíferos introduzidos, proceder à sua remoção sem prejudicar outras espécies e certificar de que não voltam a ocorrer introduções.

O denominador comum foram quase sempre os mamíferos, em muitos casos, introduzidos acidentalmente. Mas, em todos, prevalece a dúvida: “E se eles voltam…?”. Foram apresentadas diferentes metodologias nas ações de remoção de espécies e métodos “inovadores” e “criativos” para monitorizar a sua ocorrência e a implementação de medidas de biossegurança, de forma a evitar a sua reintrodução.

A tarde do segundo dia foi dedicada ao debate de temas importantes nesta questão do controlo de espécies exóticas invasoras. A organização dos grupos de debate sobre três temas - biossegurança; comunicação com o público; e avaliação e monitorização da recuperação de habitats - foi fundamental para elencar uma série de aspectos que serão úteis nesta fase final do projeto Life Berlengas e ideias a aplicar em futuros projetos.

Na reta final, e já pensando no Plano de Conservação Pós-Life importa assegurar que foram criadas as condições para manter saudáveis os habitats e as populações de aves marinhas, monitorizar as ilhas para que não voltem a ocorrer novas introduções e caso isso aconteça, colocar em prática uma metodologia de controlo efetiva.

Desta forma, este workshop atingiu o seu objetivo pois permitiu a troca de ideias entre diferentes especialistas e dar a conhecer a realidade das Berlengas, sucessos e dificuldades, no que concerne ao controlo de espécies de carácter invasor e em envolver a população nas ações do projeto.  

Encontre aqui os PDF das comunicações apresentadas no workshop

Veja algumas fotos do evento aqui

Publicado a 07 Fevereiro 2018
Aves marinhas petroleadas chegam à costa de Peniche

A contaminação da água por hidrocarbonetos é uma das principais causas de mortalidade da vida marinha. Para as aves o contacto com petróleo é desastroso. Quando o óleo adere às penas faz com que estas percam a sua disposição e estrutura natural, prejudicando a impermeabilização e o isolamento que oferecem.

Por instinto, as aves tentam remover e limpar o óleo das penas, ingerindo-o inadvertidamente e causando danos graves nos órgãos internos, ou acabando por morrer devido ao esgotamento, desidratação ou fome.

Recentemente têm arrojado na costa portuguesa dezenas de aves marinhas cobertas de combustível. Uma parte significativa delas são encontradas sem vida e as restantes são reencaminhadas para o CRAM (Centro de Reabilitação e de animais Marinhos) na tentativa de as salvar. As espécies mais afetadas são as tordas-mergulheiras e os airos. Estas aves são espécies invernantes e escolhem o nosso mar em busca de refúgio e alimento.

A origem do derrame ainda se encontra desconhecida mas é urgente perceber a situação uma vez que já existem vários registos de arrojamentos na metade norte do nosso país. Para além disso trata-se de uma situação atípica dado o número elevado de aves arrojadas num período de tempo tão limitado.

Caso encontrem animais selvagens debilitados contactem de imediato o SEPNA/GNR, o ICNF ou o centro de recuperação de animais selvagens mais próximo! Situações como esta também devem ser comunicadas mesmo com os animais já sem vida para se perceber a dimensão e distribuição da contaminação.

Texto e foto de Ana Santos, Elisabete Silva e Tânia Nascimento

Publicado a 06 Fevereiro 2018
Actividades na Escola Secundária de Peniche

A equipa do Life Berlengas foi de novo à escola, no início do 2º período, desta vez para sessões de esclarecimento com os 12º anos sobre os trabalhos que estas turmas estão a desenvolver sobre as várias problemáticas abordadas no projeto.

Em Outubro de 2017, as três turmas da Escola Secundária de Peniche deslocaram-se à Berlenga para poderem conhecer melhor o projeto e verificar algumas das ações práticas que ocorrem no terreno. 
Até ao momento os grupos já desenvolveram a parte introdutória dos trabalhos, com uma contextualização e abordagem teórica às diferentes problemáticas. Resta agora explorarem soluções práticas que ajudem a propor medidas de intervenção para os diferentes problemas – entre os temas abordados encontram-se as capturas acidentais de aves marinhas, a biossegurança e a questão de gestão dos resíduos e de água. Quem sabe, não resultem daqui algumas boas ideias.

Em Abril irão apresentar os trabalhos, e a nossa proposta foi para apostarem em formatos não convencionais, que possa tornar apelativa a apresentação. Estamos curiosos para ver o resultado.

Publicado a 31 Janeiro 2018
Uma semana diferente

Este é o testemunho de uma bióloga “extraviada” que, na sua quase atitude obsessiva-compulsiva de organizar o mundo, se dedicou à gestão e ao complexo mundo dos ficheiros financeiros.

Trabalho na SPEA há pouco tempo e quase sempre, no escritório, entre muitos ficheiros excel, pelo que uma semana em Janeiro, nas Berlengas pareceu o início perfeito para um novo ano.
Mesmo com frio (que não estava assim tanto), os ventos fortes (que também não foram nada de mais) e a sensação constante de pés húmidos (vá, essa foi mesmo contante!), a estadia só podia primar pelo melhor. Caminhar pelas falésias em busca de ninhos, colocar armadilhas para detectar a presença de coelhos, fazer esperas em rochas na esperança de apanhar galhetas… Superaram as expectativas, relembraram o sabor de estar ao ar-livre e renovaram as energias por saber que se está a contribuir para a conservação de um habitat único e de espécies maravilhosas.

Os dias foram preenchidos com diferentes trabalhos, com pessoas bem-dispostas e também com aqueles momentos que permitem a rara oportunidade de contemplar o que nos rodeia e apenas nos deixarmos dominar pela sensação do presente.
Todo o trabalho com os voluntários é meritoso e este tem sido, de facto, uma enorme ajuda para todo o projecto. Desta minha experiência só posso salientar aspectos positivos… com excepção, talvez, do mar que torna sempre turbulenta a chegada à ilha. Mas se fosse fácil e sem percalços, não tinha metade da piada.

 

Texto e fotografia de Mónica Costa

Publicado a 24 Janeiro 2018
Participar no Projeto Arenaria

O projeto Arenaria tem como objetivo principal a realização de uma monitorização anual para conhecer a distribuição, abundância e tendências populacionais das aves do litoral português durante o Inverno, com destaque para as aves limícolas.

Trata-se de uma iniciativa conjunta do ISPA – Instituto Universitário, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência e da SPEA. Pela primeira vez, consegui colaborar na iniciativa ao percorrer as quadrículas pré-selecionadas na zona de Peniche. Durante o percurso consegui observar rolas-do-mar, pilritos-das-praias, maçaricos galegos, ostraceiros e tarambolas cinzentas. Para além de aves limícolas registei algumas aves marinhas como o alcatraz, gaivotas-de-patas-amarelas e galhetas e ainda alguns passeriformes que por ali voavam. É muito importante ter voluntários que assegurem a monitorização de todas as quadrículas, ao nível nacional, de forma a obtermos informação o mais fidedigna possível. Este ano a data de monitorização já está a terminar mas podem colaborar no próximo inverno desde que contactem os organizadores Regionais ou a Equipa de Projeto. Para mais informações consultar a seguinte página: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/projeto-arenaria/

 

Texto e fotografia de Elisabete Silva, Observadora de pescas na SPEA

Publicado a 19 Janeiro 2018
Voluntários nas Berlengas - Mauro Hilário

Homo sapiens berlengensis - Registo com base em observações efectuadas entre 9 a 16 de Janeiro de 2018:

População residente: 11 indíviduos (2 faroleiros, 2 vigilantes da natureza e 7 trabalhadores e voluntários do Projecto LIFE Berlengas).

Estatuto de conservação: vulnerável.

 

Distribuição: é uma espécies endémica ao arquipélago das Berlengas, dispersando-se para a área de Peniche através de movimentos aleatórios semanais e/ou mensais.

Habitat: encontra-se por toda a ilha da Berlenga e Ilha Velha, sendo avistados em áreas rochosas, planas ou inclinadas, e inclusive perto do mar. Os indivíduos pernoitam todos na zona mais alta da ilha, no farol.

Descrição: é no geral igual à espécie encontrada no continente, mas distingue-se desta por ter um característico aspecto húmido, usarem constantemente botas, vestuário impermeável de diversas cores, gorro e/ou capuz na cabeça. É ainda frequente avistar indivíduos a utilizar ferramentas, tais como binóculos, telescópio e walkie-talkies. Não há dimorfismo sexual acentuado devido às quantidades de roupa utilizada pelos exemplares desta subespécie.

Comportamento e ecologia: estão activos desde o nascer do Sol até ao fim-do dia. Revolvem e removem chorão em rolos nas encostas da ilha; movimentam-se de modo a encontrar, contar e vigiar ninhos de galheta (Phalacrocorax aristotelis), capturando e anilhando as aves quando possível; procuram coelhos por meio de armadilhas iscadas com frutos e hortícolas, realizam sementeiras de plantas endémicas a nível local e ibérico como a Armeria berlengensis e a Angelica pachycarpa; e fazem contagens de aves marinhas de passagem nas águas circundantes. Esta subespécie está completamente adaptada à falta de água doce para higiene e limitações de energia elétrica e rede. Ao fim da tarde e noite formam aglomerados para fazer jogos e actividades lúdicas.

Reprodução: não exibem comportamentos desta natureza nem formam casais.

Alimentação: geralmente omnívoros, havendo alguns exemplares com restrições alimentares fisiológicas e/ou éticas. Comem constantemente, sendo avistados muitas vezes a cozinhar, à procura de alimento e a falar de comida. Preferem pão e manteiga.

Ameaças: o fim do Projecto LIFE Berlengas, mau tempo e a elevada pressão por parte de gaivotas e de espécies invasoras de fauna e flora.

 

Conclusão registada: foi uma óptima semana num local isolado e paradisíaco, com grandes Homo sapiens berlengensis e onde vigora um projecto dinâmico e crucial para a conservação da Reserva Natural das Berlengas.

Publicado a 08 Janeiro 2018
Avaliação do impacto económico das medidas de mitigação

Neste momento temos em vigor duas medidas de mitigação distintas: anzóis modificados (pretos e baços) na arte de palangre na embarcação “Dois Filhos” e painéis contrastantes em redes de emalhar de um pano no barco “Meu Regresso”. Ambos operam regularmente na ZPE (Zona de Proteção Especial) das Ilhas Berlengas.

Para nos certificarmos que estas medidas não prejudicam a componente económica da pesca, as capturas para além de quantificadas e identificadas são medidas ou pesadas a bordo. O objetivo é perceber se os anzóis modificados e os painéis não interferem nas espécies capturadas habitualmente. Com a chegada do Inverno, não tem sido fácil embarcar com frequência para poder falar de resultados. No entanto, esperamos ter novidades nos próximos meses tanto no que diz respeito à viabilidade das medidas nas capturas acidentais de aves marinhas como na avaliação do seu impacto económico. As tripulações têm sido impecáveis ao colaborar no projeto e ao interessarem-se pelas questões de conservação. Assim, dá muito gosto trabalhar!

Texto e fotografia de Elisabete Silva

2017

Publicado a 27 Dezembro 2017
A tempestade Ana deixa um estranho amigo na praia de Peniche

As tempestades estão associadas a fatores oceanográficos adversos, como correntes e ventos fortes, que podem ser a causa do arrojamento de animais marinhos. Para além de causas naturais também outras condições, como doenças e ações humanas podem deixar os animais confusos e debilitados, acabando por dar à costa, muitas das vezes mortos.

Embora as aves marinhas estejam adaptadas a muitas dificuldades, há momentos em que enfraquecem e não podem continuar o caminho, ficando presas na praia. Na passada semana, depois da passagem da tempestade Ana, realizámos uma inspeção costeira na praia da Gâmboa-Baleal em Peniche, para a monitorização de animais arrojados, como a existência de aves mortas ou feridas na areia, quantificando os danos depois da tempestade. Foi a meio do transecto que encontrámos à beira-mar a “Francisca”, um fulmar (Fulmarus glacialis) perdido e enfraquecido. Esta ave é típica do oceano Ártico e Atlântico Norte, sendo muito raramente avistada nas nossas águas e costa. Após a sua recolha a ave foi entregue aos cuidados do ICNF para mais tarde ser encaminhada para o CRAM (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos), onde está atualmente a descansar. Esperamos que o nosso fulmar recupere as forças para mais tarde ser libertado, e continuar o seu caminho, voando bem para norte. Se encontrar algum animal selvagem ferido, debilitado e a precisar de ajuda não hesite em contactar o SEPNA/GNR, o ICNF ou o centro de recuperação de animais selvagens mais próximo!

Texto e fotografias: Joana Bores Ramirez e Tânia Nascimento

Publicado a 13 Dezembro 2017
Saída pelágica SPEA para os Top eBirders 2016

A saída pelágica promovida pela SPEA para premiar os utilizadores do PortugalAves/eBird, com um maior número de listas submetidas e um maior número de espécies observadas, decorreu no passado domingo e a experiência não podia ter sido mais positiva. Os participantes foram brindados com várias espécies que fazem as delícias de qualquer observador de aves.

Para além daquelas espécies mais previsíveis de se encontrar, foram observados papagaios-do-mar, as gaivotas-tridáctilas e o alcatraz-pardo. Nos últimos anos a SPEA tem premiado os observadores que mais têm contribuído com dados para o PortugalAves/eBird com uma saída pelágica ao largo de Peniche/Berlengas. Este ano privilegiou-se os utilizadores do portal de modo a premiá-los pelo seu apoio com dados, imprescindíveis para o trabalho da SPEA, em matéria de censos e tendências populacionais. Convidamos todos os utilizadores a juntarem-se à SPEA na sua missão de trabalhar para o estudo e a conservação das aves e dos seus habitats. Contamos para o ano voltar a repetir a experiência!

Publicado a 04 Dezembro 2017
O Life Berlengas oferece porta-beatas aos pescadores

O gesto de atirar as beatas ao mar é muito frequente e quase “automático” nos pescadores. Na tentativa de diminuir esse mau hábito, o Life Berlengas financiou a produção de pequenas carteiras onde se podem guardar facilmente as beatas. Os observadores de pescas nos dias em que realizam inquéritos no porto de pesca aproveitam para as distribuir aos fumadores.

Em simultâneo, conversam sobre os impactos que uma simples beata pode causar a longo prazo. Na maior parte dos casos, não o fazem com má intenção mas sim por falta de informação. Nenhum deles tinha conhecimento do seu tempo de degradação e penso que muitos nunca pensaram nisso sequer. É um desafio travar um hábito já muito vinculado mas é crucial investir na sensibilização ambiental. O que fazemos hoje acarreta consequências relevantes no amanhã.

Texto e fotografia de Elisabete Silva, Observadora de pescas na SPEA

Publicado a 30 Novembro 2017
Os painéis vão voltar a ser testados …

Com a chegada do Outono e Inverno, a água agita-se e os barcos voltam a usar as redes de emalhar para a captura de peixes como o salmonete e a faneca. É também nesta altura do ano em que a migração de aves se acentua e é notório o aumento da sua captura acidental. E mais uma vez, tivemos a colaboração de Mestres de pesca para testarmos medidas de mitigação nas suas redes.

Tal como no ano passado, procedemos à colocação de painéis contrastantes que funcionarão como sinalizadores, na tentativa de afugentar as aves marinhas da arte. Por outro lado, também queremos certificar-nos que não há impacto económico com a sua utilização. Não total, foram colocados cerca de 90 painéis em redes de 1 pano e até nesta tarefa tivemos o apoio dos tripulantes da embarcação. Os observadores de pescas irão monitorizar as interações das aves com as redes e o esforço de pesca, nos próximos meses, de forma a verificar a eficácia desta medida no nosso país. A morte de centenas de aves, provocada por artes de pesca, é uma realidade e é nosso dever procurar alternativas em conjunto com a comunidade piscatória.

Texto e fotografias de Elisabete Silva, Observadora de pescas na Spea

Publicado a 28 Novembro 2017
De volta à Escola básica 2, 3 D. Luís de Ataíde

No passado dia 24 de novembro a equipa da SPEA voltou à Escola Básica de Peniche, este ano para trabalhar com os alunos do 8º ano de escolaridade.  De manhã bem cedo e cheios de energia, os alunos ouviram falar das Berlengas e da sua importância para inúmeras espécies de animais e plantas.

Refletiram sobre as principais ameaças que põem em risco este património natural e ficaram a saber mais sobre as ações e objectivos do projeto Life Berlengas. Depois disso, e mesmo com chuva, não se deixaram desanimar para jogarem a gincana das aves marinhas. Foi uma manhã bem passada que agora terá continuidade com a elaboração de trabalhos sobre variados temas alusivos à Berlenga, incluindo a vegetação, as aves marinhas, entre outros. Da nossa parte, estamos entusiasmados por voltar à Escola!

Publicado a 08 Novembro 2017
Partindo à aventura

E aqui fica um vídeo com uma das primeiras saídas do ninho da nossa cagarra. Ainda na mudança da plumagem, a cria deu início aos seus primeiros voos exploratórios fora do ninho.

E aqui fica um vídeo com uma das primeiras saídas do ninho da nossa cagarra. Ainda na mudança da plumagem, a cria deu início aos seus primeiros voos exploratórios fora do ninho.

Aqui, a cria já tem quase 90 dias (~3 meses), e após um período em que não conseguimos ver as imagens, por a câmara se encontrar suja (a cria tem de facto muito boa pontaria!), conseguimos ver uma das saídas a 13 de Outubro. Esteve fora quase duas horas, provavelmente a esticar as asas e sobrevoar o território adjacente à ilha.

Até agora pudemos ir acompanhando as visitas regulares dos progenitores para alimentarem a cria. Desde a sua eclosão, em Julho fomos observando o seu crescimento, os cuidados de limpeza, o aparecimento das primeiras penas - toda a rotina que caracteriza o desenvolvimento de uma cagarra. Já crescida, a cria passou muito tempo sozinha, tendo sido possível apanhar alguns momentos engraçados do seu dia-a-dia. Reveja aqui alguns desses momentos.

Sabia que nos primeiros dias as crias podem aumentar de peso até 200g/semana. E que os adultos podem fazer viagens até 300 km de distância do ninho para se alimentarem e trazerem comida para a cria?

Nos próximos tempos a cria ainda se manterá relativamente próximo do local do ninho, deslocando-se para se alimentar até se aventurar por águas mais quentes, pelo Atlântico sul... Só com 3-4 anos começara a vir a terra para explorar territórios, encontrar parceiros, e só após os 6 anos de idade é que começará a reproduzir-se, em princípio na colónia onde nasceram. Foi giro acompanhar o seu crescimento e esperamos reencontra-la lá para 2023 ; )

Publicado a 02 Novembro 2017
Ser voluntária na Berlenga…

Desde o meu primeiro contacto com o projeto Life Berlengas, no âmbito da minha tese, faço questão de colaborar no trabalho de campo. Durante uma semana tive a oportunidade de participar em diversas atividades das quais destaco a anilhagem e colocação de GPS em galhetas.

Este procedimento é crucial para obtermos dados importantes sobre a sua interação com as pescas e as principais zonas de alimentação. Nunca tinha tido a oportunidade de ter nas mãos esta espécie tão emblemática e fico grata por isso! As manhãs foram preenchidas com o arranque do chorão, uma espécie invasora que cobre grande parte da ilha. No lugar do chorão, semeámos uma série de sementes de plantas nativas e/ou endémicas entre as quais a Armeria Berlengensis. Aproveitei ainda para espreitar os juvenis de cagarra que se preparam para iniciar o seu primeiro voo. É incrível e um privilégio poder acompanhar a sua evolução. O convívio e trabalho de equipa são outros dos aspetos positivos da estadia. E temos sempre algum tempo livre para explorar os trilhos, as paisagens e colocar a conversa em dia com os pescadores. O voluntariado na ilha é sempre um escape especial e pretendo continuar a fazê-lo!

Texto de Elisabete Silva

Foto de Ana Morais

Publicado a 30 Outubro 2017
Apanhámos a ave do ano!

Ao fim de vários meses de tentativas conseguimos, finalmente, capturar galhetas!

A preferência da galheta por falésias, o terreno acidentado e inacessível da Berlenga (e também alguma falta de sorte), tornou esta tarefa difícil e por vezes desesperante.  Mas não há nada que não se consiga com um bocadinho de trabalho e perseverança.

Ao fim de vários meses de tentativas conseguimos, finalmente, capturar galhetas!

A preferência da galheta por falésias, o terreno acidentado e inacessível da Berlenga (e também alguma falta de sorte), tornou esta tarefa difícil e por vezes desesperante.  Mas não há nada que não se consiga com um bocadinho de trabalho e perseverança.

E foi com grande felicidade que, na passada estadia nas Berlengas, recebemos a visita de duas galhetas. O ‘Viriato’, uma galheta juvenil, foi o primeiro a ser capturado durante uma farolada no local onde dormia, e alguns dias depois foi a vez do ‘Nuno’, um imaturo de 3º ano, dizer olá.

O objetivo destas capturas, para além da marcação das galhetas com anilhas de cor, é a colocação de dispositivos gps/gsm que recolhem regularmente localizações e nos permitem, por exemplo, definir áreas de alimentação. Dados como estes são essenciais para melhorar o nosso conhecimento sobre esta população e assim atuar de forma mais eficaz na sua conservação.

Um brinde às nossas galhetas, que pesquem muito e nos deem muitas informações. Ficamos a aguardar pelas próximas!

Publicado a 26 Outubro 2017
Visita à Berlenga – Escola Secundária de Peniche

No âmbito das ações de Educação Ambiental do Life Berlengas, os alunos do 12º ano da Escola Secundária de Peniche estiveram na Ilha da Berlenga no passado dia 23 de outubro. Ficaram a conhecer melhor as ações do Projeto no terreno, observaram os resultados já alcançados e recolheram informação para a elaboração dos seus trabalhos da Área Projeto.

Estes irão focar diferentes problemáticas do arquipélago tais como a biossegurança, as capturas acidentais de aves marinhas, entre outros. À tarde, houve ainda tempo para arrancar chorão e assim contribuir para a conservação deste valioso ecossistema.

Publicado a 16 Outubro 2017
365 dias como observadora de pescas na Spea

Durante um ano colaborei com a Spea como observadora de pescas no âmbito do projeto Life Berlengas. O principal objetivo da nossa presença nas embarcações é monitorizar as interações entre as aves marinhas e as artes de pesca. Tenho aprendido bastante nos dias de mar, tanto na identificação de espécies de aves marinhas e peixes como de legislação e dinâmica da pesca.

Tive a oportunidade de trabalhar com variadas artes (palangre, redes de emalhar, armadilhas e cerco) e em embarcações dos 7 aos 20 metros. As tripulações também divergiram entre si mas todas elas se mostraram curiosas, recetivas e acolhedoras. Todos os dias, nos pescadores, vi coragem, fé e conhecimento. Tenho convivido com verdadeiros heróis do mar. No entanto, é necessário continuar a fazer chamadas de atenção principalmente no que diz respeito ao lixo marinho e às capturas acidentais. O nosso apoio e orientação são importantes e podemos mesmo mudar atitudes. As aves marinhas abundam em número e diversidade na zona de proteção especial das Berlengas e é gratificante poder estar aqui. Os cetáceos e os peixes-lua também se mostram com alguma frequência e são sempre avistamentos maravilhosos! Sou, ainda, privilegiada com o nascer e o pôr-do-sol indiscritível de que posso desfrutar. Nem sempre o mar está calmo, nem sempre é fácil acordar cedo e deitar tarde. Contudo, a profissão de observador de pescas surpreende-me, desafia-me e encanta-me. Cada dia no mar foi e continua a ser uma aventura.

Texto e fotografia de Elisabete Silva, Observadora de pescas na Spea

Publicado a 12 Outubro 2017
O Life Berlengas no Greenfest

Entre 28 de Setembro e 1 de outubro, a equipa da SPEA esteve no maior evento de sustentabilidade do país, o GreenFest Estoril 2017.

Este é um momento privilegiado para divulgar não só o Projeto Life Berlengas, os seus objetivos e ações, mas também para dar a conhecer o trabalho da SPEA enquanto ONGA e sensibilizar para a importância de todos juntos adotarmos comportamentos mais sustentáveis no nosso dia-a-dia. Houve ainda tempo para dinamizar uma série de atividades de Educação Ambiental dedicadas a pequenos e graúdos sobre o Life Berlengas. Em jogos de pistas, visualização de vídeos e construção de máscaras, todos ficaram a conhecer melhor as aves marinhas do arquipélago das Berlengas.

 

Publicado a 09 Outubro 2017
Remoção de chorão na Berlenga - Vídeo

Os escuteiros do Agrupamento 134 da Guarda juntaram-se ao Life Berlengas na remoção do chorão. A Patrulha Galheta ganhou, como prémio do melhor vídeo sobre a Ave do Ano 2017, uma estadia na Berlenga para visitar as áreas de intervenção do projeto. Tiveram a oportunidade de participar em várias atividades e ainda deixaram o seu contributo na remoção do chorão.

Veja o vídeo aqui.

 

 

Publicado a 04 Outubro 2017
Patrulha Galheta nas Berlengas

Falando por toda a equipa, a atividade foi exelente. Fomos muito bem recebidos tanto pela SPEA como pela Marinha. A SPEA ofereceu-nos um kit com t shirt e um mapa da ilha e os senhores faroleiros emprestaram-nos as instalações e fizeram-nos uma visita guiada ao farol que foi muito enriquecedora.

A ilha só por si é linda e todos nós gostávamos de ter passado lá mais tempo.

Falando por toda a equipa, a atividade foi exelente. Fomos muito bem recebidos tanto pela SPEA como pela Marinha. A SPEA ofereceu-nos um kit com t shirt e um mapa da ilha e os senhores faroleiros emprestaram-nos as instalações e fizeram-nos uma visita guiada ao farol que foi muito enriquecedora.

A ilha só por si é linda e todos nós gostávamos de ter passado lá mais tempo.

Quanto às atividades, a observação e listagem de cagarras foi exelente pois permitiu-nos tocar nas aves e perceber alguns dos seus hábitos quotidianos.

A limpeza do chorão exigiu algum esforço físico mas foi muito gratificante saber que estávamos a contribuir para um objetivo comum.

Agradecemos imenso a oportunidade que nos foi dada e enviamos em anexo uma fotografia da equipa e chefes que nos acompanharam.

 

A guia

Carolina Figueiredo

Agrupamento 134 da Guarda

Publicado a 21 Setembro 2017
Testemunho sobre a visita às Berlengas

Após a visita às Berlengas, no âmbito das comemorações do 36º aniversário da Reserva Natural, o nosso sócio José Marques fez-nos chegar o seu testemunho através de um artigo publicado no seu blog pessoal, sobre a experiência vivida nesse dia.

Aqui fica o link para o artigo, onde também podem aprender mais sobre a cagarra e o projeto Life Berlengas:

https://seabirdsportugal.blogspot.pt/2017/09/corys-shearwater-in-berlengas-isl.html

Publicado a 18 Setembro 2017
De Olho Nas Aves no Cabo Carvoeiro

No dia 16 de Setembro, a equipa da Spea voltou ao Cabo Carvoeiro para dar a conhecer o Life Berlengas e as espécies de aves marinhas que protegemos no âmbito da atividade DONAs (De Olho Nas Aves).

Focámo-nos bastante na galheta por ser a Ave do Ano e convidámos as pessoas a espreitá-las enquanto estavam pousadas na Nau dos Corvos. Certamente não voltarão a olhar para aquela grande rocha sem pensar no seu significado. Também foi fácil mostrar as gaivotas-de-patas-amarelas que aproveitavam a forte nortada para planar.

O público variou desde habitantes locais a turistas de várias nacionalidades e, de forma geral, mostraram-se interessados e entusiasmados em conhecer o projeto.

Foi gratificante ensinar miúdos e graúdos a utilizar os binóculos, a identificar algumas das espécies de aves marinhas que por aqui passam e ouvir aquele “bem-haja ao vosso trabalho”.

Foi uma manhã repleta de sol, vista privilegiada e de partilha de conhecimento.

 

Texto de Elisabete Silva, Observadora de pescas na Spea

Publicado a 14 Setembro 2017
Voluntários constroem ninhos artificiais nas Berlengas

Em agosto, alguns voluntários da Associação de Voluntariado Universitário (VO.U.pela Natureza) juntaram-se ao Life Berlengas para construir ninhos artificiais para roque-de-castro na ilha da Berlenga.

Veja o vídeo aqui
 

Em agosto, alguns voluntários da Associação de Voluntariado Universitário (VO.U.pela Natureza) juntaram-se ao Life Berlengas para construir ninhos artificiais para roque-de-castro na ilha da Berlenga.

Veja o vídeo aqui
 

Publicado a 14 Setembro 2017
Estagiários no Life Berlengas – Diana Barão

Fazer parte da equipa de voluntários do projecto Life Berlengas foi uma experiência que me enriqueceu tanto a nível pessoal como profissional.

A cooperação em todas as tarefas realizadas no âmbito do projecto (tarefas essas muito diversificadas, que envolvem tanto a fauna como a flora da ilha), alertou-me ainda mais para a fragilidade de um ecossistema que necessita de ser reabilitado e que tem de continuar a ser protegido para um equilíbrio harmonioso. O envolvimento no projecto permitiu-me também conhecer pessoas novas com interesses também na conservação deste ecossistema. Para além disso, em parceria com outros voluntários pude realizar com sucesso um projecto de final de licenciatura de biologia com uma das aves emblemáticas da ilha, a Cagarra. Esta é sem dúvida uma experiência a repetir.

Publicado a 11 Setembro 2017
Embarque molhado… embarque abençoado!

No final do mês de Agosto realizámos mais uns Censos de Aves Marinhas (ESAS) na ZPE das Ilhas Berlengas. A migração já começou e o festival de avistamentos ajudou a suportar a chuva, o frio e o mar agitado.

Foram avistadas cerca de 18 espécies de aves marinhas, vários peixes-luas a saltar fora de água e vários pequenos grupos de golfinhos-comuns que curiosos, nos acompanharam durante partes da viagem. A maior atividade tem sido sempre detetada junto ao arquipélago da Berlenga e do Serro Sudoeste. Foi nestas áreas que avistámos a gaivota-de-sabine, o fura-bucho-do-atlântico, a pardela-preta e a pardela-de-barrete, o moleiro-do-ártico e o moleiro-pequeno. Durante toda a viagem fomos acompanhados por alcatrazes, cagarras e painhos, o casquilho, o alma-de-mestre e o roque-de-castro, que chegámos a avistar em jangadas e grupos de várias dezenas de indivíduos. Durante a viagem de regresso, tivemos a despedida de um curioso garajau-comum e de um pequeno grupo de falaropos-de-bico-grosso. Mesmo chegando a terra cansadas e molhadas, foram dois dias que nos deixam muito entusiasmados para os próximos meses de migração que se seguem.

Ana Santos – Observadora de pescas da SPEA

Foto: Joana Ramirez

Publicado a 06 Setembro 2017
Os Escuteiros do Agrupamento 592 foram até à ilha!

No domingo, dia 3 de Setembro, a Berlenga esteve recheada de animação. Além de uma actividade organizada para os sócios, no âmbito das comemorações do 36º aniversário da Reserva Natural das Berlengas, a SPEA preparou uma actividade com um grupo de Escuteiros – Agrupamento 592 de S. Pedro de Castelões, Vale de Cambra.


Os exploradores deste Agrupamento decidiram, no início do ano escutista, que a sua aventura iria ser feita na Ilha da Berlenga e escolheram como símbolo, a Galheta. Ficaram ainda mais entusiasmados, quando descobriram que a Galheta tinha sido escolhida como Ave do Ano de 2017.
A actividade começou com uma pequena acção de remoção das novas plântulas de chorão, que entretanto tinham crescido nas faixas onde foi removido, por trás do Bairro dos Pescadores. 
Daqui, o grupo subdividiu-se em grupos mais pequenos e deu-se início a um jogo de pistas. Percorrendo os trilhos, o objectivo era passar por vários pontos e resolver os vários desafios colocados. Foram descobrindo as aves que ali habitam, a vegetação endémica, o património edificado, ficando a conhecer melhor as Berlengas e os seus valores naturais.

Publicado a 30 Agosto 2017
Resgate de uma cagarra na ilha da Berlenga

Mais uma vez a arte do palangre capturou acidentalmente uma ave marinha. Desta vez, uma cagarra (e potencial adulto reprodutor na ilha). Devido à profundidade do anzol no aparelho digestivo não conseguimos removê-lo e enviámos a ave para o CRAM (Centro de Reabilitação de Animais Marinho).

Tivemos o apoio do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) e do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente) no transporte da Berlenga até Quiaios a quem agradecemos imenso. Já no centro, foi submetida a uma cirurgia para remoção do anzol que estava alojado no esófago. Correu tudo bem, no entanto ainda não está livre de perigo. É de extrema importância continuarmos a experimentar medidas de mitigação das capturas acidentais de forma a atenuar estes episódios. Espécies com estatutos vulneráveis, como é o caso das cagarras, são prejudicadas regularmente e é nosso dever investir na sua proteção.

Elisabete Silva – Observadora de pescas da SPEA

Fotos: Elisabete Silva e CRAM

Publicado a 29 Agosto 2017
E o alcatraz pardo contínua por aí…

Parece que o alcatraz pardo gostou do arquipélago das Berlengas. Este juvenil foi avistado pela primeira vez, este ano, em meados de abril e no início de agosto voltou a ser observado. Trata-se de uma espécie semelhante ao ganso-patola pelo seu tamanho e morfologia. No entanto, apresenta uma plumagem mais escura e o bico azulado quando é juvenil e amarelo quando se torna adulto.

Esta é uma espécie que nidifica em ilhas pequenas e isoladas no oceano Atlântico tropical, Índico tropical e no Pacífico tropical e terá perdido o rumo. Esperemos que em breve consiga encontrar a sua rota e regressar a onde pertence. Caso contrário poderá correr o risco de não se adaptar às diferentes e rígidas condições que o nosso inverno acarreta. Os registos desta espécie em Portugal são muito pontuais: em 1996 na Ponta da Piedade, em 2010 no cabo Raso e em 2016 em Sesimbra. É importante registarmos a ocorrência destas raridades de forma a sabermos mais sobre o seu comportamento migratório.

Elisabete Silva – Observadora de pescas da SPEA

Fotografia de José Ângelo Gomes

Publicado a 01 Agosto 2017
SPEA procura Observador(a) de pescas

A SPEA procura um colaborador para trabalhar como observador de capturas acidentais de aves marinhas em Portugal continental, no âmbito do projeto Life Berlengas, exercendo funções no Departamento de Conservação Marinha.
 

Tarefas a desempenhar:

O contratado terá como principais funções monitorizar as interações e capturas acidentais de aves marinhas assim como participar em testes de medidas de mitigação, a bordo de vários tipos de embarcações de pesca comercial. Os embarques serão realizados a partir do porto de pesca de Peniche e têm uma duração média diária de 10 horas, sendo que o objetivo é realizar, no mínimo, 4 a 6 embarques por mês. Pretende-se que o contratado assuma um papel ativo na manutenção da rede de parcerias com os mestres de embarcações e associações de pesca. As tarefas a desempenhar incluem ainda a realização de inquéritos a mestres de pesca e a inserção de todos os dados recolhidos em base de dados on line.
Candidate-se até 27 de agosto.
 

Mais informações aqui.

Publicado a 01 Agosto 2017
Já nasceu a cria de cagarra!

A cria de cagarra da Berlenga eclodiu na madrugada de 17 de julho. Aqui fica um breve vídeo que resume os principais momentos da eclosão. Não deixem de acompanhar em direto >> berlengas.eu/pt/ninho-ao-vivo

A cria de cagarra da Berlenga eclodiu na madrugada de 17 de julho. Aqui fica um breve vídeo que resume os principais momentos da eclosão. Não deixem de acompanhar em direto >> berlengas.eu/pt/ninho-ao-vivo

Publicado a 19 Julho 2017
DONAs de volta ao Cabo Carvoeiro!

As atividades de observação de aves marinhas, denominadas DONAs (De Olho Nas Aves) voltaram ao Cabo Carvoeiro! No passado dia 15 de julho, a SPEA e o Life Berlengas voltaram a Peniche para mostrar a todos os interessados as galhetas que repousavam na Nau dos Corvos e as gaivotas-de-patas-amarelas que cuidavam das suas crias.

Como é frequente em Peniche, a manhã começou cinzenta e com as Berlengas escondidas no meio do nevoeiro mas passado pouco tempo o sol brilhou e expôs as aves e a ilha.

Tal como no ano passado, tivemos oportunidade de contactar com numerosas pessoas de diferentes idades e nacionalidades e divulgar o projeto Life Berlengas. Foi gratificante ver o interesse e surpresa de todos quantos experimentaram os binóculos e observaram com o telescópio e quiseram saber um pouco mais sobre as aves observadas, sobre a SPEA e sobre as Berlengas.

Mais uma vez voltamos para casa satisfeitos com o sucesso desta atividade de observação de aves marinhas.

Voltaremos ao Cabo Carvoeiro em Agosto e Setembro! Esteja atento às datas e não perca a oportunidade de se juntar a nós.

Publicado a 17 Julho 2017
Desafio ninho

O ovo do casal de cagarras filmado 24h a partir da ilha da Berlenga está prestes a eclodir! E para tornar este momento ainda mais emocionante vamos oferecer 3 t-shirts do projeto Life Berlengas às primeiras 3 pessoas que assistirem em direto ao breve e excitante momento do nascimento da cria!

Para poderem ser um dos três potenciais vencedores, deverão enviar um e-mail para life@berlengas.eu na altura da eclosão ou quando for possível observar a cria. Os 3 primeiros participantes a enviar o e-mail indicando o registo da eclosão (ou observação da pequena cria) serão os vencedores. Não perca esta oportunidade de participar!

Ninho >> www.berlengas.eu/pt/ninho-ao-vivo

 

 

Publicado a 13 Julho 2017
O projecto Life Berlengas está presente na Conferência “Island Invasives”, a decorrer entre os dias 10 e 14 de Julho, em Dundee na Escócia

Este ano realiza-se a terceira edição desta conferência, de âmbito internacional, focada na problemática das espécies exóticas invasoras, assumindo a tónica nos ambientes insulares ou que são de alguma forma considerados “ilhas”.

A SPEA está presente, com a apresentação de dois pósteres intitulados: “Rat erradication from Berlenga Island, in Portugal”, relativo ao Life Berlengas e “Recovery of Santa Luzia Nature reserve and Translocation of the Globally Endangered Razo Lark” relativo a um projecto que visa promover a gestão sustentável na Reserva de Santa Luzia, em Cabo Verde.

Aqui fica um pequeno vídeo da equipa a colocar os pósteres!

Publicado a 11 Julho 2017
Estagiários no Life Berlengas - Karolina Mikslová

Em 2016, quando visitei as Berlengas pela primeira vez, como turista, e li sobre o projeto Life Berlengas, não iria adivinhar que passado um ano voltaria como estagiária Erasmus +. Mas a comunicação com a equipa da SPEA foi muito rápida e eficaz, o que me garantiu a maravilhosa experiência como estudante e como pessoa, sendo eu completamente apaixonada pela vida marinha e pela natureza.

Foi uma grande oportunidade para participar activamente na conservação da ilha da Berlenga e proteger directamente a natureza, quer através da remoção de chorão e na monitorização das galhetas quer no trabalho de escritório em Lisboa, monitorizando a actividade de barcos de pesca dentro da Área protegida através da analise de informação histórica. A SPEA ajudou-me a viver o meu sonho do canal Discovery ao longo de 2 meses, especiamente durante os momentos que passei no mar a contar e observar os maravilhosos alcatrazes e a sua capacidade espectacular de mergulhar. Estas serão sempre as minhas memórias favoritas! A única coisa que correu mal foi o tempo ser tão curto. Estou muito satisfeita por ter tido esta oportunidade e gostaria de agradecer a todos dentro da SPEA, especialmente à equipa de Peniche.

 

P. S. Desde que voltei a casa, nunca vou passear o meu cão sem os binóculos.

Publicado a 06 Julho 2017
Aos pescadores que se preocupam… Obrigado!

Artes de pesca como o palangre continuam a ser uma das principais causas de mortalidade de aves marinhas. O alcatraz devido ao seu comportamento como mergulhador é capturado com alguma frequência. Nos últimos embarques que realizei, esta foi a espécie mais afetada. No entanto, quando trabalhamos com pessoas que se preocupam conseguimos salvar uma série de indivíduos.

Existem aqueles que se limitam a cortar a linha de pesca e a ave leva consigo o anzol cravado no bico, na asa ou noutra parte do corpo acabando por morrer de hemorragia, infeção ou mesmo de fome. Atualmente, trabalho com pescadores que têm o cuidado de tirar o aparelho da ave e ainda a deixam repousar no barco algumas horas de forma a recuperar energias para regressar aos desafios do mar. “Perder” uns minutos com o animal é o que decide se ele vive ou não a maior parte das vezes, por isso, aos pescadores que se preocupam… obrigado!

Elisabete Silva – Observadora de pescas da SPEA

Publicado a 29 Junho 2017
Uma semana na Berlenga

Em junho decorreu mais uma semana de trabalho de campo associada ao Life Berlengas. Muitas pessoas se perguntarão: “Como é que conseguem passar uma semana inteira numa ilha tão pequena? Ainda apor cima sem wi-fi e com pouca rede de telemóvel!” Pois, essas são apenas mais algumas razões para querermos muito ir para lá.

Interromper o trabalho no escritório, o ritmo frenético do dia-a-dia na cidade e chegar a uma ilha a transbordar de natureza por todo o lado. Uma ilha de granito cor-de-rosa, que nos relembra a enorme escala temporal associada à geologia e que afinal o Homem está há tão pouco tempo no Planeta Terra. Como é possível termos alterado tanto em tão pouco tempo? 

Aqui recuperam-se habitats, removem-se espécies exóticas invasoras, estudam-se os impactos das principais atividades económicas sobre a biodiversidade do arquipélago, tudo com o objetivo de alcançar um equilíbrio e uma gestão sustentável deste arquipélago de características únicas. Os dias são quentes e longos e há muito trabalho para fazer, mas o espírito de camaradagem da equipa ajuda-nos a esquecer isso. Assim como os momentos que ficam para sempre gravados na memória. Um deles foi a ida aos Farilhões - os rochedos que se avistam da Berlenga lá ao longe, e que fazem parte da Reserva Natural. Quando nos aproximamos de barco surgem colossais, saem da água na vertical em direção ao céu. Impõem-se pelo tamanho e pela forma abrupta como irrompem do mar. A sensação aqui é de território intocável. Este rochedo alberga a única população reprodutora de painho de Portugal continental, o roque-de-castro. Trata-se de uma pequena ave marinha pelágica que enfrenta tempestades no mar com grandiosa bravura. Pela manhã, toca a monitorizar ninhos de cagarras. Estas já escolheram o ninho, e também já cuidam do seu único ovo. Tratam dele incansavelmente durante os próximos 2 meses, alternando entre o macho e a fêmea, para irem ao mar alimentar-se. Mas essas trocas de turno só acontecem à noite. É então que se começam a ouvir as suas peculiares vocalizações um pouco por toda a ilha. É um som incrível e que a todos surpreende! À tarde é tempo de capturar galhetas, ou melhor…de tentar capturar. A galheta é uma ave conhecida por todos, que ocorre não só na Berlenga mas em toda a costa sul de Portugal. É frequente observá-las de asas abertas ao sol em cabos e promontórios. Aqui na Berlenga, constroem os seus ninhos nas escarpas e por esta altura já tem as suas crias crescidas. Estas juntam-se em grupos de aves jovens para os primeiros mergulhos e aventuras. Em breve serão exímias mergulhadoras. É essencial percebermos onde se alimentam e por onde se deslocam para as podermos proteger. Então monta-se um sistema para a sua captura e para as equipar com um dispositivo de seguimento de GPS. Mas hoje não tivemos sorte. Nenhuma se aproximou da área pretendida. Ao fim do dia ainda há tempo de fazer um transeto para a monitorização de coelhos. O Sol está prestes a pôr-se no mar e a luz que invade a ilha faz-nos respirar melhor. Uma semana na Berlenga passa num instante. Mas o tempo passa-se só ali e não a correr para mil outros lugares onde temos de estar quase ao mesmo tempo. E isso dá-nos a sensação de que nos dedicámos totalmente a algo. Partimos de barco, a ver a Berlenga cada vez mais pequenina no horizonte e a pensar: quando será a próxima semana na Berlenga?

 

Publicado a 28 Junho 2017
A cria da galheta

No âmbito do censo nacional de gahetas, contabilizamos na costa de Peniche, 3 ninhos ativos e tivemos a oportunidade de confirmar que um deles continha 3 ovos. Recentemente voltamos ao local e conseguimos observar pelo menos 1 cria.

Tivemos, ainda, a sorte de ver um dos progenitores a alimenta-la! A galheta constrói o ninho em falésias rochosas e o macho e a fêmea partilham os cuidados parentais. A postura varia entre 1 a 6 ovos e a incubação é realizada pelo casal durante aproximadamente um mês. As crias, altriciais, nascem sem penas, cegas e completamente dependentes dos progenitores. As principais ameaças descritas para esta espécie são a perturbação das áreas de nidificação pela atividade humana, a introdução de espécies exóticas invasoras, a perda de habitat de nidificação, o consumo de lixo, os derrames de hidrocarbonetos, a escassez de alimento e, outrora, a caça pelo Homem. Existe ainda mortalidade associada à captura acidental e interação com artes de pesca tais como redes ou anzóis. Em Portugal, está atualmente classificada como “Vulnerável” (VU) devido à sua reduzida população nidificante e por isso é essencial continuar as ações de monitorização e conservação desta espécie. 

Elisabete Silva – Observadora de pescas na Spea

Publicado a 26 Junho 2017
Os arrojamentos continuam…

A equipa de observadores de pesca da SPEA continua a realizar, regularmente, inspeções costeiras na zona do Baleal para deteção de arrojamentos de aves marinhas e cetáceos. Recentemente deram à costa 3 cagarras, 2 alcatrazes, 2 gaivotas-de-patas-amarelas e 1 golfinho-comum.

Duas das cagarras encontravam-se presas com linhas de pesca e o golfinho-comum apresentava uma série de marcas, possivelmente de redes de emalhar. As artes de pesca continuam a afetar a sobrevivência de inúmeras espécies e é importante trabalhar em boas práticas de pesca e na sensibilização ambiental com a comunidade piscatória. O facto de libertarem os animais das artes (linhas ou anzóis, por exemplo) pode fazer a diferença entre a vida e a morte destes.

E mais uma vez, qualquer pessoa pode realizar uma inspeção costeira ao longo do litoral e submeter os resultados na seguinte página: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/arrojamentos/. É essencial e colaboração de todos.

Elisabete Silva – Observadora de capturas acidentais na Spea

Publicado a 23 Junho 2017
Um mar cheio obstáculos

A vida para as aves marinhas e cetáceos na ZPE Ilhas Berlengas nem sempre é fácil. Cada dia têm que evitar as numerosas artes de pesca para não ficarem presos numa delas. As aves marinhas são as mais atraídas pelas artes de pesca, pois estas oferecem sempre uma fácil refeição.

No palangre, aves como as cagarras, alcatrazes e gaivotas, sentem-se atraídas pelo peixe que está preso no anzol e terminam por ficar também presas no anzol ao ingerir o peixe, outras vezes ao mergulhar à procura de alimento numa zona com anzóis, podem ficar presas pelas patas ou pelas asas. A maioria das vezes, estas aves são libertadas vivas pelos pescadores, mas outras vezes devido ao tempo que a ave esteve presa e/ou ao estado do mar, estas terminam por morrer. Esta semana foi uma cria de golfinho-comum que ficou presa numa linha de anzóis, algo raro de acontecer, pois os golfinhos não costumam ficar presos nestas linhas, ao contrário do que acontece nas redes de pesca.

Esta cria de golfinho foi libertada pelos pescadores que tiraram as linhas de anzóis enroladas ao corpo do animal.

A equipa do Life Berlengas trabalha juntos dos pescadores para diminuir e evitar estas capturas accidentais com medidas de mitigação nas redes e no palangre.

Veja aqui o video da captura

Iván Gutiérrez- Observador de pescas da SPEA

Publicado a 01 Junho 2017
Berlengas – Laboratório para o estudo das Ciências Naturais

No âmbito do Life Berlengas, a SPEA dinamizou um Workshop prático para professores no passado dia 30 de maio.

Os professores de biologia e geologia da região Oeste aderiram muitíssimo bem à iniciativa e passaram um dia de aprendizagem diferente, fora da sala de aula. Num percurso por alguns pontos da ilha Berlenga, foram sendo abordados os vários temas que estão enquadrados nos principais objectivos e ações do projeto. De uma maneira bastante informal e num ambiente descontraído e bem ensolarado falou-se sobre a biodiversidade de fauna e flora das Berlengas, a remoção de espécies invasoras, as capturas acidentais de aves marinhas em artes de pesca, a gestão sustentável, a monitorização de fauna e flora e a geologia das Berlengas. O objectivo foi, sobretudo, mostrar no terreno as potencialidades que a ilha contém e demonstrar a relevância que este projeto está a ter neste ecossistema insular. Contando com o entusiasmo da Professora Doutora Teresa Mouga (Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar) e com a sabedoria do Professor Doutor José Romão (Associação Portuguesa de Geólogos), foram sendo transmitidos os conteúdos com os vários exemplos florísticos e geológicos que a ilha contém. No final foi lançado o desafio de, em grupo, esboçar atividades que possam ajudar a trabalhar as diferentes temáticas, de uma forma lúdica e apelativa, ao longo do próximo ano letivo.

 

Publicado a 25 Maio 2017
A correr pela conservação da Rede Natura 2000

Ramón Soto Madrid é um jovem espanhol que corre pela Península Ibérica. Esta ideia surgiu da sua preocupação com as ameaças que afectam os espaços da Natura 2000. Ele acredita que o primeiro passo para reduzir as ameaças à Natura 2000 é aumentar a consciência ambiental dos cidadãos.

Se a maioria social estiver do lado da melhoria da proteção e gestão destes espaços, será possível ter políticas direcionadas e não políticas que continuam a promover a urbanização descontrolada, a intensificação da agricultura intensiva e a sobreexploração dos aquíferos, entre outros. É por esta causa que ele vai correr em torno da Península Ibérica no sentido do relógio, começando em Cabo de Palos, sua terra natal, para voltar ao mesmo lugar 6 meses depois de ter percorrido mais de 4000 km. Ele espera que com a ajuda de especialistas, ecologistas, organizações, etc. e as pessoas que ele encontrará ao longo do caminho, ele possa atingir o seu objetivo. Na sua passagem por Peniche, Ramón ficou a conhecer melhor o Projeto Life Berlengas,  os seus objetivos e principais ações. Para nós foi um prazer e aqui ficam os votos de continuação de boa corrida!

Podem acompanhar a página facebook do Ramón Soto Madrid aqui. E podem ver o vídeo que ele fez sobre aves marinhas e pescas com a Ana Santos aqui.

Publicado a 24 Maio 2017
A bordo do Noruega

Todos os anos o Noruega (navio de investigação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera) ruma ao mar para fazer a monitorização dos stocks de sardinha. De forma a aproveitar a “boleia”, elementos da equipa da SPEA juntam-se para a realização de contagens ESAS (European Seabirds at Sea) e recolha de dados relativos aos eventos de pesca com a arte de arrasto.

A última viagem em que participamos durou cerca de 20 dias e foi muito positiva. O esforço de observação foi elevado (cerca de 9h/dia) e foram muitas as espécies registadas. Das mais comuns registamos a pardela-balear, o moleiro, a cagarra, a negrola, o garajau-de-bico-preto, o alcatraz, a gaivota-de-patas-amarelas e a gaivota de asa escura e das menos frequentes o moleiro-do-ártico e a gaivina-preta. No entanto, a passagem de um alcatraz pardo foi a surpresa da campanha. Esta é uma espécie muito difícil de observar no nosso país! Para além da contagem e identificação de espécies de aves, registamos outros animais marinhos como os cetáceos, tubarões e peixes lua. Este tipo de informação é essencial para avaliarmos a distribuição e comportamento de espécies. Assim, ao conhecer podemos proteger.

Elisabete Silva – Observadora de pescas na Spea

Publicado a 24 Maio 2017
À procura das galhetas na costa de Peniche

A galheta é uma espécie cuja população se encontra maioritariamente na ilha da Berlenga. O número de indivíduos é reduzido e por isso é importante realizar a contagem de casais reprodutores para avaliamos o seu histórico. Os casais de galheta ainda se encontram na época de reprodução e esta é uma altura adequada para se contarem os ninhos ativos.

A monitorização dos ninhos no arquipélago das Berlengas é realizada todos os anos ao contrário do que acontece nos restantes locais. Contudo, este ano a equipa da SPEA juntamente com alguns voluntários irá prospetar alguns dos locais de possível nidificação ao longo da costa portuguesa de forma a atualizar a informação relativa ao número de efetivos reprodutores. Na costa de Peniche, contabilizamos 3 ninhos ativos e tivemos a oportunidade de confirmar que um deles continha 3 ovos. Em breve voltaremos ao local para verificar a eclosão das crias. 

Para ver o ninho ao vivo na ilha da Berlenga basta visitar a página: http://berlengas.eu/pt/ninho-ao-vivo

Elisabete Silva – Observadora de pescas na Spea

Publicado a 23 Maio 2017
Construção de ninhos artificiais com a Reynaers

As cagarras da Berlenga contam agora com mais 14 ninhos artificiais construídos com o grande apoio dos colaboradores da empresa Reynaers Aluminium, S.A.

No passado dia 20 de Maio, um total de 62 colaboradores e familiares tiveram na Berlenga a construir os ninhos artificiais num novo núcleo, que se espera vir a ser ocupado em breve. Apesar de já serem conhecidos 2 ninhos naturais nesta zona, a falta de cavidades naturais impede que este núcleo possa aumentar, pois os buracos feitos na terra facilmente abatem. Com a construção dos novos ninhos esperamos que as cagarras se possam estabelecer e garantir a utilização do mesmo ninho por muitos anos, como é natural desta espécie.
 

Publicado a 12 Maio 2017
Os animais das Berlengas pelos alunos da Escola Básica 2,3 Dom Luís de Ataíde

No âmbito do Life Berlengas e das suas ações de Educação Ambiental, temos vindo a colaborar com 4 turmas do 5º ano de escolaridade da escola Básica 2, 3 Dom Luís de Ataíde, em Peniche. Ao longo deste ano letivo, visitámos a escola por várias vezes para apresentar aos alunos o Projeto Life Berlengas e para divulgar o enorme património natural deste arquipélago.

Esta colaboração, que contou com o precioso apoio das Professoras Lígia Neves e Maria Del Carmen, termina agora com a apresentação dos trabalhos dos alunos, inseridos no Projeto Animal. Esta é uma iniciativa já desenvolvida na escola, mas que este ano se focou na fauna das Berlengas. Ficámos encantados com os trabalhos, não só pela sua qualidade e criatividade, mas também pela forma como os alunos se empenharam, como envolveram familiares e amigos, e o quão orgulhosos estavam dos seus resultados! Estas crianças descobriram espécies de que nunca tinham ouvido falar e aperceberam-se que ali tão perto existe um sítio especial e único. Este é o primeiro passo, para amanhã quererem proteger e preservar o arquipélago das Berlengas.

Publicado a 04 Maio 2017
Marcação de galhetas nas Berlengas

Na passada semana a equipa de campo do LIFE Berlengas esteve a capturar galhetas para marcação das mesmas com anilhas metálicas e anilhas coloridas.

A marcação de aves com anilhas permite identificar cada indivíduo ao longo da sua vida e permite-nos conhecer os seus hábitos. Nas aves selvagens são normalmente utilizadas anilhas metálicas com um código único mas por vezes, e adicionalmente, também são utilizadas anilhas coloridas de plástico, que permitem "ler" o número da anilha à distância, sem ser necessário para tal perturbar a ave.

No âmbito do projeto LIFE Berlengas, as galhetas estão a ser marcadas com anilhas coloridas verdes, que apresentam letras e números brancos. Através do registo das observações destes animais é possível conhecer os seus movimentos nomeadamente se permanecem na Berlenga ou se se deslocam a outros locais, suas áreas de alimentação, e eventualmente também conhecer os seus fatores de ameaça.

Após o manuseamento da aves, o momento da sua libertação é sempre alvo de animação por tudo correr bem e a ave voltar ao seu habitat natural. Veja aqui um pequeno vídeo da libertação de uma das galhetas marcadas.

Publicado a 03 Maio 2017
Comissão Europeia visita o projeto Life Berlengas

Nos passados dias 26 e 27 de Abril, o projeto Life Berlengas, que está prestes a completar o seu 3º ano de execução, recebeu a visita de três membros da unidade LIFE da Comissão Europeia (CE) e de um elemento da equipa de monitorização externa.

A equipa da CE esteve reunida com alguns dos parceiros, na sede da SPEA, no dia 26, a debater as várias ações que estão a ser implementadas no terreno, assim como a verificar a metodologia de gestão financeira. Estas visitas são sempre uma mais-valia, que servem não só de acompanhamento ao projeto, mas também criam espaço para retirar dúvidas e tornam possível um intercâmbio de conhecimentos, por forma a melhorar e optimizar procedimentos. No dia 27, foi realizada uma visita à ilha da Berlenga com todos os parceiros do projeto, para que a equipa da CE pudesse ver in loco a implementação de algumas ações, como: as áreas de remoção de chorão (Carpobrotus edulis), as zonas de exclusão de gaivotas ,os ninhos artificiais construídos para cagarra (Calonectris borealis) e roque- de- castro (Hydrobates castro), as estações de monitorização de presença de rato-preto (Rattus rattus), o Centro de Visitantes e os novos painéis e sinalética dos trilhos. A viagem foi feita a bordo da embarcação adquirida pelo projeto (um semi-rígido batizado de ‘Berlengensis’) e numa outra embarcação de uma empresa marítimo-turística. Na travessia foi possível observar duas das espécies que se reproduzem no arquipélago, em pleno voo, a cagarra (Calonectris borealis) e a galheta (Phalacrocorax aristotelis), entre outras espécies de aves marinhas. No local do desembarque, junto ao Bairro dos Pescadores é bem visível, nas encostas mais próximas, os locais onde o chorão foi sendo removido, e os primeiros sinais da colonização pela vegetação nativa. Foi possível observar também os locais onde está a ser testada a instalação de manta de coco para minimizar o impacto da remoção de chorão nas encostas mais inclinadas. Iniciou-se a visita no Centro de Visitantes, localizado no Bairro, onde é possível descobrir alguns dos tesouros naturais das Berlengas, através dos painéis informativos, imagens, ilustrações e de um monitor táctil, no qual os visitantes podem escolher que vídeos querem ver. Prosseguiu-se pelo trilho da ilha Velha, fazendo o percurso desde o Melreu até ao planalto do Farol, caminhando quase sempre junto à encosta, e passando pelos novos painéis informativos já colocados. Sempre presentes, as gaivotas-de-patas-amarelas (Larus michahellis),  caracterizam a paisagem e acompanham-nos com os seus chamamentos. Nesta altura é ainda bem patente a panóplia de cores, por muitas das espécies da vegetação se encontrarem em flor. Durante o caminho para o Farol é possível ir apreciando uma das plantas endémicas das Berlengas, a arméria-das-berlengas (Armeria berlengensis), entre outras como a silene-rosa (Silene scabriflora) ou a viboreira (Echium rosulatum). No Farol foi feita uma pausa para almoço, num espaço cedido pela Autoridade Marítima Nacional, e a visita recomeçou com um percurso até à Cova do Som, na outra ponta da ilha. Já neste trilho, visitou-se a zona de exclusão para gaivotas, onde é visível o crescimento de várias plantas de arméria-das-Berlengas. Sendo uma planta de crescimento lento, é muito importante existirem zonas na ilha, onde a perturbação sobre as mesmas seja mínima. Na descida para o Forte de S. João Baptista, pudemos observar o local onde está instalada uma câmara, que tem transmitido em livestreaming o quotidiano de um casal de galhetas e das suas crias. Quando estas crias abandonarem o ninho, a câmara será recolocada junto a um ninho de cagarra, por forma a acompanhar o dia-a-dia desta espécie, até meados de outubro. O dia terminou com uma pequena intervenção por parte do vice-diretor da Unidade Life da Comissão Europeia, Mr. Christian Strasser, que mais uma vez aproveitou para aconselhar a equipa e os parceiros sobre os próximos passos a dar e sobre a importância de divulgar e de partilhar as experiências entre os vários projetos Life. No ano em que o Programa LIFE comemora os 25 anos de existência, importa salientar os valiosos contributos que tem dado em prol da conservação da Natureza e dos sítios da Rede Natura 2000 em toda a Europa. No próximo dia 21 de Maio, o projeto Life Berlengas junta-se às comemorações, assinalando uma visita à ilha, dando a conhecer o rico património e de que forma o Life Berlengas está a contribuir para a salvaguarda desses valores. Saiba mais em http://www.berlengas.eu/pt/eventos e inscreva-se aqui: http://www.spea.pt/calendario/?year=2017&month=05&id=1681

Publicado a 02 Maio 2017
Lixo marinho: um grande problema

Nos últimos meses tenho visto grandes quantidades de lixo no porto de pesca de Peniche procedentes na sua maioria dos barcos de pesca que operam desde este porto. Esse lixo fica durante dias a flutuar na água até que, com o efeito do vento e do mar, o lixo se afunda ou sai do porto onde vai parar às praias ou continua a flutuar no oceano.

No porto de Peniche podemos encontrar todo o tipo de lixo (garrafas, sapatos, vidros, artes de pesca, diferentes plásticos, papéis, madeira, beatas, etc) e isso é só o material visível, pois também existem derramamentos de lixívia e detergentes. Todo esse lixo contamina as nossas águas, provocando a perda e a morte de peixes, aves marinhas, corais e outros seres vivos que habitam estas águas tão produtivas. No nosso dia a dia, no trabalho com os pescadores, tentamos consciencializar e explicar o problema do lixo marinho e as conseqüências que tem no meio marinho. Muitos deles nem se apercebem do impacto que este lixo tem no mar, pois quando deitam fora alguma coisa, deixam de a ver, mas na verdade não desaparece; algumas delas ficam no fundo do mar durante décadas, outras durante centenas, e outras como alguns plásticos nunca desaparecem fragmentando-se em pedaços muito pequenos -microplásticos- que podem ser consumidos por diversos animais marinhos e chegar até às pessoas. É uma tarefa de todos reverter esta situação e ajudar para ter um mar mais limpo!

Iván Gutiérrez- Observador de pescas da SPEA

Publicado a 19 Abril 2017
Já podemos ver as mais recentes galhetas em Portugal
Nas Berlengas, os ovos foram postos a 12 de março e estiveram a ser incubados pelos progenitores, tendo as crias de galheta, a nossa Ave do Ano 2017, eclodido no sábado passado, dia 15 de abril e na terça-feira, dia 18 de abril!
Nas Berlengas, os ovos foram postos a 12 de março e estiveram a ser incubados pelos progenitores, tendo as crias de galheta, a nossa Ave do Ano 2017, eclodido no sábado passado, dia 15 de abril e na terça-feira, dia 18 de abril! Estes são 2 dos 3 ovos postos no ninho que a nossa equipa do Life Berlengas está a seguir. Por volta das 11 horas de dia 15 passámos a ver a primeira cria e, a meia da tarde de dia 18 passamos a ver as duas crias em interação com o progenitor. Nos próximos dias será possível observar os progenitores a revezarem-se nas suas tarefas de cuidado "domésticas". Durante o dia, a alimentação, os cuidados de higiene e os curtos descansos são algumas das atividades que podemos assistir. As crias serão alimentada até junho, altura em que, habitualmente, os juvenis começam a abandonar os ninhos, ficando ainda dependentes dos pais e juntando-se em pequenos grupos no mar, não muito longe dos seus ninhos. A equipa do Life Berlengas disponibiliza, aqui, um vídeo das primeiras horas da primeira galheta da ilha da Berlenga e as reações dos recém-pais.
Muito em breve e se tudo correr bem, podem ver as novas cria e os seus pais a prepararem-se para receberem mais um membro da família em: www.berlengas.eu/ninho-ao-vivo.
Publicado a 18 Abril 2017
Realização de inquéritos a mestres de pesca

Uma das funções dos observadores de pescas é a realização de inquéritos periódicos a mestres de pesca.

As questões são relacionadas com os locais onde pescam, detalhes da arte que utilizam e as ocorrências de “bycatch” de aves, mamíferos e outros organismos marinhos tal como as tartarugas. Os inquéritos são essencialmente dirigidos a embarcações que operam dentro da ZPE (Zona de Proteção Especial) das Ilhas Berlengas uma vez que é a nossa zona de estudo. Com a informação recolhida pretende-se saber quais as principais zonas de pesca, as artes que têm mais impacto, as espécies mais vulneráveis e a altura do ano mais crítica para cada uma delas.Os mestres, de forma geral, têm colaborado e partilhado informações relevantes para o nosso trabalho. As artes que parecem apresentar mais impacto nas aves e mamíferos marinhos (essencialmente golfinhos-comuns e roazes) são o palangre e as redes de emalhar. Aves marinhas como o alcatraz, a torda-mergulheira e o corvo-marinho são as mais capturadas pelas redes e anzois devido ao seu comportamento mergulhador. A aproximação dos biólogos aos profissionais de pesca é crucial para um objetivo comum: a conservação do meio marinho.

Elisabete Silva – Observadora de pescas na SPEA

Publicado a 17 Abril 2017
Censos marinhos com muito nevoeiro!

Durante os dias 12 e 13 de abril realizaram-se mais uns Censos de Aves Marinhas (ESAS) na ZPE das Ilhas das Berlengas e aproveitou-se para realizar uma das etapas do Censo Nacional de Galheta Phalacrocorax aristotelis.

Durante os dias 12 e 13 de abril realizaram-se mais uns Censos de Aves Marinhas (ESAS) na ZPE das Ilhas das Berlengas e aproveitou-se para realizar uma das etapas do Censo Nacional de Galheta Phalacrocorax aristotelis. O primeiro dia não foi nada favorável à realização dos censos que, com o nevoeiro intenso, não permitiu realizar o Censo Nacional da Galheta nem terminar o primeiro transeto do ESAS, acumulando essas tarefas para o segundo dia, caso o tempo melhorasse. O segundo dia também não nos sorriu, mas correu bastante melhor pois com o nevoeiro mais alto e não tão intenso conseguimos completar as tarefas pendentes do dia anterior e realizar todo o transeto correspondente ao segundo dia. Foram 14 horas de mar inicialmente bastante difíceis com o nevoeiro e um frio nada característico destes últimos dias, mas lá pelo meio da tarde o sol chegou a aparecer. A migração continua e observámos Garajaus-de-bico-preto, alcatrazes e tordas-mergulheiras rumando a norte para os locais de nidificação. Também observamos cagarras a prospectar a área e em descanso no mar, formando as características jangadas, gaivotas-de-patas amarelas e a espécie mais surpreendente destes dois dias de censos foi uma gaivina-preta. Em maio teremos novamente mais dois dias de censos marinhos, esperemos nós com melhores condições.

Ana Santos- Observadora de pescas da SPEA

 

 

Publicado a 12 Abril 2017
Também eu posso ser uma Ave Marinha da Berlenga!

Durante a pausa lectiva da Páscoa, o parceiro do projecto LIFE Berlengas, Escola Superior de Tecnologia e Turismo e do Mar (ESTM) tem um dia dedicado aos filhos dos funcionários da instituição. É um dia repleto de diferentes actividades em diferentes áreas.

E com a Berlenga ali tão próxima, a SPEA juntou-se à iniciativa e fomos falar um pouco sobre os valores naturais daquela ilha que avistávamos através da janela. Juntámos cerca de 30 crianças dos 3 aos 14 anos, visualizámos um pequeno filme sobre a biodiversidade da ilha e o trabalho que está a ser desenvolvido no projecto (disponível aqui) e no final transformámo-nos em aves marinhas, construindo máscaras das aves marinhas que nidificam na ilha Berlenga, a cagarra, a gaivota-de-patas-amarelas e a nossa ave do ano de 2017, a galheta. Foi uma actividade muito divertida, as crianças adoraram as máscaras e utilizaram-nas ao longo do dia. Saber que as crianças se divertem enquanto aprendem é o melhor feedback que podemos ter! Nós também adorámos participar no ‘Dia da Criança ESTM’!

Ana Santos, Colaboradora na SPEA

Publicado a 12 Abril 2017
Está oficialmente aberta a época do cerco para os observadores de pesca!

Desde o início de março que as traineiras, a pouco e pouco, voltaram ao mar. As traineiras ou cercadoras são embarcações especializadas na arte do cerco para a captura de espécies pelágicas. É com esta arte que se captura um dos símbolos do nosso país, a sardinha.

No entanto, a pesca dirigida à sardinha ainda não abriu e as cercadoras concentram-se na captura de carapau, cavala, sarrajão, entre outras. Como se tenta capturar um cardume é uma pesca de elevada intensidade e níveis de adrenalina ao rubro pois o cardume, com movimentos muito rápidos pode facilmente escapar ao cerco. Se corre bem é uma festa mas se corre mal é um dia de pesca perdido. Esta arte, como é dirigida essencialmente à captura de pequenos pelágicos atrai muitas aves marinhas, uma vez que estas encontram aqui espécies base da sua alimentação. Do conhecimento prévio que já temos, as aves marinhas não são capturadas acidentalmente com frequência na arte do cerco mas quando ocorrem essas capturas envolvem números elevados de aves. Esta monitorização torna-se ainda mais importante quando fazem parte do registo de capturas acidentais a criticamente ameaçada pardela-balear. Nos nossos primeiros embarques nas cercadoras, andámos perto do arquipélago das Berlengas e temos registado bastantes interacções com aves marinhas, essencialmente, gaivota-de-patas amarelas, gaivota-dde-asa-escura e cagarras, mas sem risco aparente de captura acidental.

Vamos ver o que o início da pesca dirigida à sardinha nos traz já que, segundo os pescadores, o número de aves que interagem com o cerco à sardinha aumenta bastante em comparação com o cerco a outras espécies.

Ana Santos - Observadora de pescas na SPEA

 

Publicado a 07 Abril 2017
Voluntários nas Berlengas - Carlos Tejada-Baena

Fiz um estágio de seis meses na SPEA entre dezembro de 2015 e Maio de 2016, trabalhando principalmente no projeto de conservação LIFE Berlengas. Senti-me à vontade com a equipa tanto no escritório como no campo, ou seja na ilha da Berlenga. No escritório, inseri e analisei os dados do trabalho de campo, e produzi mapas digitais no ArcGIS.

Na ilha, trabalhamos intimamente como equipa não só nas distintas tarefas do projeto nas quais tive a oportunidade de participar (remoção do chorão, mapeamento das espécies vegetais, monitorização de outras espécies invasoras como os ratos e os coelhos, monitorização de aves marinhas, construção de ninhos artificiais para cagarras, anilhagem de gaivotas e cagarras, entre outras), mas também para outros fazeres como cozinhar e comermos juntos (comidas deliciosas!). 

Aprendi muito de toda a equipa e usufrui especialmente do tempo partilhado conjuntamente, desde conversas interessantes e divertidas na cozinha até silêncios em comum caminhando pela ilha ou olhando juntos ao horizonte. Até decidi voluntariamente superar o meu medo das alturas enquanto estivemos a remover o chorão nas falésias, graças em grande parte ao apoio de toda a equipa. Trabalhamos duramente com frio e por vezes vento forte no entanto, usufrui estas condições ambientais como um lembrete de quão poderosa e vivaz é esta ilha. E mesmo assim, acho que qualquer pessoa motivada pode tratar disso sem muitas dificuldades, especialmente se pode apreciar este lugar único, cheio de assombrosas paisagens e surpresas. Uma experiência inesquecível e mágica que mudou a minha perceção das ilhas, de todas elas.

Publicado a 06 Abril 2017
Nova sinalética nas Berlengas

Desde dia 17 de Março que a ilha da Berlenga está de “cara” lavada, com as novas mesas interpretativas e a nova sinalética, colocadas ao longo dos trilhos no âmbito do LIFE Berlengas.

Simplesmente passeando pelos trilhos, os visitantes têm agora acesso a informação detalhada sobre a fauna, a flora, a geologia, a ocupação humana e a arqueologia do arquipélago, em Português e Inglês.

Desde dia 17 de Março que a ilha da Berlenga está de “cara” lavada, com as novas mesas interpretativas e a nova sinalética, colocadas ao longo dos trilhos no âmbito do LIFE Berlengas.

Simplesmente passeando pelos trilhos, os visitantes têm agora acesso a informação detalhada sobre a fauna, a flora, a geologia, a ocupação humana e a arqueologia do arquipélago, em Português e Inglês.

Além disto, ainda há mais uma novidade!

Para quem desejar mais informações, pode aceder diretamente ao portal do LIFE Berlengas e a toda a informação aqui disponibilizada sobre o arquipélago das Berlengas, através do QR code presente em todas as mesas interpretativas!

Boa visita!

Publicado a 03 Abril 2017
Contagens RAM com a Berlenga à vista!

Foi o dia 1 de Abril, após algum tempo de interregno, que retomámos as contagens RAM a partir do Cabo Carvoeiro. E foi um grande recomeço com a migração para as áreas de nidificação a expressar-se: muitos alcatrazes, vários grupos de tordas-mergulheiras, de negrolas e de garajaus-de-bico-preto.

Enquanto estes voavam para Norte, várias galhetas faziam-nos companhia não estivéssemos nós ao lado da pedra Nau dos Corvos. Várias cagarras também foram avistadas mas voando para sul, possivelmente cagarras que começam agora a instalar-se nas Berlengas para mais uma época de nidificação.

Todos os primeiros sábados de cada mês realizam-se as contagens ibéricas RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos marinhos) em vários pontos de observação específicos. A metodologia consiste na contagem de indivíduos e caracterização do seu comportamento.

Com os dados pretende-se obter informação sobre abundância, distribuição e comportamento migratório de espécies de aves e mamíferos marinhos.

Se nos quiser fizer companhia e ajudar nas contagens ibéricas RAM estaremos no Cabo Carvoeiro. Basta trazerem binóculos ou telescópio e entusiasmo!

Mais informações sobre a RAM em http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/dias-ram/ ou se quiser participar, para saber os locais e quando ocorrem as contagens mensalmente, envie mail para isabel.fagundes@spea.pt .

 

Ana Santos e Elisabete Silva, Observadoras de pesca na SPEA

Publicado a 27 Março 2017
Contagens ESAS no final do Inverno

No início de março rumamos, mais uma vez, a alto mar para a contagem de aves marinhas na ZPE (Zona de Proteção Especial) das Ilhas Berlengas.

Ao fim de algumas horas tínhamos uma lista bem recheada de espécies: gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis, alcatraz Morus bassanus, negrola Melanitta nigra, alcaide Stercorarius skua, torda-mergulheira Alca torda, pardela-balear Puffinus mauretanicus e cagarra Calonectris diomedea. As cagarras já começam a chegar para a época de nidificação e tivemos a oportunidade de as observar a alimentarem-se próximo do arquipélago. A Reserva Natural das Berlengas acolhe uma série de espécies de aves marinhas com estatuto vulnerável. Ao protegermos o seu habitat asseguramos a sua sobrevivência. 

Texto de Elisabete Silva – Observadora de capturas acidentais na Spea

Fotografia de Karolina Mikslova

Publicado a 22 Março 2017
Os testes de mitigação continuam…

Os painéis contrastantes são chamados desde “trapos” a “bandeiras” pelos pescadores e tem sido muito positiva a sua colaboração. Após a realização de cerca de 10 embarques no barco “Meu Regresso” foi possível observar que os painéis não prejudicam nem atrasam o seu trabalho. Para nós, este é um resultado importante dado que não queremos interferir com a dinâmica da pesca. O vídeo mostra a alagem de redes de emalhar de um pano com a nossa medida de mitigação em vigor.

 

Texto escrito por Elisabete Silva – Observadora de capturas acidentais na Spea

Publicado a 21 Março 2017
O que o mar leva mas devolve

Quando chega a maré-baixa é notável a “nossa” pegada nas margens do mar. De todo o lixo que arroja, o plástico e as artes de pesca abandonadas destacam-se. Os alcatruzes são a arte de pesca que vemos com maior frequência pelo facto de serem leves e descartáveis. É urgente tomarmos consciência do nosso impacto aqui.

Muito deste lixo é o responsável pela morte de inúmeros animais incluindo as aves marinhas que se alimentam e/ou ficam encurralados nele. Também para nós existem consequências que a longo prazo se tornaram mais evidentes. Produzimos cada vez mais resíduos o que já é “agressivo” para o planeta, pelo menos façamos o esforço de lhes dar um fim apropriado. E o mar não o é…

Texto escrito por Elisabete Silva – Observadora de capturas acidentais na Spea

Publicado a 17 Março 2017
Um projeto animal entusiasmante!

Durante esta semana voltamos a visitar os alunos das turmas de 5ºano da Escola Básica D. Luis de Ataíde em Peniche. Foi muito gratificante sentir a simpatia e entusiasmo com que nos voltaram a receber!

O projeto anual desenvolvido pelos professores de Ciências da Natureza, o Projeto Animal, já arrancou e este ano aliaram-se ao LIFE Berlengas dedicando o tema à fauna existente na ZPE das Ilhas Berlengas.

Com diferentes animais já atribuídos a cada aluno, a nossa visita serviu essencialmente para esclarecer algumas dúvidas e para ajudar os alunos na pesquisa de informação fidedigna, indicando várias fontes de consulta, como livros, revistas e páginas na internet. Foi muito interessante ver como estavam empenhados na pesquisa e muitos alunos já se encontram a desenvolver o trabalho, o que nos deixou muito curiosas para ver o resultado final destes trabalhos, que serão expostos nas comemorações do Dia do Pescador (31 de maio), e que se tudo correr pelo melhor estarão disponíveis para quem queira visitar a exposição.

Como não poderia deixar de ser e porque nós também adoramos jogos, terminamos com um quizz de consolidação de conhecimentos relativos à primeira sessão de apresentação do LIFE Berlengas, em Novembro. O quizz comprovou que estas “esponjas” estão atentas e interessadas em absorver o conhecimento que lhes é passado e não o deixam fugir pois as respostas estavam na ponta da língua.

O desenvolvimento deste tipo de projectos por parte das escolas é extremamente importante, uma vez que, para além de divertido e desafiante para os alunos, torna-se também mais fácil de aprender. Desta forma, consegue-se despertar uma responsabilidade e consciencialização ambiental muito importantes para o futuro.

No próximo período voltamos a encontrar-nos e esperamos ter trabalhos fantásticos à nossa espera.

Desejamos boa sorte e entusiasmo a estes alunos!

Ana Santos, Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 16 Março 2017
Chorão nas Berlengas e o esforço para removê-lo

Uma das ações do Life Berlengas é o controlo do chorão, uma das 100 piores espécies invasoras do mundo e que foi introduzida nas Berlengas nos anos 1950.

Esta planta, originária da África do Sul, foi introduzida na Berlenga para conter o movimento dos depósitos resultantes da construção do restaurante mas, a sua impressionante capacidade de propagação levou a que o chorão rapidamente colonizasse outras encostas da ilha.

Com as suas folhas muito densas e raízes fortes, o chorão é uma importante ameaça à conservação das plantas nativas, em especial das 3 espécies endémicas (arméria-das-berlengas, herniária-das-berlengas e pulicária-das-berlengas). O chorão também representa uma ameaça para as aves marinhas, pois o denso tapete que forma reduz o número de cavidades disponíveis para ninho.

Quando o Life Berlengas teve início, em junho de 2014, o chorão na Berlenga ocupava uma área total de 38533 m2. Desde então a SPEA, em colaboração com os seus parceiros e numerosos voluntários, tem procedido à remoção do chorão na ilha.  

Após 2 anos e meio de trabalho já foi possível remover cerca de 15000 m2, o que corresponde a cerca de 40% da área total, o equivalente a um campo de futebol e meio.

Não podemos deixar de agradecer aos mais de 100 voluntários e aos vigilantes da Reserva Natural das Berlengas todo o esforço na remoção desta planta exótica de carácter invasor. Obrigada!

Publicado a 08 Março 2017
Voluntários nas Berlengas - Monika Jadwiga Szynaka

Decidi voluntariar-me com a SPEA para a Ilha da Berlenga, como uma prática para o programa de mestrado. Previamente fui informada do trabalho a ser realizado na ilha mas como nunca tinha trabalhado num projeto de conservação, eu ia à descoberta.  

A ilha é uma surpresa e diferente de tudo o que conhecia. Quando estava no barco em direção à ilha, fiquei admirada com a beleza da vegetação, as falésias, as cores da rocha, e as aves voando sobre nós. Senti que a ilha era vasta e o clima estava perfeito embora fosse dezembro.

Como americana oriunda da Flórida, custou-me muito andar acima e abaixo nas colinas e falésias da ilha. A casa fica localizada nas proximidades do farol e é muito acolhedora. As refeições preparadas pelos vigilantes eram muito criativas e deliciosas, o que era muito importante para termos energia para o trabalho que tínhamos que fazer. As manhãs eram dedicadas ao arranque de chorão e as tardes foram para censos de aves, monitorização dos roedores e construção de ninhos artificiais de cagarra, tudo tarefas muito interessante.

No nosso tempo livre podíamos conhecer melhor a ilha, descansar ou até fazer uma visita ao farol, o que foi emocionante. As paisagens eram deslumbrantes a qualquer hora do dia e o trabalho árduo valeu a pena por toda a aprendizagem e por respirar ar muito fresco e salgado. No geral, esta experiência foi um desafio mas, valeu cada momento. Recomendo vivamente esta oportunidade de voluntariado a todos, especialmente se você é um ávido observador de aves.

Publicado a 07 Março 2017
Voluntários nas Berlengas - Brigita Šimunac de Croácia

A minha visita a Portugal e às Berlengas ocorreu entre Novembro de 2016 e Janeiro de 2017, no âmbito do programa de estágios Erasmus +. Como sempre na vida, as experiências mais incríveis são difíceis de descrever com palavras, mas vou tentar. Desde a primeira visão enevoada sobre as Berlengas, entre grandes ondas, eu soube que este arquipélago reserva algo de especial.

Depois de sair do barco primeiro eu notei uma calma e tranquilidade que eu podia sentir em tudo e também nas pessoas que conheci. Naquela época do ano a ilha é habitada por apenas alguns cientistas, voluntários, os dois vigilantes da natureza e os faroleiros.

Embora não muito distante do continente, as Berlengas oferecem todo o encanto da tranquilidade e isolamento da ilha. A casa onde ficamos, apesar da sua simplicidade e modéstia, satisfaz completamente as nossas necessidades. Uma das coisas que aprendi ao viver nesta casa é que podemos viver felizes mesmo sem o luxo do quotidiano, do qual estamos dependentes. Mas tenho de salientar que as refeições não tiveram nada de modéstia, foram um luxo.

Nunca pensei em mim com uma "pessoa de grupos", mas a companhia destas bonitas pessoas deitou abaixo todas as minhas paredes e consegui integrar-me no grupo. Gostei das especificidades de cada um e posso dizer que experimentei uma verdadeira diversidade de caracteres, mas novamente notei como somos todos semelhantes. Todo o trabalho de campo que fizemos juntos e em conjunto, sem nenhuma tarefa muito difícil de lidar. Todos compartilhamos grande apreciação pela incrível natureza da qual fazemos parte.

Acho que o arquipélago das Berlengas é um verdadeiro tesouro que merece ser conservado e estou muito grata por ter feito dele.

Publicado a 07 Março 2017
Fevereiro, um mês cheio de personalidade!

A primeira metade do mês de Fevereiro foi caracterizada por um mar cheio de força que exigia o máximo de respeito a todos os que dele dependem, impedindo muitos barcos de sair para o mar para um normal dia de pesca.

Passados esses dias, o mar acalmou e permitiu que os pescadores voltassem ao mar, e que consequentemente nós voltássemos com eles. Continua a monitorização das capturas acidentais de aves marinhas nas artes de pesca.

Mas temos novidades! Conseguimos colocar painéis contrastantes para afugentar as aves marinhas das redes de emalhar! Abraçamos a loucura e durante dois dias os painéis foram colocados numa nova embarcação enquanto os pescadores alavam as redes, ou seja, enquanto as redes eram puxadas da água para dentro do barco.

E passados alguns dias de mar, os painéis estão a aguentar-se e não estorvam em nada o normal trabalho dos pescadores.

Durante os próximos meses vamos continuar a testar esta medida de mitigação e para breve teremos mais novidades.

 

Ana Santos, Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 06 Março 2017
E a Ave do Ano 2017 é… a Galheta!

Com esta campanha a SPEA quer dar a conhecer esta ave marinha, facilmente identificada pela sua plumagem escura com reflexos esverdeados, os seus olhos verde-esmeralda, e o seu pescoço e bico compridos. O seu nome peculiar está provavelmente relacionado com o seu pescoço longo e curvado, assemelhando-se a um galheteiro.

A principal colónia reprodutora de galheta em Portugal localiza-se no arquipélago das Berlengas, com uma população estimada em 75 casais, apresentando um ligeiro decréscimo a curto e longo prazo (dados de 2015). 

O período de reprodução decorre de janeiro a julho. Entre fevereiro e abril são postos os ovos, entre 1 e 6, e a incubação é levada a cabo por ambos os progenitores durante cerca de 33 dias. Ao fim de 2 meses, os juvenis começam a abandonar os ninhos, ficando ainda dependentes dos pais e juntando-se em pequenos grupos no mar, não muito longe dos seus ninhos.

As suas penas são permeáveis à água, ficando as aves molhadas até à pele após os mergulhos de pesca. Por isso, para se aquecerem e secarem, é comum vê-las ao sol, de asas abertas durante longos períodos de tempo. Saiba mais sobre esta espécie aqui.

Se esta espécie despertou a sua curiosidade, saiba que já pode acompanhar o dia-a-dia de um casal de galhetas e futuramente da sua prol, em direto da ilha da Berlenga, através de uma câmara online instalada perto de um dos ninhos existentes. Veja aqui

Publicado a 17 Fevereiro 2017
Bolsa de Investigação para Licenciado

Encontra-se aberto concurso para a atribuição de uma Bolsa de Investigação para Licenciado no âmbito do projeto LIFE+ BERLENGAS - CONSERVING THREATENED HABITATS AND SPECIES IN BERLENGAS SPA THROUGH SUSTAINABLE MANAGEMENT, Código de Projeto n.º 330458, cofinanciado pela Comissão Europeia no âmbito do contrato LIFE13 NAT/PT/000458.

As tarefas a desenvolver irão contribuir para a avaliação socio-económica da ZPE Ilhas Berlengas e incluem: desenho metodológico da entrevista a realizar aos diferentes stakeholders; realização das entrevistas presenciais na zona de Peniche; tratamento da informação e elaboração de relatório; preparação e acompanhamento do workshop a realizar com os stakeholders e apoio às atividades de gestão do projecto. O concurso encontra-se aberto no período de 15 a 28 de fevereiro de 2017.

Mais informações aqui.

Publicado a 14 Fevereiro 2017
Workshop “A Gestão da ZPE Ilhas Berlengas: Planear, Implementar, Concretizar”

No passado dia 26 de janeiro decorreu em Peniche um Workshop sobre o Plano de Gestão da ZPE das Ilhas Berlengas. O evento contou com a presença de inúmeros stakeholders da região para debater as ações propostas no Plano, identificar o seu nível de prioridade e desafios à sua implementação.

O objetivo é atualizar o documento elaborado em 2011 (Bases para o plano de gestão) através de um modelo participativo que irá contribuir para a futura adoção do Plano de Gestão.

A SPEA esteve presente neste evento que foi organizado no âmbito do Life Berlengas e apresentou alguns dos resultados alcançados até agora nas várias ações do Projeto.

 

Publicado a 14 Fevereiro 2017
Reduzir capturas acidentais de aves marinhas num inverno atípico

Após os primeiros testes preliminares com painéis contrastantes em maio do ano passado, desde o Outono que está tudo pronto para implementar esta medida de mitigação em redes de emalhar de um pano. Em outubro colocámos estes painéis nas redes de um barco de pesca, mas tivémos que esperar pelo fim de novembro para que estas redes modificadas pudessem ser finalmente utilizadas, pois as elevadas t

emperaturas e nitidez da água resultante da falta de chuvas, tornam desfavorável a utilização desta arte de pesca que exige uma água mais agitada e turva para tornar a rede "invisível". Os primeiros embarques correram bem e não se verificaram grandes diferenças no que se refere às capturas de peixe entre as redes controlo e as redes com painéis. Também não se registou nehuma captura acidental de aves marinhas nestes embarques. Nos primeiros dias do ano, o estado do mar esteve bastante agitado e as redes controlo e modificadas tiveram de ser retiradas do barco para reparação, dado que, algumas delas ficaram partidas e muitos dos painéis se soltaram. Devido aos poucos painéis que permaneceram nas redes e a impossibilidade de colocar novos painéis, tivemos de deixar a avaliação nesta embarcação. Ao mesmo tempo, começámos a implementar esta medida num outro barco de pesca, que ainda não tinha começado a utilizar redes de emalhar devido às condições desfavoráveis já referidas. Numa caçada com 40 redes, na totalidade, foram colocados 122 painéis em 20 redes de forma a ter um controlo com a mesma dimensão. Os painéis foram presos no centro da rede de 6 em 6 metros com um fio de "nylon" mais resistente do que o utilizado anteriormente, uma vez que um dos principais problemas para os painéis se soltarem na outra embarcação foi precisamente o material utilizado. Os pescadores aceitaram o desafio com toda a boa vontade e até nos ajudaram na colocação dos painéis. A colaboração das embarcações é essencial para que possamos ter resultados fidedignos e a possibilidade de aplicar medidas que poderão, de facto, fazer a diferença. As redes com os painéis já foram para água e notou-se, novamente, a perda de alguns painéis. É importante continuar a testar os diferentes materiais para prender estes painéis às redes, de forma a encontrar um que resista à agitação marítima. Em breve, os painéis irão de forma permanente para a água mas antes disso o tempo quente e a pouca chuva deste Inverno atípico tem que mudar. Entretanto, continuamos com a monitorização das aves marinhas em cada embarque aumentado o conhecimento sobre a sua diversidade, abundância e zonas de alimentação. Estes testes de medidas de mitigação são realizados em Portugal pela primeira vez e esperemos que contribuam para uma nova etapa da conservação de aves marinhas! 

 

Publicado a 14 Fevereiro 2017
Inspeções costeiras para deteção de arrojamentos de aves marinhas

Com o Inverno são muitas as aves que não resistem às condições rigorosas e acabam por ser encontradas mortas nas praias. Para além do mau tempo, as artes de pesca, ativas ou abandonadas, continuam a ser uma das maiores causas de mortalidade de aves marinhas. No mês de janeiro, foram realizadas inspeções na zona do Baleal-Peniche depois de alguns dias de vento forte e de uma vaga de frio.

No total, foram encontradas 8 aves marinhas sem vida (2 gaivotas-de-patas-amarelas Larus michahellis, 2 alcatrazes Morus bassanus, 1 gaivota-d´asa-escura Larus fuscus, 1 negrola Melanitta nigra, 1 torda-mergulheira Alca torda e 1 corvo-marinho Phalacrocorax carbo). O corvo-marinho estava anilhado e apresentava vestígios de sangue no bico podendo ter ficado preso num anzol. É de elevada importância reportar este tipo de informação para tirarmos conclusões relativas às ameaças a que este grupo de animais está sujeito e também conhecer rotas migratórias e a sua longevidade.

Qualquer pessoa pode realizar uma inspeção costeira ao longo do litoral e submeter os resultados na seguinte página: http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/arrojamentos/.

Texto de Elisabete Silva – Observadora de capturas acidentais na Spea

Publicado a 19 Janeiro 2017
A captura do polvo

O polvo-comum (Octopus vulgaris) é uma espécie muito apreciada na gastronomia portuguesa e como tal o seu preço é valorizado. Para além do interesse comercial, existe o dado biológico que é um organismo de elevada complexidade. No barco em que faço observações são capturados dezenas de polvos todos os dias.

O polvo-comum (Octopus vulgaris) é uma espécie muito apreciada na gastronomia portuguesa e como tal o seu preço é valorizado. Para além do interesse comercial, existe o dado biológico que é um organismo de elevada complexidade. No barco em que faço observações são capturados dezenas de polvos todos os dias. Com o bom tempo que se tem feito sentir em Peniche, a utilização de redes para capturar peixe não rende porque as águas estão límpidas e o peixe consegue ver a rede. Assim, os pescadores, na sua maioria, optam pela utilização de artes de pesca alternativas tais como as armadilhas (covos ou alcatruzes) para capturar polvos. Antes da largada no mar, os covos (armadilhas que aparecem na imagem) são iscados com restos de peixe, geralmente com cavala ou carapau. Os polvos ao comerem a isca fazem com que a armadilha feche, ficando assim encurralados. De forma geral, a largada é realizada durante a madrugada e algumas horas depois é feita a alagem. 

Elisabete Silva - Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 09 Janeiro 2017
Companheiras de bordo…

Parte do meu trabalho como observadora é a contagem e identificação de aves marinhas. As gaivotas, principalmente a espécie gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis), dominam a minha lista consecutivamente. Estão sempre ali, à espera de uma refeição fácil.

As gaivotas são aves com elevada capacidade de adaptação e de reprodução, com escassos predadores e têm uma alimentação generalista. A ampla disponibilidade alimentar, nomeadamente proveniente de aterros e desperdícios nos portos de pesca, tem contribuído para que sua população aumente de forma drástica. A “superpopulação” de gaivotas na zona de Peniche tem sido um problema para outras espécies, tanto animais como vegetais, provocando até conflitos com o Homem. Uma das ações do projeto “Life Berlengas” é testar novos métodos de controlo populacional desta espécie na tentativa de repor o equilíbrio do ecossistema no arquipélago das Berlengas. Também nós podemos contribuir sendo mais conscientes no gasto de recursos.

 

Elisabete Silva - Observadora de capturas acidentais na SPEA

2016

Publicado a 22 Dezembro 2016
Os censos marinhos com a nova aplicação!

 

Durante os dias 12 e 13 de dezembro a equipa regressou ao mar para realizar mais uma amostragem de censos marinhos seguindo a metodologia ESAS (European Seabirds At Sea) na ZPE das Ilhas Berlengas. Desta vez abandonámos o papel e estreámos com sucesso a nova aplicação digital que nos vai poupar muito tempo de inserção de dados.

Tal como nos censos de novembro, tivemos um primeiro dia com tempo espectacular, sol e mar calmo durante todo o dia e um segundo dia com o vento a fazer-se sentir, sem sol e com o mar um pouco picado, que ainda nos obrigou a fugir do excelente ponto de observação com a ondulação a deixar-nos encharcados.

Foram observadas cerca de nove espécies diferentes de aves marinhas, com destaque para o alcatraz que “dominou” as contagens.

Em janeiro voltamos ao mar para mais dois dias de censos.

 

Ana Santos – Observadora de pescas na SPEA

Publicado a 14 Dezembro 2016
A Gaivota mais velha da Berlenga tem mais de 20 anos!

Anilhada em Agosto de 1996, esta ave foi recentemente observada em Sesimbra e pela sua anilha colorida com as letras BLD conclui-se que tem já vinte anos e quatro meses, sendo assim a Gaivota mais idosa nascida nesta Reserva Natural.

De salientar ainda que esta não é apenas a gaivota mais velha da Berlenga mas sim a gaivota com maior longevidade reportada à Euring (central europeia de anilhagem).

A marcação de aves com anilhas permite identificar cada indivíduo ao longo da sua vida e permite-nos saber os seus hábitos e a sua idade. As gaivotas podem viver mais de 30 anos.

Nas aves selvagens são normalmente utilizadas anilhas metálicas com um código único, e este registo é enviado para a central nacional de anilhagem que coordena estes dados. Por vezes, como no caso da gaivota BLD, são utilizadas anilhas coloridas de plástico, que permitem "ler" o número da anilha à distância, sem ser necessário para tal perturbar a ave.

No âmbito do projecto LIFE Berlengas (www.berlengas.eu), estão a ser marcadas dezenas de gaivotas nas Berlengas com anilhas coloridas (três letras pretas numa anilha amarela). Através do envio das observações destes animais é possível saber os seus movimentos e locais de alimentação, o que permite gerir as suas populações e possíveis ameaças. Neste projecto pretende-se saber onde se alimentam, para que possam ser tomadas medidas adequadas para evitar desequilíbrios da população.

Se observar algumas destas aves envie a observação para nuno.oliveira@spea.pt ou para cempa@icnf.pt.

Publicado a 05 Dezembro 2016
A chuva é necessária…também na pesca!

Com as temperaturas altas e o tempo seco que se sentiu até fins de novembro, a época de verão estendeu-se e muitos pescadores continuam com a ´pesca de verão´ à espera que as chuvas venham ‘mexer a água’.

Durante o verão e outono estive numa embarcação que tem como espécies-alvo o galo-negro e a pescada. O galo-negro é apanhado com as redes de tresmalho e a pescada com redes de um pano. As redes são largadas durante a noite e aladas durante o dia, sendo primeiro largada a de tresmalho e de seguida a de um pano. Ao amanhecer começa a alagem das redes de tresmalho e esperava encontrar bastantes mais aves que aquelas que as que fui registando uma vez que seria um período de maior actividade. No entanto, a maioria das aves marinhas foram registadas durante a alagem das redes de um pano, ou seja, durante a tarde. A verdade é que as redes de um pano, cuja espécie-alvo é a pescada, apanham grandes quantidades de carapau e cavala o que pode atrair mais aves ao barco. Apesar de não serem muitos embarques e a amostra ser pequena foi giro ver a influência de uma arte na interacção de aves marinhas e pesca.

Agora com o inverno a chegar, espera-se que se volte às redes de tresmalho para linguados e raias…e as minhas aventuras irão continuar agora com um novo barco!

Ana Santos – Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 05 Dezembro 2016
Falar do Life Berlengas nas escolas…um novo ano lectivo a iniciar-se…

Aproveitando o facto de Peniche comemorar novembro como o mês do mar, no passado dia 23, estivemos na Escola Básica 2,3 D. Luís de Ataíde em Peniche para dar a conhecer o projeto Life Berlengas às turmas de 5º ano. No total, estiveram presentes cerca de 80 alunos cheios de energia e curiosidade.

Esta sessão foi importante para os alunos se inspirarem para os seus trabalhos de final de ano. o Projeto Animal, que este ano será dedicado às espécies que habitam na ZPE das Ilhas Berlengas. Inicialmente fizemos uma pequena apresentação sobre os objetivos gerais do nosso trabalho, demos a conhecer as espécies-alvo do projecto e o trabalho que desenvolvemos. Para muitos dos alunos, nós e o projecto já não eramos estranhos, muitos deles ainda se recordavam dos nomes das espécies que falámos no ano passado e mostravam-se interessados em aprender mais. No final fizemos um jogo que relacionava a pesca e as suas artes com as aves marinhas e a problemática das capturas acidentais. O objetivo era conseguir capturar peixe para as crias de aves marinhas sem que fossem capturadas nas artes de pesca. Esta foi a melhor parte para os miúdos, porque podiam correr e divertir-se. Este tipo de iniciativa é essencial para cativar os mais novos e ensina-los a respeitar e valorizar os seres vivos e os seus habitats dos quais estão tão dependentes.

Bora lá participar no projecto anual da escola, o Projecto Animal e ajudar estes alunos a desenvolver os projectos e quem sabe, no final do ano lectivo mostrá-los a mais público podendo eles aprender também um pouco mais sobre a Berlenga e os seus valores naturais.

Ana Santos e Elisabete Magalhães – Colaboradoras da SPEA

Publicado a 02 Dezembro 2016
Censos Marinhos

No dia 28 de Novembro, foram realizadas contagens de aves marinhas através da metodologia ESAS (European Seabirds At Sea) na Zona de Proteção Especial das Ilhas Berlengas. Estivemos a navegar desde as 8h da manhã até às 17h da tarde. O dia foi preenchido com sol e mar calmo, o que facilitou a observação.

Foi possível avistar espécies como a Torda mergulheira (Alca torda), pardelas-baleares (Puffinus mauretanicus), Fura-bucho-do-atlântico (Puffinus puffinis) e moleiros (Stercorarius skua). Para além das aves ainda tivemos um grupo de golfinhos-comuns (Delphinus delphinus) a acompanhar-nos durante parte do percurso. Este tipo de monitorização é muito importante porque permite a realização de mapas de distribuição, abundância ou de probabilidade de ocorrência de aves marinhas.

 

Elisabete Silva - Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 16 Novembro 2016
Roque-de-castro: a ave escolhida para celebrarmos o Dia do Mar

Se existe alguma espécie animal que possa simbolizar o território português e a ligação dos portugueses ao mar, bem que pode ser o roque-de-castro. É uma das poucas aves marinhas que naturalmente nidifica em todo o nosso território, incluindo as ilhas.

Sendo a única ave que nidifica em pleno outono e inverno, é aproximadamente a partir do dia 16 de novembro, Dia do Mar, que normalmente se pode assistir ao nascimento das primeiras crias.

Em Portugal Continental, o pequeno roque-de-castro nidifica apenas no arquipélago das Berlengas, mais propriamente nos Farilhões. Embora ao longo dos últimos anos se terem verificado diversas tentativas para ocupar a ilha principal - a Berlenga – a presença de predadores introduzidos, como o rato-preto, têm impossibilitado que se estabelecesse. Com apenas 20 cm de comprimento, sendo ainda mais pequeno do que um melro, consegue fazer viagens incríveis. Um dos melhores exemplos que temos é o de um indivíduo adulto, marcado com um pequeno aparelho de seguimento, que fez uma viagem de ida e volta entre o Farilhão Grande e a costa de Marrocos em apenas 5 dias. Por coincidência ou não, esta ave foi marcada em pleno Dia do Mar, a 16 de novembro de 2011, pela equipa da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Tal como as cagarras, também o roque-de-castro vem a terra apenas para nidificar, passando a maior parte da sua vida em alto mar. Atualmente apenas nidifica em ilhas onde não foram introduzidos mamíferos terrestres, nomeadamente ratos, gatos e furões. E por isso a sua distribuição reduz-se a pequenos ilhéus ou a ilhas desabitadas.

Por todas estas razões, consideramos o roque-de-castro o símbolo adequado para a celebração do Dia do Mar, pois o estado das suas populações é indicativo da “saúde” dos ecossistemas marinhos e do nosso mar.

O roque-de-castro é uma das espécies alvo do Life Berlengas, um projeto coordenado pela SPEA, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Câmara Municipal de Peniche, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo ainda a ESTM do Instituto Politécnico de Leiria como observador.

O projeto, que teve início a 1 de junho de 2014, será implementado até 30 de setembro de 2018 e tem um investimento total orçamentado em cerca de 1,4 milhões de euros com o co-‑financiamento do Programa LIFE+ da União Europeia e do Fundo Biodiversidade.

Publicado a 14 Novembro 2016
Implementação de medidas para salvar as aves marinhas

Chegou o outono e com ele chegaram as aves invernantes a Portugal.

Tal como previsto para esta época do ano, começámos a implementar as medidas nas redes de pesca para evitar as capturas acidentais das aves marinhas, nomeadamente de airos e tordas que passam o outono e inverno em Portugal. Em outubro colocámos os painéis de alto contraste na embarcação Olímpico e nas próximas semanas iremos colocar mais painéis em mais 3 embarcações a operar na ZPE das ilhas Berlengas. Por enquanto, a embarcação Olímpico ainda não levou estas redes com painéispara a água pois estão à espera das condições idóneas do mar para poder trabalhar com estas artes de pesca. 

Entretanto, continuamos a monitorizar as interações das aves marinhas com as embarcações de pesca e a recolher informação das capturas de peixes nestes barcos. Num destes embarques cheguei a observar 10 espécies diferentes de gaivotas a interagir com o barco de pesca o que enaltece a importância desta ZPE para as aves marinhas. 

Esperemos que estas medidas ajudem a conservar esta biodiversidade de aves nas águas portuguesas!  

 

Iván Gutiérrez – Observador de capturas acidentais na SPEA

 

Publicado a 13 Novembro 2016
Em direto para o mundo, de partida para o mar!

Depois de pouco mais de 3 meses a crescer no ninho, a cagarra que pudemos acompanhar em direto da ilha da Berlenga, desde o seu nascimento a 19 de julho, abandonou definitivamente o ninho na noite de 25 de outubro.

Durante este período, a pequena cagarra e os seus progenitores foram acompanhados por cerca de 17 mil espectadores de 97 países, que se maravilharam e descobriram os hábitos tão secretivos desta espécie de ave marinha.

Completado o seu crescimento, tornou-se voadora e irá juntar-se a outras jovens cagarras no mar e rumar ao hemisfério sul, iniciando assim a sua primeira migração. E é no mar que passará os próximos 6 a 9 anos de vida, enquanto não se tornar reprodutora, altura em que regressará ao local onde nasceu para então arranjar um par e nidificar pela primeira vez.

Ficamos a aguardar o regresso das cagarras à Berlenga na próxima primavera para podermos de novo seguir o dia-a-dia de um casal em direto no ninho. Mas as boas notícias não ficam por aqui, já que no início de 2017, antes da chegada das cagarras, iremos colocar a câmara online a monitorizar um ninho de galheta na ilha da Berlenga e assim acompanhar a reprodução de outra das espécies emblemáticas das Berlengas.

Publicado a 09 Novembro 2016
Visita aos Farilhões

Na passada semana a equipa do LIFE Berlengas efetuou uma visita aos Farilhões para monitorização da colónia de roque-de-castro. Esta visita permitiu a marcação de 10 indivíduos com pequenos aparelhos de seguimento remoto, GLS.

Veja aqui o desembarque da equipa no Farilhão Grande (arquipélago das Berlengas).

Publicado a 04 Novembro 2016
Quando o teu escritório é lá fora…

Há cerca de um mês que trabalho como observadora de pescas da Spea e tem sido um experiencia maravilhosa. As minhas funções a bordo passam pela monitorização de capturas acidentais em artes de pesca, caracterização dos eventos e contagens de aves marinhas. Sempre me interessei bastante pelo “bycatch” e é com orgulho que integro esta equipa.

Os tripulantes do “Meu Regresso” são calmos, atenciosos e dedicados. É nos embarques que temos a noção do quão desafiante é a vida de pescador, sempre dependente do tempo e dos recursos do mar.

Em pouco tempo vi uma série de espécies de peixes e crustáceos que desconhecia e aprendi a dinâmica das artes que utilizam: as armadilhas e as redes de emalhar e tresmalho. Contudo a parte mais gratificante para mim são os avistamentos. Vi espécies de aves que nunca vira (Alma-de-mestre, Hydrobates pelagicus, por exemplo), grupos de alcatrazes (Morus bassanus) com cerca de 30 indivíduos de várias idades, peixes-lua (Mola mola) aos saltos, fui surpreendida por um grupo de roazes (Tursiops truncatus) mesmo à beirinha do barco e contemplada pelo amanhecer dourado pertinho da Berlenga. Por tudo isto, vale a pena acordar às 2h da manhã e tenho a dizer que não troco este escritório por nada!

Elisabete Silva - Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 19 Outubro 2016
Das ilhas de bruma para o "arquipélago com vida”

Foram mais de 1500 os quilómetros de oceano atravessados pelos elementos da SPEA Açores para chegar ao arquipélago das Berlengas. Entre cagarros (em bom açoreano) Calonectris borealis e roques-de-castro Hydrobates castro que entoavam pela noite dentro a equipa sentiu-se em casa. Não estivesse-mos nós bem familiarizados com estas aves marinhas, e com a vida nas ilhas. 

Uma semana inesquecível onde colaboramos na remoção dos mamíferos introduzidos, conhecemos e partilhamos experiências com a equipa do LiFE Berlengas e onde a presença da galheta Phalacrocorax aristotelis era habitual. No regresso, ficam para a memória os bons momentos passados entre as aves marinhas mas principalmente a gratificação por termos colaborado no excelente trabalho que aí se está a realizar para recuperar este arquipélago com vida e devolver-lhe o estatuto como santuário para as aves marinhas, onde os voos rasantes a jeito de despedida de gansos-patola Morus bassanus, galhetas, cagarros e pardelas baleares Puffinus mauretanicus abriram sorrisos nestes habitantes das ilhas de bruma.

 

T.Pipa - SPEA Açores

Publicado a 03 Outubro 2016
Novos observadores de pescas juntam-se à equipa da SPEA

Com o aproximar da época de maior abundância de aves invernantes na ZPE das Ilhas Berlengas, torna-se necessário intensificar o esforço de monitorização de bycatch a bordo de embarcações de pesca comercial. Para isso, juntaram-se recentemente à equipa dois novos observadores de pescas: o André Ferreira e a Elisabete Silva.

Já tiveram o seu baptismo de embarque a bordo do “Mãe Puríssima” e do “Meu regresso”.Bem-vindos à equipa e votos de bons ventos e mares!

Publicado a 12 Setembro 2016
Voluntários nas Berlengas_Claudia Pich

Se tenho de descrever a minha experiência na Berlenga numa única palavra diria "espectacular". Foi um período muito importante para mim, já que consegui ter o meu primeiro contacto com as aves marinhas. As cagarras das Berlengas converteram-se nas protagonistas da minha tese de mestrado e tive assim a oportunidade de aprender muito sobre estes incríveis animais.

Além do trabalho com as cagarras, o meu estágio na SPEA correu bem desde o inicio, toda a equipa fez-me sentir parte dela e a minha adaptação foi rápida.  Também tive a oportunidade de colaborar no controlo de chorão e na monitorização dos ratos e coelhos - importantes tarefas de conservação que a SPEA está a desenvolver neste projeto, para a melhoria do arquipélago das Berlengas - muito bom trabalho e sempre com um sorriso!!  Obrigada também por todos os bons momentos com os voluntários e o pessoal da ilha. Espero ter a oportunidade de voltar!!!

Publicado a 02 Setembro 2016
António Costa de visita às Berlengas

Hoje a ilha das Berlengas recebeu a visita do Primeiro-ministro António Costa, do Ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes e de mais pessoas relacionadas com o ambiente e conservação da natureza em Portugal

Esta visita decorreu no âmbito da assinatura do Acordo de Cooperação da Rede Nacional de Reserva da Biosfera da UNESCO, em que se aproveitou para mostrar o que tem sido feito na zona de intervenção do projeto Life Berlengas.

Publicado a 02 Setembro 2016
Uma gaivota com muitos anos

No passado mês de Junho num dos embarques que estou a realizar para monitorizar as capturas acidentais de aves marinhas nos barcos de pesca, um grupo de gaivotas-de patas-amarelas (Larus michahellis) acompanhou o barco durante todas as operações de pesca. Uma delas possuía uma anilha colorida na pata, e quando pousou no barco para descansar consegui ler o código da anilha.

No passado mês de Junho num dos embarques que estou a realizar para monitorizar as capturas acidentais de aves marinhas nos barcos de pesca, um grupo de gaivotas-de patas-amarelas (Larus michahellis) acompanhou o barco durante todas as operações de pesca. Uma delas possuía uma anilha colorida na pata, e quando pousou no barco para descansar consegui ler o código da anilha. Enviei estes dados para a central de anilhagem europeia (EURING) e umas semanas depois responderam com a informação sobre a ave em questão. Trata-se de uma gaivota anilhada nas Ilhas Berlengas pelo ICNF, em 1997! Foi a primeira vez que esta gaivota foi observada desde que foi anilhada há 19 anos!

Se alguma vez observar uma gaivota ou outra ave anilhada e conseguir ler o código, envie-nos os dados para ficar a saber mais sobre a vida destas aves. 

 

Iván Gutiérrez – Observador de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 02 Setembro 2016
Voluntários nas Berlengas - Tânia Nascimento

A minha participação neste projeto começou em outubro de 2015 no âmbito de um estágio curricular que teve como objetivo o estudo da população de rato-preto da ilha da Berlenga.

Nove meses depois a aventura terminou, mas com ela ficaram momentos e pessoas que vou guardar para sempre com especial carinho e saudade. Durante todo este tempo vi muita gente chegar e partir, pessoas muito diferentes, de vários locais do mundo, com experiências únicas que queriam partilhar, mas todos possuíam um sentimento em comum, a vontade de querer voltar.

Desde os primeiros momentos foi percetível o bom e único ambiente de interajuda e amizade criado não só pela equipa da Spea mas como pelos vigilantes da Reserva, os faroleiros e, de um modo geral, todos aqueles que passam pela ilha. Foi este bom acolhimento e carinho que tornaram as estadias na ilha e os trabalhos mais fáceis.

A realização de tantas atividades em diversas áreas possibilitou não só um crescimento profissional, mas sobretudo pessoal. O contacto direto com tantas formas de vida permite a perceção da verdadeira riqueza faunística e florística existentes neste arquipélago, e o desafio constante para a sua preservação.

Podemos não mudar o mundo, mas com cada passo estamos mais perto de o tornar melhor.  Esta experiencia não é só única para quem esteja ligado a esta área, mas para todos aqueles que queiram ter a oportunidade de ajudar na concretização deste projeto tão essencial para a boa gestão e conservação de todos os valores deste arquipélago tão especial.

Até breve Berlenga,

Publicado a 04 Agosto 2016
Já abriu o Centro de Apoio aos Visitantes

Inaugurado em julho de 2015, o Centro Interpretativo e de Apoio aos Visitantes da Ilha Berlenga, reabriu no mês passado para mais uma época de veraneio. Este espaço pretende ser um ponto de informação complementar para quem visita a ilha, onde é possível aprender mais sobre a riqueza deste arquipélago e sobre o Projeto Life Berlengas.

Localizado no Bairro dos Pescadores, o Centro conta este ano com um cantinho dedicado às crianças. Não perca a oportunidade de fazer uma pausa, e de mostrar aos mais pequenos as aves marinhas das Berlengas!

Publicado a 29 Julho 2016
O verão na ZPE das ilhas Berlengas

Continuamos a recolher informação a bordo de pequenas embarcações de pesca que operam nesta ZPE. O verão caracteriza-se pela pouca quantidade de peixe apanhado, razão pela qual, muitos mestres aproveitam esta altura do ano para reparar o barco e tirar férias durante uns dias.

É de salientar que nos dois últimos embarques feitos, registaram-se três eventos de capturas acidentais no palangre de superfície. Desta vez foram 3 alcatrazes ou gansos-patolas os que ficaram presos nos anzóis. Estas aves mergulham e capturam o isco ou o peixe que está preso no anzol, que fica a pouca profundidade na coluna de água. Os 3 alcatrazes foram libertados vivos mas ficaram com o anzol preso no bico, devido à dificuldade da em retirar o anzol do bico destas aves.

Nos próximos dias vou começar a trabalhar numa embarcação que opera com palangre de fundo e de superfície na zona das Berlengas. Estes embarques vão recolher muita mais informação acerca da interacção das aves marinhas com o palangre e vão servir para caracterizar este tipo de arte.

Iván Gutiérrez – Observador de capturas acidentais na SPEA

 

 

 

Publicado a 27 Julho 2016
Crias de cagarra já nasceram na Berlenga!

No passado dia 19 de julho nasceu a cria do ninho de cagarra que está a ser seguido em streaming desde a Ilha da Berlenga!

Nos primeiros dias a cria ficava sempre acompanhada por um dos progenitores mas agora, durante o dia a cria fica sozinha no ninho. Mas durante a noite é possível ver mais movimento no ninho, altura em que os pais vão-se revezando para lhe trazer comida.

No passado dia 19 de julho nasceu a cria do ninho de cagarra que está a ser seguido em streaming desde a Ilha da Berlenga!

Nos primeiros dias a cria ficava sempre acompanhada por um dos progenitores mas agora, durante o dia a cria fica sozinha no ninho. Mas durante a noite é possível ver mais movimento no ninho, altura em que os pais vão-se revezando para lhe trazer comida.

Devido à circulação oceânica e aos fenómenos de afloramento costeiro (upwelling), as águas das Berlengas são muito ricas em alimento, nomeadamente em peixes como a sardinha, o carapau e a cavala. Assim, a maioria das cagarras das Berlengas procuram alimento próximo da colónia, até cerca de 50 km de distância - embora, alguns indivíduos façam deslocações até aos 270 km de distância!

Esta cria e as suas companheiras agora vão permanecer ao cuidado dos seus pais pelo menos até final de outubro, época em que já grandes e com as penas todas formadas viajam para o Atlântico Sul, embora alguns indivíduos possam permanecer no Atlântico Norte.

Acompanhe a vida da cria através da nossa câmara online

Não perca a oportunidade de ver o vídeo de um dos primeiros momentos de alimentação da cria! Veja aqui

Publicado a 15 Julho 2016
Aves marinhas no Cabo Carvoeiro

No passado dia 9 de julho, a SPEA e o Life Berlengas voltaram ao Cabo Carvoeiro para mostrar a todos os visitantes daquele ponto, as aves marinhas que por ali passam.

Tal como em junho, as condições meteorológicas não foram as mais adequadas e a reduzida visibilidade não permitiu a observação de um maior número de aves assim como as Berlengas.  

No passado dia 9 de julho, a SPEA e o Life Berlengas voltaram ao Cabo Carvoeiro para mostrar a todos os visitantes daquele ponto, as aves marinhas que por ali passam.

Tal como em junho, as condições meteorológicas não foram as mais adequadas e a reduzida visibilidade não permitiu a observação de um maior número de aves assim como as Berlengas.  

Mais uma vez, os corvos-marinhos que repousavam na Nau dos Corvos foram a grande atração mas desta vez também se faziam acompanhar por um casal de gaivota-de-patas-amarelas que cuidavam da sua cria. Houve também a possibilidade de observar alcatrazes e garajaus.  

Mais uma vez tivemos oportunidade de contactar com numerosas pessoas e divulgar o projeto Life Berlengas, e voltar para casa satisfeitos com o sucesso de mais uma atividade de observação de aves marinhas.

Nos próximos dias 20 de agosto e 10 de setembro estaremos de volta ao Cabo Carvoeiro! 

Publicado a 23 Junho 2016
Recrutamento | Observador de Pescas

A SPEA procura um colaborador para trabalhar como observador de capturas acidentais de aves marinhas em Portugal continental no âmbito do projeto Life Berlengas, exercendo funções no Departamento de Conservação Marinha.

O contratado terá como principais funções monitorizar as interações e capturas acidentais de aves marinhas assim como participar em testes de medidas de mitigação, a bordo de vários tipos de embarcações de pesca. Os embarques serão realizados a partir do porto de pesca de Peniche. Pretende-se que o contratado assuma um papel ativo no estabelecimento de contactos com os mestres de embarcações e associações de pesca. 

Para mais informações consulte o anúncio de emprego AQUI

Publicado a 22 Junho 2016
Voluntários nas Berlengas - Isabelle Bellier

Saí de França para descobrir Portugal, foi uma das melhores decisões da minha vida. Vim para a SPEA fazer um estágio em 2015, no âmbito do projecto Life Berlengas,onde vi esse lugar espectacular que toda a gente tem de conhecer - a ilha da Berlenga.

Aprendi muitas coisas sobre plantas, sobre as aves marinhas (tive a sorte de anilhar e manusear as cagarras), sobre o trabalho de campo e tudo isto num ambiente muito acolhedor. Toda esta experiência foi muito gratificante para mim, tao gratificante que voltei à SPEA para um segundo estágio. Agora para fazer a monitorização das galhetas na ilha da Berlenga. Foi de novo uma experiência extraordinária. Aprendi muitas coisas novas e sobretudo tive a sorte de ficar muito perto dos animais. Esta segunda experiência foi diferente, porque podia ver o progresso do projecto depois de um ano e fazer novas tarefas.

Graças a estes dois estágios, sei o que quero para meu projecto profissional. Queria ter um trabalho com as tarefas semelhantes às que decorrem no âmbito do projecto Life Berlengas. Ou seja, um trabalho com aves, no campo e com um ambiente muito acolhedor, semelhante ao que encontrei na SPEA e na Berlenga.

Quero agradecer à equipa da SPEA que me permitiu encontrar o meu caminho profissional. Quero também agradecer aos vigilantes da natureza com quem estive na ilha, e a todos os outros estagiários e voluntários que participaram nos trabalhos comigo.

Publicado a 21 Junho 2016
Ninho de Galheta na internet

Acompanhe a fase final do crescimento de uma galheta ou corvo-marinho-de-crista cujo ninho está localizado na ilha da Berlenga.

No âmbito das ações do Life Berlengas foi colocada uma webcam próximo do ninho, permitindo divulgar os hábitos comportamentais desta ave marinha e os cuidados parentais dos adultos com a sua cria.

Acompanhe a fase final do crescimento de uma galheta ou corvo-marinho-de-crista cujo ninho está localizado na ilha da Berlenga.

No âmbito das ações do Life Berlengas foi colocada uma webcam próximo do ninho, permitindo divulgar os hábitos comportamentais desta ave marinha e os cuidados parentais dos adultos com a sua cria.

A galheta ocorre exclusivamente ao longo da costa continental, em particular ao longo da costa rochosa ocidental do cabo Carvoeiro para sul. Em Portugal, é uma espécie pouco abundante, tendo a sua população sido estimada em 2002, em cerca de 100 a 150 casais nidificantes. A maior parte da população nacional está concentrada no arquipélago das Berlengas, em particular na ilha da Berlenga.

Veja aqui

Publicado a 08 Junho 2016
Uma manhã no Cabo Carvoeiro

No passado dia 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente, a SPEA e o Life Berlengas promoveram uma atividade de observação de aves marinhas no Cabo Carvoeiro.

A manhã começou cinzenta e com visibilidade reduzida, o que podia ter comprometido a possibilidade de observar as aves no mar mas felizmente as nuvens voaram para outros destinos e a Berlenga que estava escondida foi finalmente visualizada por todos os que se deslocaram até ao Cabo Carvoeiro.

Este miradouro é muito visitado por pessoas de diversas idades e nacionalidades, o que nos permitiu dar a conhecer as aves marinhas, em especial os corvos-marinhos que repousavam na rocha conhecida como Nau dos Corvos, a um grupo muito heterogéneo de jovens, idosos, portugueses, espanhóis, polacos e ainda italianos.

Foi gratificante ver o interesse e surpresa de todos quantos experimentaram os binóculos e observaram com o telescópio e quiseram saber um pouco mais sobre as aves observadas, sobre a SPEA e sobre o projeto Life Berlengas.

Esta foi ainda uma boa oportunidade de explicar a razão de efetuarmos algumas ações nas Berlengas tais como a remoção do chorão e a remoção dos mamíferos introduzidos.

Nos próximos dias 9 de julho, 20 de agosto e 10 de setembro estaremos de volta ao Cabo Carvoeiro para ficar De Olho Nas Aves! 

Publicado a 07 Junho 2016
Life Berlengas e a geologia

A convite da Associação Portuguesa de Geólogos (APG), a SPEA participou na ação de formação “A região de Peniche como laboratório para o estudo das geociências”, que decorreu nos dias 3 e 4 de junho em Peniche e na Berlenga, com o objetivo de divulgar o projeto Life Berlengas e mostrar no terreno alguns dos resultados já obtidos.

Este evento, no qual participaram cerca de 24 pessoas, maioritariamente professores da área de biologia e geologia, permitiu descobrir os segredos geológicos do litoral do Baleal e da Berlenga, assim como as aves marinhas e a flora endémica.

Entre outras descobertas, os participantes tiveram oportunidade de verificar a recuperação da vegetação nativa nas áreas onde o chorão foi removido e compreenderam a necessidade de remover esta planta invasora, assim como a importância de remover os mamíferos introduzidos.

Esta parceria entre a SPEA e a APG foi um sucesso pelo que acreditamos que num futuro próximo surgirão novas oportunidades de atividades em conjunto.

A SPEA e o Life Berlengas agradecem desde já a APG e todos os participantes, pelos agradáveis dias passados em Peniche.            

Publicado a 18 Maio 2016
As aves das Berlengas pelos alunos do JI do Filtro

No mês de maio continuaram as actividades de educação ambiental junto do público escolar de Peniche. Desta vez visitámos o Jardim de Infância do Filtro onde fomos muito bem recebidos pelos alunos e pela Educadora Patrícia Gago. Em preparação para o dia sobre o Projeto Life Berlengas, os alunos fizeram uma visita à praia onde recolheram materiais para desenhar a Ilha da Berlenga.

Durante a nossa visita falámos sobre as aves marinhas que existem no arquipélago, como vivem, o que comem e que perigos enfrentam. Houve ainda tempo para um jogo onde as crianças puderam sentir na pele como é ser uma ave marinha em busca de alimento no Oceano. No dia seguinte à nossa visita, tivemos uma bonita surpresa: a ilha da Berlenga estava agora recheada de vida e cor com as aves das Berlengas! Obrigada JI do Filtro pelo vosso trabalho!

 

Publicado a 18 Maio 2016
E esperemos que o bom tempo tenha chegado…

Já sabemos que os Invernos na ZPE das Ilhas Berlengas são complicados, este ano em particular foi bastante difícil para o nosso trabalho de mar não nos dando a possibilidade de embarcar tanto quanto gostaríamos. Apesar de tímido, o bom tempo começa a aparecer e nas últimas semanas temos conseguido fazer alguns embarques.

Estes meses de primavera não são a época mais aliciante para a observação já que a abundância de espécies é menor, o que não implica que não seja importante embarcar uma vez que as capturas acidentais de aves marinhas podem ocorrer ainda assim. A maioria das observações é a de gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis), muitas delas estão, muito provavelmente, a nidificar no arquipélago das Berlengas. Por vezes no meio de tanta gaivota-de-patas-amarelas encontramos gaivotas-de-asa-escura (Larus fuscus) e esporadicamente lá nos aparece uma cagarra (Calonectris borealis) ou uma galheta (Phalacrocorax aristotelis) mas com pouco interesse no barco.

Assim, não temos tido muita acção em redor do barco mas salienta-se o facto de não se ter registado nenhum evento de captura acidental de aves marinhas.

Esperemos que após estes dias de chuva o bom tempo venha para ficar…

Ana Santos – Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 09 Maio 2016
Voluntários nas Berlengas - Marta Proietti Mancini

Eu sou a Marta, uma rapariga italiana. O meu estágio no projeto LIFE Berlengas começou no final de outubro de 2015, bem a tempo de ver e ajudar no acompanhamento do crescimento das crias de cagarra, embora já não muito pequenas, antes que abandonassem a ilha para a sua migração.


Foi uma experiência totalmente nova para mim pois nunca tinha participado num projeto de conservação da natureza e também nunca tinha visto uma cria de cagarra.
Durante os seis meses em que integrei a equipa da SPEA, fizemos diferentes tipos de atividades de campo indispensáveis ​​para a conservação da vegetação e da fauna, em particular das aves marinhas.
Trabalhamos muito duro, fazendo vários turnos por dia, muitas vezes também no meio da noite: capturamos ratos e coelhos; removemos uma grande parte do chorão (planta invasora), incluindo nas falésias com recurso a cordas de segurança; fizemos transectos para estudar as plantas endémicas e exóticas; fizemos telemetria para determinar a posição e os movimentos de ratos marcados com dispositivos de rádio; construimos ninhos artificiais para a cagarra e uma série de outras tarefas.

Os vigilantes da natureza do ICNF, Paulo, Mourato e Antonio estiveram presentes em quase todos os momentos para dar o seu apoio em grande parte do trabalho e na preparação da fantástica comida portuguesa.
Durante estes seis meses conheci na Berlenga pessoas muito motivadas e amigáveis, muitos deles também voluntários, e vivemos juntos em uma pequena casa compartilhando comida, quartos e um monte de risadas.
Apesar do inverno, da chuva e do vento na ilha serem obstáculos reais, sinceramente acho que juntos fizemos algo muito importante para o futuro das espécies que vivem no arquipélago.
Finalmente ao terminar o meu estágio, em abril, tive a satisfação de ver as cagarras voltarem à ilha após a sua longa migração no hemisfério sul, e procurando uma cavidade rochosa para fazer o seu ninho.
Senti muita sorte de fazer parte deste importante projeto, mesmo apenas por um curto período de tempo e gostei muito de todo o tempo passado lá. A equipa da SPEA e os vigilantes do ICNF vão continuar a trabalhar arduamente para a conservação da reserva natural.
Agora eu quero dizer um enorme OBRIGADO a todas as pessoas maravilhosas que conheci durante o meu estágio e espero no futuro ter outra possibilidade de voltar e dar o meu contributo.

Publicado a 04 Maio 2016
Educação Ambiental em Peniche

Dando continuidade ao programa de sensibilização do LIFE Berlengas, ontem decorreram mais duas sessões nos Jardins de Infância do Alemão e da Prageira, ambos em Peniche. Em Peniche, porque é a cidade mais próxima das Berlengas, onde quase todos os meninos já ouviram falar sobre este arquipélago. As actividades correram muito bem e os objectivos de divulgação do projecto foram atingidos.

Agora, os crianças, nunca irão esquecer as aves marinhas das Berlengas, e como é importante preservá-las.

Durante as actividades, o spot sobre o  Projeto LIFE Berlengas foi visionado, depois cada espécie de ave marinha do arquipélago foi apresentada aos alunos. As criancas receberam também um livro para colorir e no final jogaram a um jogo onde representaram as aves marinhas em alimentação num mar repleto de perigos.

Com estas atividades de sensibilização nas escolas podemos sempre ver que as crianças já têm uma consciência ambiental e sobretudo uma curiosidade surpreendente :

 « Porque é que a gaivota tem uma pinta vermelha no bico ? »  foi a pergunta do dia, em que as Anas estavam muito felizes em responder.

Isabelle Bellier – Estagiária na SPEA

Veja aqui algumas das fotos desta atividade

 

Publicado a 05 Abril 2016
Dias de inverno no mar

Ainda “à experiência” no barco Mãe Puríssima ando a tentar perceber como retirar o máximo de informação que o dia de pesca tem para oferecer. É um barco grande e confortável mas bastante fechado o que torna difícil conciliar capturas e interacções.

Ainda “à experiência” no barco Mãe Puríssima ando a tentar perceber como retirar o máximo de informação que o dia de pesca tem para oferecer. É um barco grande e confortável mas bastante fechado o que torna difícil conciliar capturas e interacções.

Fevereiro foi espectacular! Chegou-se a observar perto de 20 pardelas-balear a menos de 20m do barco, muitos alcatrazes, tordas-mergulheiras e até uma pardela-preta! Mas também se registou mais uma espécie capturada acidentalmente, desta vez um alcatraz adulto veio preso nas redes. As redes ao serem largadas ainda levam pequenos peixes presos, não retirados na alagem anterior, e muitas aves marinhas mergulham para os apanhar, acabando por ficar presas na rede e morrendo quando estas vão ao fundo.

Vamos ver o que estes embarques na ZPE das Ilhas Berlengas nos trazem…

Ana Santos – Observadora de capturas acidentais na SPEA

Publicado a 29 Março 2016
Censos Marinhos na costa portuguesa

Durante o mês de março um dos nossos observadores marinhos participou na campanha do IPMA no “Programa Nacional de Amostragem Biológica para carapau, sardinha e outros peixes pelágicos” a bordo do navio de investigação “NORUEGA” para realizar censos de aves marinhas e cetáceos ao longo da costa portuguesa.

Este embarque foi particularmente importante para recolher dados sobre a distribuição de aves marinhas dentro da ZPE das Berlengas, onde se observaram as primeiras cagarras (que já começam a chegar às nossas águas para nidificar), pardelas-balear, alcaides e numerosos golfinhos comuns.

Publicado a 28 Março 2016
Herniária encontrada nas Berlengas!

A herniária-das-berlengas é uma espécie endémica das Berlengas e uma das plantas mais difíceis de encontrar na ilha. Muitas vezes pode passar despercebida por ser pequena e crescer rente ao solo e nas fissuras das rochas.

Desde o início do Life Berlengas, a equipa do projeto tem-se empenhado na procura da herniária. Felizmente, na primeira quinzena de março foi encontrado um exemplar que já apresentava algumas flores.

Esta descoberta deu um novo ânimo a todos os envolvidos no projeto pois esta pequena planta, cujas folhas são suculentas para garantir proteção contra a elevada salinidade das ilhas, atualmente apresenta estatuto de conservação Vulnerável. Esta classificação deve-se ao facto de apresentar uma distribuição limitada, população reduzida e por estar ameaçada pela expansão do chorão.    

Os trabalhos de mapeamento da herniária, e restante vegetação, continuarão nos próximos meses com a esperança que sejam encontrados mais exemplares desta espécie única no mundo.

Publicado a 23 Março 2016
A conservação da natureza ganha com a erradicação de mamíferos invasores

O investimento contínuo na erradicação de mamíferos invasores em ilhas é uma oportunidade eficaz para conter a perda global de biodiversidade. Esta é uma das conclusões do trabalho efetuado por uma equipa de 30 investigadores que conduziram o primeiro estudo de quantificação global dos benefícios deste tipo de intervenção.

O estudo, intitulado "Erradicação de mamíferos invasores em ilhas resulta em ganhos substanciais para a conservação", analisou como as espécies nativas em ilhas responderam a projetos de erradicação de mamíferos invasores. Os investigadores verificaram que em 181 ilhas, 596 populações de 236 espécies nativas beneficiaram destas erradicações.

De acordo com um dos autores, Holly Jones, vinte e um mil milhões de dólares americanos são gastos globalmente e por ano, na conservação da natureza. Uma pequena fração vai para a erradicação de espécies invasoras, mas esta intervenção de custos relativamente baixos beneficia centenas de animais nativos e espécies ameaçadas. Esta é uma notícia fantástica na corrida para evitar extinções de espécies.

Nick Holmes, diretor da ciência da Island Conservation diz que estes projetos de restauro de ilhas são uma bala de prata para a conservação da biodiversidade. Para qualquer intervenção deste género, é raro encontrar uma evidência global que meça os resultados para as espécies nativas. Estes resultados são uma prova do valor desse tipo de projetos.

Com base numa revisão em grande escala de diferentes projetos, os investigadores documentaram respostas positivas, incluindo o aumento de populações, recolonização e reintroduções de sucesso.

Uma vez introduzidos em ilhas, os mamíferos invasores, em especial os roedores, o gado selvagem e os gatos, representam as principais ameaças para as espécies nativas, por meio de predação, competição e perda de habitat. Os seres humanos introduziram, acidental ou intencionalmente, espécies não nativas e mamíferos invasores em 90% dos arquipélagos do mundo. Estes mamíferos têm consequências devastadoras para os ecossistemas, pois as espécies insulares evoluíram em isolamento e sem esses mamíferos predadores. As espécies insulares têm pouca ou nenhuma defesa contra estes.

As ilhas que apresentam espécies invasoras representam um desafio único e uma oportunidade para a conservação da biodiversidade. As ilhas ocupam menos de 6% da área terrestre da Terra, mas são o lar de 15% das espécies terrestres. As ilhas representam 61% das extinções registadas, com as espécies invasoras implicadas na maioria dos casos. 37% das espécies criticamente ameaçadas presentes na Lista Vermelha da IUCN são encontradas em ilhas.

Nas últimas décadas, os programas de erradicação ganharam força, mesmo em ilhas povoadas e já ocorreram mais de 1.100 tentativas de erradicação de mamíferos. Holly Jones espera que os resultados do estudo ajudem todos os envolvidos na conservação a detetar onde é possível fazer mais progressos na redução das extinções e proteção das espécies nativas. "Embora não possamos trazer de volta as espécies que foram extintas, a nossa análise mostra que a remoção de mamíferos invasores pode ajudar a desfazer alguns dos danos que causamos".

 

In BirdLife International

Publicado a 04 Março 2016
O Life Berlengas vai às Escolas

Na semana passada, tiveram início as atividades de sensibilização ambiental no âmbito do Projeto Life Berlengas. O objetivo é divulgar o arquipélago das Berlengas, a sua riqueza e a importância da sua conservação junto do público escolar da região de Peniche.

A primeira sessão teve lugar no Jardim de Infância Colónia Balnear, onde os alunos aprenderam mais sobre as aves marinhas do arquipélago e sobre o que podemos fazer para as proteger. Foi uma manhã bem passada que os mais pequenos não vão esquecer. Estas sessões vão continuar ao longo deste ano letivo com alunos do pré-escolar e primeiro ciclo.

 

 

Publicado a 02 Março 2016
Aves marinhas e pescas

No final de Fevereiro, continuou-se com os embarques no âmbito do projeto LIFE Berlengas. Desta vez, foi  em embarcações a operar com redes de emalhar na ZPE das ilhas Berlengas. A valiosa informação recolhida foi sobre as interacções das aves marinhas com as redes de emalhar, o esforço de pesca, as capturas de peixes e as capturas acidentais de aves marinhas. 

No final de Fevereiro, continuou-se com os embarques no âmbito do projeto LIFE Berlengas. Desta vez, foi  em embarcações a operar com redes de emalhar na ZPE das ilhas Berlengas. A valiosa informação recolhida foi sobre as interacções das aves marinhas com as redes de emalhar, o esforço de pesca, as capturas de peixes e as capturas acidentais de aves marinhas. 

Publicado a 01 Março 2016
Projeto de erradicação de ratos é considerado um sucesso

Populações de aves nas Ilhas Scilly, Reino Unido, recuperam após duas ilhas serem declaradas "livres de ratos”. Projeto para erradicação da ratazana-castanha em St Agnes e Gugh é declarado um sucesso.

Um projeto para proteger as aves marinhas nidificantes nas Ilhas Scilly ou Ilhas Sorlingas, da predação por uma espécie invasora, a ratazana-castanha (Rattus norvegicus), foi um sucesso, com duas ilhas a serem declaradas "livres de ratos".

As populações de aves em St Agnes e Gugh, ilhas ligadas apenas por uma barra de areia, começam a recuperar após um quarto de século em declínio, e na sequência dos trabalhos de erradicação da ratazana-castanha, responsável pela predação de ovos e crias das espécies reprodutoras.

Pensa-se que a ratazana colonizou as ilhas no séc. XVIII, após vários naufrágios que ocorreram na área. Esta população que rapidamente cresceu tornou-se prejudicial para as aves, em particular para o Alma-de-mestre (Hydrobates pelagicus) e o Fura-bucho-do-atlântico (Puffinus puffinus), cujas populações estavam em declínio desde os anos 1980.

Voluntários e conservacionistas locais iniciaram em 2013 um projeto para monitorizar a atividade do rato na ilha, ao que se seguiu um programa intensivo no inverno, de remoção dos ratos através da distribuição de caixas de veneno. Desde novembro de 2013 que não são detetados ratos e após uma prospeção de um mês, realizada no início deste ano, as ilhas foram oficialmente declaradas "livres de ratos".

Desde a remoção dos ratos, o Alma-de-mestre e o Fura-bucho-do-atlântico têm se reproduzido com sucesso, com registo de mais de 40 crias nos últimos dois anos.

 

In The Guardian 13/02/2016

Publicado a 19 Fevereiro 2016
O chorão tem tanto de bonito como de prejudicial

O chorão é uma planta originária da África do Sul e introduzida em vários países por motivos ornamentais e medicinais, mas também para conter o movimento de dunas e controlar a erosão do solo.

No entanto, a impressionante capacidade de propagação vegetativa e de produção de sementes, levou a que o chorão rapidamente colonizasse grandes áreas, tornando-se uma planta invasora, nos locais onde foi introduzido, incluindo Portugal. Atualmente é umas das 100 piores espécies invasoras do mundo.  

Ao crescer descontroladamente, o chorão domina por completo o solo, formando densos tapetes que são praticamente impenetráveis por outras plantas. O solo ocupado pelo chorão sofre alterações das suas propriedades químicas o que, por sua vez, traz consequências sérias para a germinação, sobrevivência, crescimento e reprodução da vegetação nativa.  

A história do chorão nas Berlengas teve início nos anos 1950. No início foi plantado junto do bairro dos pescadores, mas sem qualquer constrangimento à sua propagação, rapidamente se alastrou por várias encostas da ilha. Para além das boas condições ambientais, o rato-preto, o coelho e a gaivota-de-patas-amarelas são bons dispersores das suas sementes.

Desde o início do projeto LIFE Berlengas que a SPEA, os seus parceiros e numerosos voluntários têm procedido à remoção do chorão na ilha da Berlenga, em especial nas encostas do carreiro do Mosteiro, área de campismo e na Flandres. A remoção, feita manualmente, tem sido efetuada ao longo das curvas de nível e por faixas, com o chorão removido a ser enrolado e deixado a secar por cima do tapete de chorão imediatamente abaixo. O esforço das equipas do LIFE Berlengas para remover esta espécie invasora da Berlenga tem sido intenso e os grupos que variam entre 1 a 8 pessoas já dedicaram cerca de 730 horas ao arranque de chorão.

Aproveitamos para agradecer a todos os 40 voluntários e aos técnicos do ICNF que têm gasto a sua energia no combate a esta planta exótica de caracter invasor e em 2016 continuaremos a arrancar chorão, com a esperança de um dia voltar a ver as encostas da Berlenga embelezadas com a sua vegetação natural.

Publicado a 10 Fevereiro 2016
Voluntários nas Berlengas

Catarina Galego

Tomei conhecimento do projecto a partir de uma colega de curso, que me indicou como sendo uma boa maneira de expandir os meus conhecimentos práticos na área da Biologia. A equipa da SPEA, que acolheu os voluntários, estava muito bem organizada e deu o apoio necessário à minha integração. A nossa inserção como membros da equipa foi imediata e, como tal, tive a liberdade de trabalhar activamente na monitorização da cagarra Calonectris borealis e do rato preto Rattus rattus à medida que ia sendo supervisionada.

Em relação ao rato preto, nos turnos em que fiz parte, não tivemos nenhuma captura e portanto não tive a oportunidade processar a marcação dos indivíduos. Apenas verifiquei as armadilhas e repus o isco. No trabalho com as cagarras tirei as medidas biométricas das crias e o seu peso, e realizei a marcação dos adultos diferenciando-os pelo sexo.

No geral, esta experiência foi de encontro às minhas expectativas e permitiu o contacto com algumas pessoas da área, o que também foi muito positivo na troca de conhecimentos e perspectivas.

Publicado a 05 Fevereiro 2016
Voluntários nas Berlengas - Margarida Monteiro

As Berlengas são um ponto importante de nidificação de aves marinhas, como as cagarras. Quando me falaram do projecto LIFE, fiquei com curiosidade em saber como seria participar e estar uma semana nas Berlengas, como voluntária. Decidi inscrever-me e descobrir.

Entre dia 21 e 28 de Julho, estive na ilha da Berlenga, que tem uma beleza natural que não se estraga mesmo com a grande afluência de turistas, sobretudo no Verão. Nessa semana, estivemos a monitorizar a colónia de cagarras que lá existe, com mais de cem ninhos, bem protegidos nas rochas. Montámos câmaras de vigilância, marcámos os ninhos e todos os dias visitávamos as cagarras, tendo em atenção o número de adultos, ovos e crias. Durante esses dias, pude acompanhar o crescimento diário das crias de cagarra, realizei biometrias – medições do comprimento da asa, do tarso e do bico de cada cria – e marquei os adultos de cada ninho, para conseguir distinguir melhor o macho da fêmea. Foi uma semana muito interessante, em que aprendi algumas coisas sobre cagarras e fiquei a conhecer bem o som que produzem, que é muito engraçado.

A Berlenga, na sua simplicidade, tem características únicas que favorecem a existência de espécies como a cagarra e o rato-preto e que mostram a sua importância ao nível da conservação e do turismo. Eu gostei muito de ser voluntária e tenho a dizer que há tempo para tudo, incluindo ver o nascer do sol na Berlenga e dar um mergulho na praia. Aconselho a quem gostar de natureza que participe, é uma iniciativa que vale a pena e é decisiva para a conservação de espécies na Berlenga.

Publicado a 29 Janeiro 2016
Voluntários nas Berlengas

Inês Ferreira

O voluntariado que realizei na Berlenga, no âmbito do projeto desenvolvido em conjunto com a SPEA e o Projeto LIFE+BERLENGA, revelou ser uma experiência muito enriquecedora, visto que consegui adquirir novos conhecimentos e competências na área da Biologia. Tive hipótese de poder contactar diretamente com uma das espécies de aves mais emblemáticas que nidifica neste arquipélago (Calonectris borealis), através das intervenções realizadas durante o voluntariado, o que sem dúvida levou a que tivesse uma melhor compreensão do esforço de conservação, que é investido nesta e nas restantes espécies que integram esta reserva natural, pelas entidades que se encontram envolvidas neste projeto. Durante a minha estadia na Berlenga, efetuei diversas atividades, nomeadamente a monitorização e restauração dos ninhos de cagarra, e a colocação de câmaras automáticas para vigilância dos mesmos. Após a concretização deste voluntariado, apenas tenho aspetos positivos a salientar, tendo sido muito gratificante fazer parte desta iniciativa de conservação, que salienta a importância da preservação do património natural.

A integração dos voluntários no projeto foi excelente, tendo sido uma experiência extraordinária e que sem dúvida irei querer repetir.

Publicado a 28 Janeiro 2016
Voluntários nas Berlengas - Rodolfo Ramos

Ajudar no projeto life + berlengas foi uma experiência muito enriquecedora, que contribuiu para um alargamento dos meus conhecimentos na área da biologia e conservação, foi uma honra poder ajudar num projeto tão grande e com uma finalidade tão prática e admirável.

Durante a semana que passei nas berlengas a minha atividade favorita foi monitorizar as cagarras, visto que são aves muito importantes no ecossistema e das quais eu não conhecia praticamente nada, tarefa mais dura foi claramente arrancar chorão, mas foi também a mais gratificante, pois voltar a ver as encostas livres da planta parasita fazia valer o esforço empregado. Anseio poder voltar a contribuir com a minha ajuda neste projeto e outros semelhantes.

Publicado a 27 Janeiro 2016
Voluntários nas Berlengas

Mariana Anjos

Sou aluna do mestrado de Biologia Marinha da UAlg e passei uma óptima e inesquecível semana nas Berlengas a participar no Projecto LIFE. Foi uma semana gratificante repleta de diversas actividades de conservação da ilha em que senti verdadeiramente que estava a contribuir para a restauração e preservação dos valores naturais deste arquipélago. Actividades de monitorização das populações de ratos e coelhos, a remoção do chorão e a plantação de espécies endémicas encheram esta semana e, apesar do frio e cansaço, as paisagens espectaculares e o espírito de companheirismo e cooperação sentidos entre a pequena e temporária população da ilha compensaram tudo.

Espero poder repetir esta experiência gratificante e recomendo-a a qualquer um!

 

2015

Publicado a 18 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Luísa Crisóstomo

Participei no projeto LIFE Berlengas no âmbito da minha dissertação de mestrado em Biologia da Conservação. Tendo sido a primeira vez que estive numa ilha, tão afastada do continente, não sabia ao certo o que esperar. Ainda assim, revelou-se ser uma experiência sem dúvida muito gratificante, durante a qual pude adquirir novos conhecimentos acerca das espécies marinhas das Berlengas e de métodos de trabalho de campo. Tive também a oportunidade de desfrutar do ambiente espetacular da ilha, com uma paisagem fascinante, e de viver em comunidade, onde a cooperação entre todos esteve sempre presente. Uma experiência a repetir numa próxima vez!

 

Publicado a 17 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Manuel Quaresma

Em Junho de 2014 tive a oportunidade de fazer parte da equipa do Projecto Life Berlengas por convite do Nuno Oliveira. Foi uma experiência fantástica a todos os níveis, desde a coordenação de todos os trabalhos pelo Nuno que tem grande sentido de liderança e que nos faz sentir de imediato como uma peça habitual do programa, até ao maravilhoso acolhimento de que fomos alvo pela equipa do ICNF.

Durante uma semana estive envolvido nos vários trabalhos que a equipa desenvolve e cada dia era uma agradável surpresa com trabalhos diferentes, onde podemos dar todos o nosso contributo voluntário.

O facto de estarmos isolados na ilha fortalece ainda mais as relações entre os diversos elementos das várias equipas, fazendo nascer uma sã camaradagem em pessoas que se conheceram há relativamente pouco tempo.

Sempre que puder, e me for permitido pelos coordenadores do projecto, irei integrar de novo o projecto para continuar a ajudar ao mesmo tempo que aprendo novas coisas.

Obrigado a toda a equipa

Publicado a 15 Dezembro 2015
Berlengas... o trabalho de campo de um ano

Terminou dia 9 de dezembro mais uma semana de campo nas Berlengas e por sinal a última do ano 2015. Rapidamente está a terminar mais um ano, mas olhamos para os últimos 12 meses com satisfação pelo trabalho realizado e pelos objetivos atingidos.

Durante este ano a equipa do projeto permaneceu 20 semanas nas Berlengas (cerca de 160 dias) conseguindo capturar uma centena de ratos-pretos e três dezenas de coelhos para proceder à sua marcação e posterior libertação. Foram ainda realizadas diversas tarefas como mapeamento da vegetação nativa e exótica em toda a ilha da Berlenga, remoção de grandes manchas de chorão na Flandres e nas encostas do Carreiro do Mosteiro e sementeira de espécies nativas para acelerar o processo de recuperação da vegetação natural. As épocas de reprodução da galheta e da cagarra foram sistematicamente acompanhadas e foi ainda possível efetuar o censo populacional de ambas as espécies em todo o arquipélago. E como estamos numa ilha, inúmeras horas foram passadas a olhar para o mar a contabilizar o número de aves marinhas em passagem e a formação de jangadas de cagarras. Mas os trabalhos não se restringiram à ilha da Berlenga, pois foram efetuadas visitas aos ilhéus circundantes e às Estelas. No Farilhão Grande a população do pequeno roque-de-castro foi monitorizada regularmente, foram anilhados 120 adultos, instalados 4 aparelhos de seguimento individual e 3 ninhos artificiais foram ocupados pela primeira vez.

Todo este trabalho não teria sido conseguido sem o apoio de 41 voluntários e estagiários e de um grupo de 16 escoteiros do Grupo 129 de Torres Vedras. A colaboração da Capitania do Porto de Peniche, que possibilitou o transporte das equipas para a Berlenga, assim como dos vigilantes da Reserva Natural da Berlenga do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas foi também fundamental.

No próximo ano estaremos de volta e com energias renovadas para continuar o bom trabalho. Obrigada a todos por um ano de sucesso!

Publicado a 11 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas - João Pereira

Foram já duas as vezes em que tive ocasião de fazer voluntariado nas Ilhas Berlengas, uma delas durante bastante tempo. Posso dizer que é uma experiência inesquecível e que recomendo a quem quer que se interesse por temas de conservação e por contribuir para a preservação e recuperação do nosso património natural mais valioso.

A partir do momento em que se desembarca no cais, depois de uma viagem mais ou menos atribulada, o que nos espera é um sítio em que nos sentimos verdadeiramente imersos na Natureza, seja pelas cagarras que se ouvem pela noite fora, pelas ventanias inclementes, pelos mergulhos refrescantes no cais ao fim do dia ou pelo mar infinito que nos rodeia, e em que só as luzes de Peniche no horizonte nos lembram a proximidade do continente. Os trabalhos são muito diversos, o programa bastante versátil, e é durante os próprios trabalhos que se vivem algumas das experiências mais memoráveis, tanto nas colónias de cagarras como no arranque de chorão. E o cansaço que possa surgir é logo compensado pelo convívio diário com o resto da equipa, com os vigilantes da Reserva, com os faroleiros, com os pescadores, numa atmosfera extremamente acolhedora e amigável - posso dizer que na Berlenga uma pessoa se consegue sentir realmente em casa.

Publicado a 10 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas - Rubén Tarifa Murcia

Mi estancia como voluntario en el Proyecto LIFE Berlengas ha sido una experiencia muy provechosa tanto a nivel personal como ha nivel académico.A lo largo de la semana de duración del voluntariado he compartido multitud de experiencias con mucha gente maravillosa, movida al igual que yo, por un gran sentimiento de conservación del medio natural.

Poder trabajar en un entorno como el Archipielago de Las Berlengas en tareas como: Seguimiento de la colonia de Calonectris borealis, monitorización de la población de conejos, censos de aves marinas o la erradicación de especies alóctonas de plantas; sin lugar a dudas son competencias muy interesantes para futuros profesionales del medio natural. Por supuesto que me gustaría poder volver a participar en el LIFE Berlengas y desde aquí os animo a que formeis parte de su voluntariado. ¡ Sin lugar a dudas una experiencia única !

Publicado a 06 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Nuno Espírito Santo

A minha participação no projecto LIFE Berlengas foi uma ótima experiência num local espetacular. Adoro tudo o que está relacionado com o mar e poder trabalhar em algo relacionado com a minha área de trabalho num sítio como a Berlenga foi um prazer. Fiquei a saber bastante acerca da ecologia de uma espécie de ave que eu praticamente desconhecia, a cagarra, e foi enriquecedora toda a monitorização e restauração de ninhos associada. Espero que estejam a ocorrer progressos e que a câmara que nós colocamos esteja a funcionar a 100%. De resto, a companhia foi 5 estrelas, fizeram-me sentir como se estivesse em casa, não me faltou nada e por isso agradeço-vos. Se puder quero voltar a participar!

 

Publicado a 04 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas - Isabel Rodrigues

Sou Isabel Rodrigues, trabalho numa ONG Biosfera I (Associação para a defesa do meio ambiente) em São vicente Cabo Verde. O nosso foco de trabalho é a conservação e aves e tartarugas marinhas na Reserva de Santa Luzia, em Cabo Verde. Como a Spea e a Biosfera são parceiros, então surgiu-me essa oportunidade de participar como voluntaria no projecto LIFE Berlengas.

A minha estadia foi somente de uma semana, mas adorei a  experiencia, aprendi imensso. As pessoas foram todas simpáticas, o ambiente é muito acolhedor, e gostava muito de repetir a experiencia no proximo ano.

Muito obrigada a todos.

Publicado a 02 Dezembro 2015
Voluntários nas Berlengas - Andrea Ripol

A minha experência nas Berlengas foi um dos melhores voluntariados que já fiz até hoje. O trabalho foi muito variado, desde a monitorização da reprodução de cagarra e da população de ratos, até à remoção de prantas exóticas e sementeira de especies nativas.

Isto para mim resultou numa experiência muito completa, fazendo possivel a minha participação num autêntico projecto de conservação ambiental. O trabalho esteve sempre muito bem organizado, com turnos que permitiram a todos os voluntarios participar em todas as actividades por igual. Além disso, algo que me sorprendeu e acho ser vital num voluntariado, ainda que nem sempre aconteça, foi a confiança que depositaram nos voluntários desde o princípio, deixando-nos participar nas actividades desde o primeiro dia como um trabalhador mais, com pleno contacto com os animais, as medições e as contagens. Desta maneira, não só sentes que estás a aprender e a fazer um trabalho da forma mais autónoma possivel, como que também ajuda a criar um ambiente de camaradagem, familiar, acontecendo o mesmo também durante o tempo de lazer. O acolhimento pela equipa da SPEA, os vigilantes da natureza e os faroleiros não poderia ter sido melhor, contribuindo para fazer da semana uma experiência inesquecível.  Sem dúvida que foi uma experiência muito gratificante e que irei certamente repetir! Muito obrigada por tudo!

Publicado a 30 Novembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Henry Brown

Volunteering for the LIFE+ Berlengas was an exceptionally rich experience that I’ll never forget. The wide variety of activities was what attracted me in the first place and I wasn’t disappointed! From seabird monitoring at night to invasive plant and rat control, the project offers a wide array of conservation work to get involved in and gain valuable practical experience on a unique island archipelago.

Not only that, SPEA staff and the rangers on Berlenga island were extremely welcoming and accommodating - a great atmosphere to work in and a lot of good times to remember. You really feel useful and that what you are doing is making a difference. I wouldn’t hesitate to return to help on any future fieldwork on the Berlengas!

Publicado a 16 Novembro 2015
Voluntários nas Berlengas - Inês Morão

Fiquei a saber deste voluntariado por colegas de faculdade (Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar – IPL) que já tinham participado no mesmo e outros que também conheciam este projeto. E eu pensei: porque não ajudar?! Foi então que pedi o contacto dos coordenadores do voluntariado e mostrei-lhes a minha vontade de participar.

Pouco tempo depois o Nuno e a Isabel entraram em contacto comigo para preencher o formulario de participação. Eu e mais três amigos e colegas da ESTM, fomos então para a Berlenga durante uma semana em setembro. Foi uma experiência incrivel, ganhei competencias extracurriculares e pude conhecer pessoas novas da mesma área da Biologia Marinha e não só. Pude estabelecer contactos com essas pessoas, trocar ideias e contar o que nos levou a este projeto e aos restantos colaboradores do mesmo.

Nesta semana tínhamos destinadas tarefas como: ajuda nas refeições, munitorização de aves marinhas, estudo populacional de roedores e controlo de chorão. Fomos divididos em turnos, em que começavamos a caminhada pela Berlenga as 6h30m para vermos e pesarmos as aves bebés de cagarra. Outro grupo ia as 9h arrancar chorão das encostas. O terceiro grupo caminhava no lado oposto para verificar se existiram roedores nas armadilhas, se houvesse, recolheria-se amostras de DNA e monitorizava-se os mesmos. Claro, que no meio destes trabalhos, tinhamos horas livres para fazermos o que quisessemos desde dormir e apanhar banhos de sol na praia!. No final do dia, éramos dividos de novo em grupos para observar aves no mar. Após o jantar, jogavamos às cartas, atualizavamos os nossos facebook’s e falavámos do que tinhamos feito durante o dia. Chegamos a jantar com os faroleiros e com os vigilantes da natureza e trocar histórias entre todos.

Bem, isto foi um resumo um pouco grande do que fizemos. Recomendo a todos os que gostam de vida e trabalho de campo na área da Biologia a participarem neste voluntariado. Até porque nos sentimos bem em ajudar e gostamos do que fizemos!.
Muito obrigada mais uma vez por esta experiência!

Publicado a 13 Novembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Ana Catarina Duarte

A minha estadia na Berlenga foi uma experiência fantástica, pois tive em contacto com Cagarras bebés e foi possível ver o seu comportamento e ver o seu crescimento ao longo do tempo. Gostei bastante de ver o ratos, o que eu pensava que não ia conseguir tocar neles! Foi uma experiência incrível e que certamente nunca vou esquecer, muito cansativa mas muito enriquecedora, a todos os níveis. Sem dúvida alguma que quero voltar a fazer tudo de novo e durante mais tempo, para não falar que a equipa que esteve lá connosco foi muito muito boa!

 

Publicado a 12 Novembro 2015
LIFE Berlengas no programa Biosfera da RTP

No passado sábado o tema do programa Biosfera da RTP1 foi o LIFE+ Berlengas.

Veja algumas imagens das Berlengas e conheça um pouco melhor este projeto coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a Câmara Municipal de Peniche, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e tem como observador externo a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, do Instituto Politécnico de Leiria.

Veja a reportagem aqui.

Publicado a 11 Novembro 2015
Acabou o verão mas os trabalhos nas Berlengas continuam

No passado dia 3 de novembro voltaram a casa as equipas que estiveram duas semanas a trabalhar nas Berlengas. Apesar do outono já ter chegado, acompanhado pelo vento e pela chuva, as equipas mantiveram o seu plano de trabalhos, que previa, entre outras tarefas, a monitorização das cagarras, da vegetação e dos mamíferos introduzidos.

O seguimento dos juvenis de cagarra teve início no passado dia 21 de julho e desde então o seu crescimento foi sistematicamente monitorizado ao longo destes 3 meses. Por agora todos os juvenis de cagarra já abandonaram os seus ninhos, partindo para o mar, onde permanecerão durante os próximos 5 a 6 anos, até adquirirem capacidade reprodutora.

Ao longo destas duas semanas também foi efetuada a captura e marcação de rato-preto e de coelho-bravo com o objetivo de caracterizar as populações existentes na Berlenga e estimar as suas densidades populacionais.

Novo esforço foi efetuado para remover grandes manchas de chorão, nomeadamente na zona do farol, na área de campismo, junto ao castelinho e na Flandres. Em todas estas áreas foi também efetuada sementeira de diversas plantas nativas tais como angélica, tápsia, escrofulária e arméria-das-berlengas, procurando-se assim acelarar o processo de recuperação da vegetação natural.  

As áreas de exclusão de gaivota também foram monitorizadas, com o objetivo de acompanhar o crescimento das armérias-das-berlengas e avaliar a recuperação da restante flora nas diferentes áreas de amostragem.   

Foram ainda assegurados os transectos para a estimativa da abundância mensal de coelho-bravo, a monitorização das áreas de teste de remoção de chorão, os censos costeiros matinais de aves marinhas e os censos de jangadas de cagarras ao final do dia.

Em plena época outonal, marcada pela migração e dispersão de muitas espécies de aves, foi ainda notável na ilha um grande e variado número de indivíduos de diferentes grupos, como por exemplo o melro-de-colar ou a coruja do nabal.

As equipas voltaram cansadas mas satisfeitas por terem cumprido os seus objetivos e por terem contribuído para a conservação dos habitats e das espécies da Berlenga.

A SPEA não pode deixar de agradecer aos estagiários e voluntários que ajudaram no trabalho de campo, nomeadamente à Anita Alessandrini, Andrea Ripol, Clàudia Pich, Luís Ferreira, Marta Mancini, Rúben Tarifa e Tânia Nascimento. O trabalho de campo também não teria sido possível sem o apoio da Capitania do Porto de Peniche, que possibilitou o transporte das equipas para a Berlenga assim como dos vigilantes da Reserva Natural da Berlenga do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Publicado a 06 Novembro 2015
Voluntários nas Berlengas

Anita Alessandrini

Estou a estudar biologia marinha e decidi fazer o meu estágio como voluntária na SPEA e no LIFE Berlengas. Devo dizer que antes desta experiência as aves não eram os meus animais favoritos mas depois da intensa semana a trabalhar em contacto direto com as mesmas (monitorizando-as e manuseando-as), e ao ver a paixão que o grupo da SPEA tem em explicar tudo sobre as aves marinhas, ganhei um interesse especial e agora, sempre que vejo uma ave a voar, olho-a de uma forma diferente. Aprendi muito e desfrutei desta semana na natureza selvagem e com pessoas simpáticas. Recomendo esta experiência a todas as pessoas.     

Publicado a 19 Outubro 2015
10 anos de seguimento de aves marinhas nas Berlengas

Este ano completaram-se 10 anos que, no âmbito do programa marinho da SPEA e em colaboração com o MARE da Universidade de Coimbra, as aves marinhas das Berlengas têm sido monitorizadas e seguidas com dispositivos de deteção remota, o que tem permitido conhecer as suas áreas de alimentação e distribuição no mar.

A cagarra é a espécie que tem sido anualmente monitorizada, através da colocação de compass-loggers e GPS-loggers, num total de 180 aves seguidas e mais de 500 viagens de alimentação, entre o período de pré-incubação e o de crescimento das crias. Nestas viagens, as cagarras exploraram desde ambientes mais costeiros (ao longo da costa de Portugal) até áreas oceânicas e remotas como os montes submarinos do Gorringe (a 400km a sudoeste de Portugal) ou o cabo Flemish (a 2800 km a oeste de Portugal, junto ao Canadá).

Mais recentemente os trabalhos de seguimento foram alargados à gaivota-de-patas-amarelas, ao roque-de-castro e à galheta.

Em 2015, no âmbito do LIFE Berlengas, foram colocados em cagarras adultas 28 GPS-loggers e 20 geolocators nos períodos de pré-incubação e crescimento das crias. Os dados de GPS são importantes para conhecer em pormenor as áreas utilizadas pelas aves durante a época de reprodução e os GLS permitem conhecer os seus movimentos migratórios e distribuição durante o período não-reprodutor.

Só através de um conhecimento aprofundado da distribuição no mar das aves marinhas, será possível delinear áreas importantes em alto-mar, identificar potenciais riscos para a avifauna nesses locais e definir medidas de conservação aplicada que visem proteger as diferentes espécies e mitigar potenciais ameaças à sua sobrevivência. Um exemplo de tais medidas são as ZPEs recentemente aprovadas pelo Estado Português.

Publicado a 14 Outubro 2015
Aves marinhas e pescas

Começaram os embarques a bordo de embarcações de pesca no âmbito do projeto LIFE + Berlengas. Durante os próximos meses, observadores irão monitorizar a ocorrência de capturas acidentais de aves marinhas. Os dados recolhidos irão ajudar a perceber que espécies interagem, como e quando, com diferentes artes de pesca como as redes de emalhar ou o palangre.

Esta informação vai ser útil para posteriormente planear e definir medidas que possam ser usadas a bordo e que minimizem o impacto negativo que as pescas possam ter nas aves marinhas que usam a ZPE da Berlenga.  

O primeiro embarque foi a bordo do “Meu regresso” que nesta altura do ano opera com redes de emalhar de um só pano e contou com a hospitalidade de toda a tripulação.

 

Publicado a 13 Outubro 2015
Voluntários nas Berlengas

Elisabete Silva (Beta)

A minha participação no projeto começou devido à realização da minha tese de Mestrado, sobre o estudo da Biologia e Ecologia das galhetas (Phalacrocorax aristotelis) no arquipélago. Entre os meses de janeiro e junho de 2015, tive a oportunidade de rumar à ilha para poder recolher os meus dados. Contudo, a vontade de aprender e ajudar a equipa falou mais alto. Assim, para além de trabalhar na minha tese, fui acompanhando as atividades da restante equipa. Tive, então, o privilégio de fazer na prática o que tanto eu dei nas aulas na teórica. Foi com a SPEA, por exemplo, que anilhei aves pela primeira vez, e logo Cagarras, uma ave que nunca antes tinha visto! A minha estadia na ilha foi muito enriquecedora e em todos os aspetos. Desde a “injeção” de conhecimento e experiência, biodiversidade/paisagem insubstituível até à camaradagem e convívio que naquela casa sempre reinou. Foram, sem dúvidas, dias que já deixam saudades. Irei voltar com certeza!

 

Publicado a 02 Setembro 2015
LIFE Berlengas na SIC

Na passada semana uma equipa de reportagem da estação de televisão SIC, visitou a Berlenga para conhecer o projeto LIFE + Berlengas.

Acompanhados por elementos da SPEA, tiveram oportunidade de observar no local parte do trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito deste projeto nomeadamente o seguimento da reprodução de aves marinhas, arranque do chorão, recolha de informação sobre os visitantes, proteção das espécies de plantas endémicas, entre outras ações.

Veja a reportagem aqui

Publicado a 14 Agosto 2015
Monitorização da reprodução de cagarra na Berlenga

No passado dia 21 de julho, a primeira de várias equipas do LIFE Berlengas deslocou-se para a ilha da Berlenga com o intuito de iniciar a monitorização de mais uma época de reprodução de cagarra. Esta monitorização será efetuada continuamente até ao final de outubro, período em que as crias abandonarão o ninho, marcando o término da época de reprodução.

Com uma rotação semanal da equipa de campo, até ao momento já estiveram envolvidos 13 participantes (entre os quais 2 técnicos da SPEA, 2 estagiários e 9 voluntários) para garantir a monitorização dos 104 ninhos localizados em dois núcleos distintos.

A monitorização do comportamento reprodutor das cagarras está a ser desenvolvido no âmbito do trabalho para obtenção do grau de mestre da estudante Irene Tolu pela Universidade de Caglari, Sardenha. O tema da sua tese é "A influência das variações ambientais e o efeito da experiência no comportamento reprodutor de uma espécie de grande longevidade: o caso de estudo da cagara Calonectris borealis durante a fase de crescimento das crias na ilha da Berlenga" e pretende explorar os efeitos da experiência e das variáveis ambientais nos cuidados parentais, em relação à eficiência da utilização dos recursos energéticos durante a fase de alimentação e crescimento das crias.

Apesar das primeiras cagarras poderem ser avistadas em torno do arquipélago das Berlengas ainda no final de fevereiro, apenas durante a segunda quinzena de maio e a primeira semana de junho ocorre a postura do seu único ovo. A eclosão das crias ocorre cerca de 55 dias depois, entre a última quinzena de julho e a primeira semana de agosto. É nesta altura que esta população encontra um dos seus principais factores de ameaça em terra, a predação por rato-preto. À semelhança do que já foi registado noutras colónias (ex: vídeo de rato-preto a predar cria de cagarra na ilha Pianosa, Itália, ver aqui), também na Berlenga existem fortes indícios da predação de crias por rato-preto, principalmente durante os primeiros dias da sua vida, após os progenitores as deixarem no ninho para se alimentarem no mar. Este ano já foi detetada uma cria morta com claros indícios de mordedura de rato-preto. Até ao momento, outras 3 crias foram encontradas mortas e 4 desapareceram sem qualquer vestígio.

Numa tentativa de documentar e quantificar esta ameaça, foram montadas câmaras automáticas à entrada de vários ninhos de cagarra. Estas câmaras são activadas pelo movimento e registam a atividade à entrada ou mesmo dentro do ninho. Por outro lado, continua a monitorização da população de rato-preto na ilha, com a captura e marcação de indivíduos e posterior libertação. Esta metodologia tem permitido caracterizar a sua dinâmica populacional ao longo do ano e ainda a recolha de amostras de tecido para caracterização genética, factores estes que são importantes de considerar antes de qualquer processo de remoção desta espécie.

Foram ainda asseguradas pelas diversas equipas as restantes monitorizações, nomeadamente a captura e marcação de coelho-bravo, os transectos para a estimativa da abundância mensal de coelho-bravo, a remoção de chorão da área do farol, a monitorização das áreas de teste de remoção de chorão, a monitorização da vegetação nas áreas de exclusão de gaivotas, os censos costeiros matinais de aves marinhas e os censos de jangadas de cagarras ao final do dia.

Mais uma vez, a SPEA não pode deixar de agradecer aos estagiários e voluntários que têm ajudado no trabalho de campo, nomeadamente à Irene Tolu, Inês Ferreira, Margarida Monteiro, Nuno Santo, Sara Soares, Catarina Galego, Ana Santos, Fábio Santos, Ewa Kozlowska. Rafael Rocha, Iván Gutiérrez e Alessandro Marraccini. O trabalho de campo não teria sido possível sem o apoio da Capitania do Porto de Peniche, que gentilmente cedeu as instalações do Farol para o alojamento das equipas e possibilitou o seu transporte para a Berlenga. Agradecemos também o apoio dos vigilantes da Reserva Natural da Berlenga do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Publicado a 05 Junho 2015
Lista Vermelha: 1 em cada 8 espécies em risco de extinção na Europa

A Lista Vermelha das Aves, publicada esta semana pela Birdlife International e a UICN e financiada pela Comissão Europeia, revela números preocupantes sobre a conservação de espécies na Europa. Em Portugal são muitas as espécies ameaçadas, destacando-se o painho-de-monteiro, o britango e a águia-imperial.

Cerca de 13% de 533 espécies na Europa estão sob ameaça valor que sobe para cerca de 18% se considerarmos os 27 países da UE (à data do início do estudo a Croácia ainda não era Estado-membro). Destas, 11 estão Criticamente Ameaçadas.

Em Portugal, a situação é igualmente crítica estando identificadas 22 espécies que se encontram sob ameaça na União Europeia, destacando-se a pardela-balear (Criticamente em perigo), a freira-da-madeira, o britango e o priolo (Em perigo). Existem outras espécies em Portugal que estão sob clara ameaça. A rola-brava, o zarro, a piadeira, o arrabio, o tordo-zornal e o tordo-ruivo, todas espécies cinegéticas passíveis de serem caças em Portugal.

Para Luís Costa, diretor-executivo da SPEA, “é chocante o caso das espécies que eram comuns mas que têm vindo a regredir fortemente há vários anos, continuando a ser ignoradas pelos decisores políticos” e lança o apelo para que haja uma suspensão « urgente da sua caça em Portugal”, conclui.

A conservação em Portugal tem sido também bem sucedida com a recuperação de espécies como a abetarda e o francelho que obtiveram o estatuto, conferido pela União Europeia, de não ameaçadas.

O responsável considera ainda que “a recuperação destas espécies é um resultado direto dos esforços de conservação realizados, da aplicação das diretivas Aves e Habitats e da implementação do programa LIFE da Comissão Europeia”.

Publicado a 02 Junho 2015
SPEA na Semana Azul em Lisboa

Lisboa vai ser a capital dos oceanos durante a próxima semana (5ª feira a sábado) ao receber a Blue Week, na FIL. A SPEA estará presente no stand da PONG-Pesca. A SPEA, membro ativo da plataforma PONG-Pesca, irá marcar presença na Semana Azul a decorrer na Feira Internacional de Lisboa através da presença num stand.

A SPEA participará também em duas sessões de debate, uma na quinta-feira pelas 17h com o tema “Como tornar o crescimento azul mais verde?” e no sábado pelas 12h sob o tema “Valor Acrescentado das Áreas Marinhas Protegidas”.

No âmbito do projeto sobre 'Avaliação dos serviços de ecossistemas em áreas marinhas protegidas', a SPEA irá dinamizar uma sessão de 1h no espaço da Iniciativa Gulbenkian Oceanos na Semana Azul. Será criado um espaço de debate/reflexão em torno do valor acrescentado das áreas marinhas protegidas, a realizar no próximo sábado, dia 6 de junho de 2015, entre as 12h e as 13h.

Programa:

Moderação: Gonçalo Calado | Iniciativa Gulbenkian Oceanos

Painel de Convidados:

    António José Correia | CM Peniche
    Cristina Brito | Escola de Mar
    Joana Andrade | SPEA
    José Manuel Marques | DGRM
    Pedro Ivo Arriegas | ICNF

Local: Pavilhão 1 | Feira Internacional de Lisboa (Parque das Nações)

Para mais informações: rita.gomes@spea.pt  e visite o site. O evento é aberto a todos os que quiserem participar.

Venha visitar-nos e participe nesta iniciativa!

Publicado a 02 Junho 2015
Aves do Barroso com 101 espécies observadas

O Encontro de Observadores de Aves e amantes da Natureza no passado fim de semana, em Montalegre, reuniu cerca de 30 pessoas num evento que contou com a observação de 101 espécies de aves. Este número superou o número do ano anterior que ficou nas 99 espécies.

Entre as espécies observadas, destacam-se o picanço-de-dorso-ruivo, o cartaxo-nortenho, o melro-das-rochas, a sombria e a escrevedeira-amarela.

A SPEA teve o prazer de colaborar no encontro Aves do Barroso pela quarta vez consecutiva e considera ser um evento com bastante potencial futuro.

Conheça AQUI todas as espécies observadas e coloque na sua agenda para o ano!

2014

Publicado a 24 Março 2014
Biosfera 1 em Cabo Verde: rumo a uma estratégia de futuro com a colaboração da SPEA

A SPEA participou, de 20 a 22 de março, num workshop da Biosfera 1 para a elaboração de uma estratégia plurianual para a consolidação desta organização.

O workshop permitiu uma colaboração na organização e definição dos objetivos a longo prazo para a conservação dos valores naturais de Cabo Verde.

A SPEA participou, de 20 a 22 de março, num workshop da Biosfera 1 para a elaboração de uma estratégia plurianual para a consolidação desta organização.

O workshop permitiu uma colaboração na organização e definição dos objetivos a longo prazo para a conservação dos valores naturais de Cabo Verde.

Da SPEA estiveram presentes Pedro Geraldes, que tem estado baseado em São Vicente para coordenação do projeto CEPF e apoio à Biosfera 1, Joana Andrade e Luís Costa.

Durante a semana foi também organizada uma ação de formação sobre anilhagem de aves aos técnicos da Biosfera 1 e da Reserva Natural, com a participação de Afonso Rocha, da APAA.

Publicado a 10 Fevereiro 2014
Portugal no segundo lugar em observações do Spring Alive!

O Spring Alive 2015 começou em fevereiro, uma iniciativa que permite criar um mapa em tempo real das aves ‘mensageiras’ da primavera – andorinha-das-chaminés, cuco-canoro, cegonha-branca, andorinhão-preto e abelharuco – e conta com a participação de crianças, pais e professores portugueses.
 

O Spring Alive 2015 começou em fevereiro, uma iniciativa que permite criar um mapa em tempo real das aves ‘mensageiras’ da primavera – andorinha-das-chaminés, cuco-canoro, cegonha-branca, andorinhão-preto e abelharuco – e conta com a participação de crianças, pais e professores portugueses.
 
O projeto internacional, dinamizado em Portugal pela SPEA, regista todos os anos as primeiras observações de aves dispersas em países mais quentes, que marcam a chegada primavera.
 
À medida que as observações vão sendo inseridas no site, ao longo de vários meses, o mapa do Spring Alive vai registando uma mancha cor de laranja que se espalha e adensa, até que todos os países onde estas aves nidificam brilhem num vermelho intenso.
 
O Spring Alive inclui vários eventos, dentro e fora de portas, o que leva ao envolvimento de crianças, escolas e de toda a comunidade na conservação de aves migratórias.
 
A iniciativa, que existe desde 2006, começou como um projeto europeu, mas que rapidamente se espalhou para a Ásia Central. Em 2010, o Spring Alive estendeu-se até ao continente africano, onde as crianças esperam pelo regresso das cinco espécies de aves registadas em Portugal, onde nidificam.

Para participar basta aceder ao site oficial, Facebook ou Concurso de Desenho e Pintura

Contamos consigo para contar os mensageiros da primavera!